31/08/2010

ESCOLAS PÚBLICAS DO RIO ABREM INSCRIÇÕES

São 2.741 oportunidades nos colégios Pedro II, Aplicação da Uerj e da UFRJ e no Ensino Médio com curso técnico na Fiocruz e do Cefet. Confira como e até quando se inscrever
POR RICARDO ALBUQUERQUE

Rio - A elite das escolas públicas do Estado do Rio está aguardando seus novos pupilos para 2011. As inscrições para disputar uma das 2.741 vagas já começaram em seis colégios que brilharam no exame do Enem, em 2009. As oportunidades para garantir ensino de qualidade vão do 1º ano do Ensino Fundamental ao 2º ano do Ensino Médio.

Colégio de Aplicação da Uerj, Cefet, CAp-UFRJ, Colégio Militar e Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fiocruz, já aceitam candidatos. O Colégio Pedro II abre as inscrições dia 8. Todas optaram pela Internet para o preenchimento da disputada ficha de inscrição.
Quem já passou nos exames garante que não é loteria: “Só há um caminho: cara no livro e tranquilidade para fazer o que pedem”, explica Bruno da Silva, 14 anos, aluno do 1º ano do curso de Gerência em Saúde da Escola Politécnica da Fiocruz. “Quem se identifica com a área de saúde tem que vir para cá estudar com a gente”, convida o professor Marcello de Moura Coutinho, coordenador desse curso técnico, que oferece 34 vagas para 2011. Há também vagas para Análises Clínicas e Vigilância em Saúde. Das 100 vagas disponíveis nessa escola, metade é para alunos de escolas públicas.

O mesmo acontece no Pedro II e no Colégio de Aplicação da UFRJ. O Pedro II vai oferecer 913 vagas nas suas unidades no Rio, Niterói e Baixada para aulas diurnas e noturnas.

Na UFRJ, estão disponíveis 96 vagas do 1º ano do Ensino Fundamental ao 2º do Ensino Médio. Para os candidatos ao 1º ano, é preciso ter sorte: são 48 vagas definidas por sorteio. O mesmo ocorre no CAp-Uerj.

Ontem, o diretor-geral do Cefet, Miguel Bardenes, prorrogou o prazo de inscrição para o dia 9: “A procura foi muito grande, com certeza já passamos dos 10 mil inscritos”. Na ficha de inscrição, estudante interessado deve optar por fazer o curso técnico junto com o Ensino Médio lá ou só a parte técnica.

Saiba como concorrer a uma vaga

CEFET

Prorrogou as inscrições até o dia 9 de setembro por causa da grande procura. Os inscritos já passam de 10 mil para disputar 1.512 vagas nas unidades do Rio, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, Petrópolis, Itaguaí, Angra dos Reis e Valença. É preciso preencher formulário pela Internet no www.cefet-br ou www.exatuspr.com.br, e entregá-lo na unidade escolhida com a taxa de inscrição paga de R$ 30. Candidatos aos cursos nas escolas do Maracanã e Nova Iguaçu devem optar por fazer os ensinos Médio e Técnico (concomitante interno) ou só o Técnico no Cefet, fazendo o Médio em outra instituição (concomitante externo) onde estiver matriculado. Nas demais, as vagas são concomitantes externas. Classificação no Enem: 7º no estado

CAP-UFRJ


Abriu inscrições ontem para 96 vagas, do 1º ano do Ensino Fundamental ao 2º ano do Médio. Inscrições pela Internet em www.acessograduacao.ufrj.br ou www.cap.ufrj.br até o dia 19. A taxa custa R$ 40. As 48 vagas para 1º ano, três do 3º e cinco do 6º ano do Fundamental serão sorteadas em 30 de novembro. Para quem concorrer ao Ensino Médio, as provas são dia 23 de outubro, e as vagas são decididas em sorteio entre os aprovados dia 30 de novembro. São 32 vagas para o 1º ano e oito para o 2º. Classificação no Enem: 5º

CAP-UERJ


São 60 vagas, 30 para o 1º ano e 30 para o 6º ano do Fundamental. As taxas variam: candidatos ao 1º ano pagam R$ 42, e os do 6º, R$ 78. Inscrições no www.cap2011.uerj.br. Vagas abertas até dia 17. Para o 1º ano, o sorteio será dia 26 de outubro, em local a ser indicado no cartão de confirmação. Candidatos ao 6º ano farão prova dia 30 de outubro. Classificação no Enem: 1º

COLÉGIO MILITAR


São 60 vagas para o 6º ano do Ensino Fundamental (50) e 1º ano do Ensino Médio (10). As inscrições vão até o dia 24. Para concorrer ao 6º ano é preciso ter 10 anos completos até 31 de dezembro de 2011 ou ter menos de 13 em 1º de janeiro de 2011. Já ao 1º ano do Ensino Médio, o colégio exige 14 anos completos até 31 de dezembro de 2011 ou ter menos de 18 em 1º de janeiro. Taxa: R$ 65. Inscrições em www.cmrj.ensino.eb.br. Foi o 9º no Enem.

PEDRO II

As inscrições para o 1º ano do Ensino Médio e 6º do Fundamental começam dia 8 de setembro e vão até dia 22 do mesmo mês, custando R$ 50. São 913 vagas nas unidades de Realengo (300), São Cristóvão III (146), Caxias (105), Centro (110), Niterói (150), Tijuca (26), Humaitá (40) e Engenho Novo (36) em turmas diurnas e noturnas. A ficha está disponível no site www.cp2.g12.br. Classificação no Enem: 3º (unidade Centro).

EPSJV-FIOCRUZ

Exclusivo para o 1º ano do Ensino Médio. Inscrições até 17 só no site www.processoseletivo.epsjv.fiocruz.br. Valor da taxa: R$ 50. São 100 vagas. Provas: 17 de outubro. Classificação no Enem: 2º lugar no estado.

FONTE: O DIA


.

27/08/2010

Assembleia da rede municipal do Rio decidiu nova paralisação de 24 horas no dia 16 de setembro

Categoria reunida na ABI aprovou paralisação integral no dia 16 de setembro para que profissionaos participem da Marcha em Defesa da Educação Pùblica, da Candelária até a Cinelândia. À tarde, categoria vai realizar nova assembléia geral (local a confirmar) 
 
Os profissionais das escolas municipais do Rio pararam no dia 26 de agosto para protestar contra a reforma da Previdência contida no Projeto de Lei nº 41/2010, de autoria do prefeito Eduardo Paes, que retira diversos direitos dos servidores. O Sepe estima que 60% das escolas paralisaram as atividades. Depois do ato de protesto na Cinelândia, realizado a partir das 13h, a categoria realizou uma assembléia geral na ABI que decidiu que a educação municipal fará uma nova paralisação de 24 horas no dia 16 de setembro, em conjunto com os profissionais das escolas estaduais e que os profissionais do município irão participar da Marcha Em Defesa da Educação Pública e de Qualidade, que sairá da Candelária às 11h. Esta paralisação geral tem como objetivo a defesa da Educação e do Serviço Público no Rio de Janeiro. Neste mesmo dia, à tarde, será realizada uma nova assembléia geral da rede municipal para decidir os rumos da mobilização da categoria.

Ato publico na Cinelândia reuniu centenas de profissionais

A categoria também realizou no início da tarde um ato público em frente à Câmara de Vereadores, na Cinelândia, com a presença de centenas de profissionais de educação. Juntamente com o ato, representantes da categoria percorreram os gabinetes dos vereadores, e entregaram para estes um documento exigindo que o projeto 41 não seja aprovado e reivindicando a realização de uma audiência pública para discutir os projetos do prefeito de alterar a previdência municipal. Na assembléia, os profissionais da rede municipal deliberaram que o Sepe volte à Câmara de Vereadores com um documento para que todos os vereadores assinem, se comprometendo a não deixar que o projeto de reforma da previdência do prefeito seja levado à votação.

Além do protesto contra a reforma, que está contida no projeto de lei do prefeito nº 41, enviado aos vereadores há duas semanas, os professores e funcionários protestam contra a não aplicação dos 25% da receita do município na Educação, como manda a Constituição. Este dinheiro é desviado para Ong’s, OS’s, Institutos e Fundações; a categoria protesta também contra as péssimas condições de trabalho e a baixa remuneração, as terceirizações, a falta de profissionais e  a falta de segurança nas escolas.

A assembléia também aprovou a organização de um seminário sobre a questão da previdência municipal.

Fonte: SEPE

.

26/08/2010

Rio: edital para agente educador. 1º grau- (INSPETOR DE DISCIPLINA)

Saiu concurso para a agente educador II da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, com oferta de 100 vagas, sendo dez para portadores de deficiência. A função requer o nível fundamental completo (antigo 1º grau), e proporciona remuneração inicial de R$747,71, sendo R$560,27 de salário-base, R$103,40 de auxílio- transporte e R$84,04 de gratificação de Encargos Especiais (Decreto 17.042/98). A contratação será feita pelo regime estatutário (com estabilidade)

Segundo a secretária Claudia Costin, mais aprovados poderão ser chamados durante a validade da seleção, que será de dois anos, prorrogável por igual período. "Vamos chamar bem mais do que as 100 vagas previstas no edital, à medida em que tenhamos as aposentadorias. É um cargo que já existe há bastante tempo e, por isso, vamos chamar mais do que esse quantitativo", disse. O agente educador atuará na inspeção e observação da conduta de alunos nas unidades escolares.

As inscrições serão abertas a partir das 10 horas da próxima terça-feira, 31, prosseguindo até 13 de setembro, pela internet. Após o cadastro no site da Secretaria Municipal de Administração, é preciso imprimir o Documento de Arrecadação Municipal (Darm), para pagamento da taxa, de R$30, em um dos bancos conveniados até dia 14.  Não será permitido o pagamento através de depósito, transferência bancária ou agendamento.

Os candidatos com renda familiar per capita inferior a 30% do salário mínimo nacional (correspondente a  R$153) poderão entrar com pedido de isenção do pagamento da taxa, também pela internet, somente até dia 2 de setembro, quinta-feira. Posteriormente, será preciso comparecer nos dia 3, 8 ou 9, das 10h às 16h, em um dos locais indicados para comprovar a necessidade.

Segundo a Coordenadoria de Gestão de Talentos da Secretaria Municipal de Administração, as provas objetivas serão realizadas em novembro, mas a data ainda será divulgada. Os candidatos passarão por uma avaliação objetiva com 35 questões, sendo 15 de Língua Portuguesa, 15 e Matemática e cinco de Estatuto de Criança e Adolescente (ECA). Será aprovado quem alcançar, pelo menos, 20% de pontos por conteúdo e 50% de pontos do total de prova.

LEIA MAIS AQUI


.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense-Concurso


Saíram dois concursos para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), abrangendo 37 oportunidades. Essas destinam-se às carreiras de técnico-administrativo (18 vagas; níveis médio e médio/técnico) e professor (19 vagas; graduação específica). As inscrições já estão abertas e prosseguirão até as 15 horas de 17 de setembro, pela internet e no posto de atendimento.

Os vencimentos variam de R$1.473,58 a R$3.678,74, conforme o cargo pretendido e, nas especialiadades de nível superior, da titulação do candidato. A jornada de trabalho será de 40 horas semanais. Além disso, poderão ser acrescidos os seguintes benefícios: R$304 (auxílio-alimentação), auxílio pré-escolar, auxílio-saúde e auxílio-transporte.

Os procedimentos de inscrição em ambas as seleções são os mesmos. Os candidatos deverão acessar o instituto, preencher um formulário e efetuar o pagamento da taxa, de R$50 (cargos administrativos) e R$70 (professor), por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU) simples ou depósito. Os valores devem ser quitados em agências do Banco do Brasil.

Quem optar pela inscrição presencial deverá comparecer à Diretoria de Gestão de Pessoas, onde serão disponibilizados computadores, das 8h às 18h. Nesse mesmo local serão aceitos os pedidos de isenção do pagamento, somente até o próximo dia 31.

As avaliações serão aplicadas na cidade de Campos dos Goytacazes. Para as carreiras administrativas, haverá uma única prova objetiva, marcada para 26 de setembro. A avaliação abrangerá questões de Língua Portuguesa, Informática, Conhecimentos Específicos e Legislação, conforme o cargo.

O exame para professor também está marcado para esta mesma data. Na ocasião, serão propostas questões de Conhecimentos Específicos e Educação. O resultado final deverá ser divulgado em outubro, no dia 22 (técnico-administrativo) e 29 (professor).

No ato da nomeação, o candidato classificado dentro do número de vagas poderá fazer opção pelo campus de lotação. De acordo com a Assessoria de Imprensa, as possibilidades são Campos dos Goytacazes (Centro e Guarus), Bom Jesus, Macaé, Cabo Frio e Quissamã. A validade do concurso será de um ano, prorrogável por igual período.


LEIA OS EDITAIS AQUI

FONTE: FOLHA DIRIGIDA


20/08/2010

Menina é agredida na sala de aula

Estudante de 11 anos teve ferimentos no rosto, pescoço e braços depois de ser atacada por mãe de colega dentro de escola municipal em Santa Cruz enquanto professora estava ausente. Agressora é procurada pela polícia
  
Uma menina de 11 anos, aluna do 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Aldebarã, em Santa Cruz, na Zona Oeste, foi agredida ontem dentro da sala de aula pela mãe de uma colega. A agressora, Vanessa da Silva, fugiu. Com ferimentos no rosto, pescoço e braços, a menina foi socorrida no Hospital Estadual Pedro II e depois levada à 36ª DP (Santa Cruz).

Quando tentou reagir às agressões, menina levou tapas no rosto | Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia


A Secretaria Municipal de Educação informou que a direção da escola vai convocar os pais e professores para reunião. Além disso, vai aplicar ao caso as punições previstas no Regimento Escolar Básico do Ensino Fundamental, que, em situações de agressão, prevê de advertência até transferência do aluno para outra escola.

A vítima contou que quarta-feira discutiu com a filha da agressora. No bate-boca, a estudante teria dito que levaria a mãe à escola para resolver a questão. Ontem, por volta das 15h30, enquanto a professora estava na direção, Vanessa entrou na sala. “Ela disse: ‘Bate na minha filha agora!’. Enquanto ela me segurava, a filha batia. Quando reagi, levei tapas no rosto”, contou a menina.

De acordo com a vítima, quando a professora voltou, Vanessa deixou a sala e ainda prometeu denunciar a escola. A diretora e duas professoras foram à delegacia.

A mãe da menina ferida, a doméstica Valdirene Garcia, 32, reagiu com indignação. “É um absurdo isso acontecer na sala de aula. A gente manda a criança para a escola pensando que está segura e vem um adulto e a agride!”, protestou.

Valdirene espera uma solução para o caso sem a transferência da filha, que já veio de outra escola este ano. “Não quero tirá-la daqui. Crio dois filhos sozinha e não posso arcar com mais uma transferência de escola”, argumentou.

A estudante agredida vai hoje ao Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. Até o início da noite, Vanessa não havia sido localizada pelos agentes da Polícia Civil para prestar depoimento na delegacia.


Pena de dois a oito anos de detenção

Agentes da 36ª DP (Santa Cruz) vão hoje à Escola Municipal Aldebarã. O objetivo é solicitar à direção da unidade o endereço de Vanessa da Silva, que agrediu a estudante, para intimar a mulher a prestar depoimento na delegacia. A polícia estuda ainda a transferência do caso para a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). Segundo os investigadores, Vanessa pode ser indiciada por lesão corporal. Se for considerada de natureza grave, a pena varia de dois a oito anos de prisão.

Fonte: O DIA

19/08/2010

COVARDIA EM SÃO JOÃO DE MERITI./Prefeito de São João afasta oito diretoras na tentativa de reprimir a greve

Prefeito de São João afasta oito diretoras na tentativa de reprimir a greve nas escolas municipais


Os profissionais de educação das escolas municipais de São João de Meriti entraram  em greve ontem (dia 18 de agosto). Na manhã desta quinta-feira (dia 19 de agosto), o prefeito Sandro Matos (PR) anunciou o afastamento de oito diretoras de escolas, numa tentativa de intimidar o movimento e fazer com que os profissionais de educação reabram as escolas. A categoria exige 37% de reajuste emergencial para recompor as perdas salariais - há dois anos que os salários dos profissionais está congelado. Neste momento, o Sepe está promovendo um ato show e uma panfletagem na Praça da Matriz (Centro do município) e um forte contingente da guarda municipal se encontra no local, o que contribui para deixar o clima mais tenso.

Na sexta-feira, dia 20, às 11h, haverá um ato público da educação em frente à prefeitura. Em seguida, às 13h, ocorrerá uma assembleia em local próximo para discutir os rumos do movimento.

Veja os motivos da greve nas escolas de São João de Meriti:

Os professores e funcionários reivindicam que o prefeito Sandro Matos (PR) não mexa no plano de carreira da educação – o prefeito quer acabar com o adicional de 15% por tempo de serviço e de formação, e com a bonificação de 65% de triênio ao final da carreira. A categoria também exige o fim dos descontos ilegais de até 50% nos salários dos profissionais que entram de licença médica.

Além disso, a situação das escolas municipais é precária, com goteiras nas salas, infiltrações nos tetos e paredes, entulho nas salas, corredores e pátios. Em algumas delas, os alunos são obrigados a estudar em verdadeiros porões, sem ventilação e iluminação natural.

O Sepe Meriti tem informações que a prefeitura está perseguindo diretores de escolas que estão participando da mobilização. O sindicato pede a todos os profissionais que denunciem qualquer assédio moral por parte da prefeitura ou da Secretaria de Educação.

Calendário da greve:

5ª feira: Panfletagem na Praça da Matriz, com Ato Show às 10h. Concentração às 8h no Sepe Meriti; 

6ªfeira: Ato Público em frente à Prefeitura, às 11h, logo após a entrega do abaixo-assinado na Câmara de Vereadores. No mesmo dia, às 13h, assembleia em  local próximo.

Justiça: reajuste de servidor tem que ser anual e pela inflação


Rio - Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) encaminharam à Câmara dos Deputados projeto de lei que visa reajustar o subsídio dos magistrados todos os anos com base na inflação. A proposta prevê que os ganhos sejam reindexados ao IPCA. A expectativa de economistas é que o Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo chegue aos 4,8% no ano que vem.

A medida garantiria, por meio da lei, que a remuneração da categoria fosse reajustada pela inflação, o que, de acordo com a classe, não vem acontecendo de maneira total desde 2005. “O subsídio tem que ser revisado, anualmente, desde que haja condições orçamentárias. Somos a única categoria que não conta com recomposição total da inflação”, afirma o presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), Luciano Athayde.

De acordo com o magistrado, além de acelerar a aprovação do reajuste, que estaria ligado à Lei de Diretrizes Orçamentárias, a proposta permitiria também ao funcionalismo do Executivo, Judiciário e Legislativo ter aumentos baseados na inflação. Isso porque, com a mudança no subsídio do STF, altera-se o teto salarial do funcionalismo público.

Apesar de já estar em tramitação, a proposta encaminhada à Câmara só será analisada e votada pela Casa depois das eleições. Se aprovada, elevará a R$ 30.675,48 os ganhos de juízes e desembargadores, inclusive no âmbito estadual — que hoje é de R$ 26.723,13. A medida vai provocar impacto nos cofres da União de R$ 446 milhões, com aumento de R$ 2 milhões apenas no STF.

Fone O DIA

18/08/2010

Colégio Pedro II: 13 vagas para professor do ensino básico, técnico e tecnológico

Estão abertas, até o dia 27 de agosto, uma sexta-feira, as inscrições para o concurso da carreira de magistério do ensino básico, técnico e tecnológico do Colégio Pedro Segundo II. A seleção visa a preencher 13 vagas de nível superior. Os vencimentos variam, de acordo com a formação e especialização do candidato, de R$2.130,33 a R$3.678,74, já incluindo a Gratificação Específica de Atividade Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (GEBT) e a Retribuição por Titulação (RT).

Os futuros servidores serão contratados pelo regime estatutário e submetidos à carga horária de 40 horas semanais. Para participar, os interessados deverão se inscrever, exclusivamente, via internet, no site do Pedro II ( AQUI ). A taxa, que é de R$80, poderá ser quitada em qualquer agência do Banco do Brasil.

O processo seletivo constará de prova objetiva, discursiva, prova de aula, análise de títulos e análise de perfil profissional. O exame de múltipla escolha está previsto para acontecer no dia 26 de setembro, um domingo, com início às 9h e término às 12h. A validade da seleção é de seis meses, podendo prorrogar por igual período.

LEIA MAIS AQUI

FOLHA DIRIGIDA

.

Amizade com aluno na rede social pode prejudicar o professor

Um distrito escolar da Flórida, sudeste dos EUA, aconselhou a seus professores que não devem ser amigos de seus alunos nas redes sociais e a ter muito cuidado quando usarem essas ferramentas de comunicação se quiserem evitar problemas trabalhistas e legais.

No início do período escolar 2010-2011, as autoridades do condado de Lee, na costa centro-oeste da Flórida, emitiram na segunda-feira diretrizes para o uso de meios sociais que consideram desapropriados, como Facebook, Twitter e MySpace, que são utilizados cada vez mais para se comunicar com os alunos.

As autoridades aconselham que se o professor usar uma rede social por razão de trabalho, deve antes comunicar a seus supervisores para que reflitam sobre os assuntos que serão postados.

"Nunca coloquem informações sobre estudantes, por mais inocentes que sejam, como a menção de seu nome, já que essa informação pode ser considrada privada e confidencial", assinala uma das diretrizes.

"Muitas pessoas não se dao conta de que o que fazem com sua vida pessoal nos sites pode se transformar num problema de sua vida profissional, especialmente se trabalharem com educação pública", afirma Robert Dodig, encarregado do escritório de assuntos legais do condado de Lee.

EDUCAÇÃO SÃO PAULO - MULTIPLICANDO SABER ( O mérito ao contrário)

Por Gabriel Perissé

Na Folha de S.Paulo de domingo (15/8), uma charge de Jean Galvão pega carona na piada pronta que a Secretaria de Educação de São Paulo soltou recentemente, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com a USP e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Uma iniciativa inesperada, custosa, duvidosa e diria até perniciosa. O título quer nos entusiasmar: "Programa Multiplicando Saber". O investimento total para este programa será de US$ 663 mil, em que a Secretaria participará com US$ 130 mil, o BID com US$ 200 mil e os demais parceiros com US$ 333 mil. Na prática, estão previstas sessões de estudo de matemática para alunos do ensino fundamental, sob a orientação de outros estudantes provenientes do ensino médio da rede estadual paulista.
Quem terá redigido essa explicação tão positiva sobre o Programa?
"Em dois dias da semana, durante 12 semanas, o tutor se reunirá com o grupo de pupilos para auxiliá-los na compreensão do material ensinado pelo professor de matemática em sala de aula. A tutoria deve se desenvolver em um ambiente informal e flexível, mas focalizado no aprendizado do conteúdo de matemática, conforme ensinado pelo professor. Em tal atmosfera, semelhante a uma aula particular, não só o aprendizado do conteúdo deve ser facilitado, como também a transferência dos tutores para os pupilos de outros valores positivos – como a importância da educação, sociabilidade, estratégias efetivas de estudo, e interesse pela matemática. Nesta atmosfera informal e menos estruturada que a sala de aula, os alunos sentem-se mais confortáveis para colocar suas dúvidas e interagir de forma proveitosa com seus pares."
Uma decisão desesperada?


Os pupilos (o redator desse texto terá nascido no século 18?), nesse primeiro momento, serão alunos dos 6º e 7º anos do ensino fundamental, com 11 a 12 anos de idade (ou mais velhos, como sabemos que existem). Os tutores serão adolescentes do 2º e 3º anos do ensino médio e receberão bolsa mensal de R$ 115 entre setembro e novembro deste ano. A nobre missão desses adolescentes será atuar como verdadeiros educadores, sem nenhuma experiência docente, sem diploma de Pedagogia e sem, sequer, terem participado de curso algum da "revolucionária" Escola de Formação de Professores criada pelo governo Serra...

O Programa é apresentado como se tudo fosse muito natural. A meta é identificar 35 "pupilos" por escola de ensino fundamental e 15 "tutores" por escola do ensino médio. Mas o que realmente causa surpresa e apreensão é que os estudantes com baixo rendimento em matemática receberão ajuda monetária, como explica o artigo da Folha de S.Paulo do dia 13/8:

"O governo de São Paulo vai pagar até R$ 50 a alunos do ensino fundamental (11 e 12 anos) com notas baixas que participem de aulas de reforço em matemática – disciplina em que os resultados da rede estadual são piores. O dinheiro será dado diretamente ao estudante, e não a sua família."

Ora, que tipo de reação se espera dos professores, da mídia e da população perante esse programa? Por que a Secretaria de Educação de Paulo Renato Souza não consultou os pais desses alunos? Terá perguntado aos especialistas em educação se essa tutoria remunerada é uma boa solução? Ou a psicólogos, sobre o que significa para uma criança de 11 anos receber uma espécie de esmola de luxo de R$ 50,00 diretamente do gestor público? Ou estamos diante de uma decisão desesperada, cujo pano de fundo é a campanha presidencial, momento em que o PSDB precisa mostrar algum tipo, qualquer tipo de serviço no campo educacional?


Iniciativa bizarra

Essa experiência de ensino mútuo é bem conhecida dos historiadores da educação, e conhecida como recurso anacrônico. Trata-se do "sistema monitorial" ou "sistema de Lancaster" que, no contexto do século 19, nos Estados Unidos e posteriormente no Brasil, servia como medida provisória e precária para acolher o número cada vez maior de alunos provenientes de classes pobres. Havia escassez de professores. Era uma medida de emergência.

O governo estadual quer provar, por acaso, que não temos professores disponíveis ou capacitados em São Paulo para ensinar matemática em aulas de reforço? E se não os temos, com quem os alunos do ensino médio aprenderam para, agora, cumprirem essa tarefa em lugar dos seus mestres? E se faltam professores, não será por que a profissão docente continua a ser muito pouco atraente do ponto de vista salarial?

Uma leitora do Portal Terra fez o seguinte comentário depois de ler a matéria:

"[...] Trata-se de bolsa eleição, pois ao invés de investirem em salas com 25 alunos e salários dignos aos professores, preferem comprar os votos de adolescente para ensinarem seus colegas, recebendo mais que o professor que estudou muito para se graduar, prestar concurso e se manter na docência, mesmo sendo uma profissão atualmente sem nenhuma decência" (Vera Filósofa).


E o conselheiro estadual da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) José Wilson de Souza Maciel fez uma declaração que vale a pena difundir: "É o fim do mundo você ter de pagar para motivar o aluno a ir a uma aula, isso é o caos da educação. Os estudantes têm de frequentar a escola sabendo que se preparam para o futuro."

Professores e seus sindicatos, autoridades políticas e educacionais precisam refletir sobre várias questões que estão em jogo aqui:

** Institucionalizar a ajuda entre alunos mediante pagamento de bolsa promove a mercantilização da solidariedade em sala de aula.

** Incentivar monetariamente quem não tem bom desempenho escolar, remunerando-lhe a presença em aulas de reforço que, afinal, são um direito do aluno, gera a sensação de que estudar e obter boas notas não compensa...

** Pagar R$ 50,00 diretamente aos alunos é um risco. Não se despreze a possibilidade de esse dinheiro, entregue à revelia dos pais, ser usado em consumo de bebida alcoólica, drogas etc.

** Fazer circular notas de R$ 50,00 no ambiente escolar pode criar ocasiões de bullying no dia do pagamento...

** Imiscuir recebimento de dinheiro em nome de incentivo ao estudo é uma forma de desmoralizar, não só os professores, mas a própria família do aluno e, em casos mais graves, suscitar situações anômalas em que a criança sofrerá pressão para ter notas baixas.

É de se esperar, por fim, que o MEC esteja atento a essa bizarra iniciativa, a essa piada de péssimo gosto. E que se manifeste.

Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=603CID001


.

17/08/2010

Insustentável leveza (DA IRRESPONSABILIDADE )

Insustentável leveza

POR LAURA CAPRIGLIONE


É de estarrecer a forma como se comporta o governo do Estado de São Paulo quando o assunto é educação.

Agora, uma medida que se chegou a apresentar como revolucionária cai por terra antes mesmo de ser aplicada. Trata-se do chamado "vale-presente" -a Secretaria da Educação daria R$ 50 a alunos que, em dificuldades com matemática, não faltassem a aulas de reforço.

Houve quem visse no "presente" propósitos eleitoreiros, outros acusaram-no de premiar o fracasso escolar (bons alunos não concorreriam ao benefício), outros ainda de ser antieducativo, já que, ao prazer do aprendizado, que deveria ser o alvo do processo pedagógico, se anteporia a força da grana.

Ocioso, agora, discutir as objeções. O que assombra é a leveza beirando a irresponsabilidade com que o secretário Paulo Renato Souza anunciou o cancelamento do programa, ontem, na Folha: "É um projeto que está muito cru", disse ele. "Muito cru", secretário?

Tem sido assim a condução da educação pública paulista.

Projetos ditos sensacionais em um dia evaporam no dia seguinte. Isso ajuda a explicar por que são pífios os indicadores de desempenho escolar no Estado mais rico.

E não melhoram, como o próprio Paulo Renato foi obrigado a reconhecer à vista dos resultados do último Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo): "Numa avaliação média, eu diria que tivemos uma estagnação", admitiu, confrontado com o fato de que a performance em matemática no ensino médio chegou a regredir entre 2008 e 2009.

Em português e matemática, a nota dos alunos do 3º ano do ensino médio atesta que eles têm competência abaixo da que seria esperada para alunos da 8ª série do ensino fundamental.

São 15,5 anos de administrações tucanas em São Paulo.

Uma criou a Escola da Família, outra desidratou-a. Primeiro se trombeteou que professores temporários sem qualificação para lecionar seriam demitidos. Depois o propósito foi abandonado. "Minha primeira obrigação é garantir aula", disse o secretário, como se alguém discordasse.

Até uma incrível parceria entre a cantora pop Madonna e a Secretaria da Educação chegou a ser alardeada, com direito a foto do secretário e do então governador José Serra em troca de sorrisos com a "Material Girl".

A ideia era aplicar um tal "programa educacional baseado em princípios cabalísticos" na rede pública. "Não é propriamente um programa formal, mas para desenvolver psicologicamente. Para enfrentar melhor a vida", disse Serra à época. Foi só a mãe de Lourdes Maria voltar para casa e nunca mais se falou no assunto. Seria tudo uma piada se não se tratasse das vidas e esperanças de tantos jovens.


Fonte: Folha de São Paulo



16/08/2010

Assembléia da rede estadual decide fazer paralisação de 24 horas no dia 16 de setembro

Os profissionais da rede estadual, reunidos em assembléia na ABI no sábado (dia 15 de agosto), decidiram que a categoria vai parar por 24 horas no dia 16 de stembro, para fazer uma marcha em defesa da educação e dos serviços públicos estaduais da Candelária até a Cinelândia

A asembléia da rede estadual, realizada no último sábado deliberou que a categoria fará um a paralisação de 24 horas no dia 16 de setembro. neste dia, a partir das 11h, os profissionais de educação, juntamente com integrantes do movimento unificado dos servidores estaduais fará uma marcha em defesa da educação e dos serviços públicos estaduais, com concentração na Candelária. De lá a passeta partirá pela avenida Rio Branco até a Cinelândia, onde realizaremos um ato nas escadarias da Câmara Municipal, onde será lançado um manifesto em defesa da educação e dos serviços públicos estaduais.


No dia 18 de setembro,será realizada uma assembléia geral da rede estadual (local a confirmar), a partir das 14h para deliberar os próximos passos da nossa mobilização. Veja outras deliberações da assembléia:

- Conexão Eduação: fpoi reafirmada a deliberação de que todos os professores não devem fazer o lançamento virtual de notas bimestrais no programa Conexão Educação. O Sepe vai entrar na Justiça questionando a legalidade da cobrança dolançamento de notas virtuais.

- realização de um debate ainda no mes de setembro, convocando todos os candidatos ao governo do estado, além de uma representação dos defensores do voto nulo. Neste debate, será entregue para cada candidato a pauta completa de reivindicações da categoria aos candidatos.

- Convocação para a reunião do Coletivo Estadual de Funcionários Administrativos no dia 19 de agosto, às 9h, no Sepe e para o ato público dos Animadores Culturais, no dia 24 de agosto, às 14h, na SEEDUC, pela publicaão dos atos de invstidura da Animação Cultural.

FONYE: SEPE

.

Mesquita: concurso em pauta para a Educação

A Secretaria de Educação de Mesquita se programa para a realização de um concurso que visa à formação de cadastro de reserva. A programação é abrir oportunidades para todos os níveis de escolaridade, inclusive para o fundamental (antigo 1º grau), cujas chances serão para merendeiras. Entre outras, haverá vagas para secretário escolar e orientador educacional.

Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, o procurador-geral do município, Vinícius Figueiredo, explicou que, apesar do concurso vir como formação de cadastro de reserva, a previsão é de que, no mínimo, 200 convocações aconteçam ao longo do prazo de validade.

Embora o concurso esteja em pauta desde 2009, até o momento, não foi definida a organizadora. Segundo fontes ligadas à Prefeitura de Mesquita, há tempos as propostas de algumas instituições têm sido estudadas, mas, efetivamente, nenhuma foi definida. Certa vez, a secretária de Educação, Maria Fátima de Souza Silva, informou à FOLHA DIRIGIDA que a organizadora seria escolhida por licitação. O regime de contratação será estatutário, o que assegura estabilidade no emprego. A validade do concurso será de dois anos, podendo ser prorrogada por igual período.

QUADRO DE VAGAS   AQUI

.

Secretaria municipal de Educação / Educação Física: saiu resultado final

A Secretaria Municipal de Administração divulgou o resultado final concurso para 200 vagas de professor I de Educação Física da Prefeitura do Rio de Janeiro. A listagem nominal está disponível abaixo. O concurso contou com 14.476 inscritos, mas as provas foram realizadas por 13.439 participantes.

A última etapa foi a avaliação de títulos onde o candidato poderia obter, no máximo, 30 pontos. Foram pontuados aqueles que possuírem títulos de pós-graduação, mestrado, doutorado, além de aprovação em concursos públicos.

A seleção contou também com provas objetivas, onde foram cobradas 35 questões específicas da disciplina, 15 de Língua Portuguesa e dez de Fundamentos Teórico-Metodológicos e Político-Filosóficos da Educação. Cada pergunta valia dois pontos, sendo aprovado aquele que obtivesse, no mínimo, 20% de pontos por conteúdo e 60% de pontos do total da prova. Além das vagas iniciais, outras poderão ser abertas durante a validade da seleção que será de dois anos, prorrogável por igual período.

LEIA A RLAÇÃO DOS APROVADOS  AQUI

Folha Dirigida

.

14/08/2010

Sonhos com a língua portuguesa

por Rodrigo Oliveira Fonseca [*]
As posições dominantes em uma sociedade são contraditórias, como os sonhos. Nutrem-se ao mesmo tempo de verdades profundas e de ignorâncias, de bom senso e preconceitos. Às vezes estas posições vêm imbuídas de bons valores iluministas, em prol de um olhar mais racional e totalizante, superando velhos hábitos cristalizados na cultura e portando projetos de futuro. Outras vezes, trazem os nobres valores do romantismo, com palavras de luta, resgate e defesa do que somos e pelo que somos.


Abaixo, duas intervenções públicas em defesa da língua portuguesa, a de um publicitário e a de um político. O quanto elas são diferentes? 
Onde elas convergem? 

Na terça-feira (27/7), Nizan Guanaes, famoso publicitário e presidente do grupo ABC de marketing – o 20º maior do mundo –, publicou no caderno "Mercado", da Folha de S.Paulo, um curioso artigo intitulado "Vamos falar português". Com uma incrível e saudável crueza, disse o que muitos gramáticos e estudiosos da língua titubeiam em afirmar: "Está provado: a força da língua está ligada à força da economia." É para nenhum materialista botar defeito! 

O texto de Nizan reflete sobre um passado em que "nossa maneira de desqualificar as pessoas era dizer: ele só fala português". Já aí temos uma mostra da maravilha que é o universo da língua, o baú de contradições e conflitos que ela trabalha: no uso desse pronome possessivo na primeira pessoa do plural (em "nossa maneira"), pretensamente inclusivo, não nos incluímos eu e milhões de brasileiros que jamais falaríamos um disparate como esse para desqualificar alguém. Não esqueçamos, entretanto, o veículo e o caderno (o público) para o qual foi escrito "Vamos falar português". 

No Brasil de hoje, segue o articulista, os números da economia finalmente são bons e o país encontrou o seu desenho político, fazendo com que tenhamos "tempo, foco e motivação para cuidar das palavras". Nizan, considerado um dos embaixadores do Brasil no cenário internacional dos negócios, defende que se espalhe o português pelo mundo e diz que nessa notável missão podemos contar também com Angola e Moçambique, que devem crescer os mesmos 6% ou 7% que o Brasil em 2010.

Nova inserção do Brasil no mundo 

 



Acontece que estes nossos irmãos, com quem compartilhamos um mesmo espaço e projeto econômico e social ao longo de muitos e muitos anos de exploração colonial escravista (sobretudo os angolanos, na maior transferência forçada de gentes da história), estabelecem hoje "conosco" outras relações. Nós "temos", por exemplo, algo que eles não têm: Votorantim, Camargo Correa, Odebrecht, todas com seus cimentos e tapumes em diversas partes do globo; nós "temos" uma mineradora como a Vale, doada na Era FHC com financiamento do BNDES a despeito de mais de cem ações na justiça, hoje a maior empresa do mundo em produção de minério de ferro. 

Vamos, então, falar o bom português:   a Votorantim, a partir da recente aquisição de parte de uma cimenteira portuguesa, começou a entrar na África (como na Europa e na Ásia) e já está em vinte países. A Camargo Correa, a despeito das investigações de lavagem de dinheiro no exterior e de ser a empresa que mais levou ouro com o Panamericano no Rio e com as obras do PAC, atua em mais de vinte países – e dentre eles, Angola. A Vale [do Rio Doce] tem presença nos cinco continentes e é mais uma das multis brasileiras instaladas em Angola e Moçambique. A Odebrecht, por sua vez, é hoje, nada mais nada menos, que a maior empregadora dos angolanos, in loco... 

Nizan tem ou não tem motivos para dizer que o Brasil mudou? Com base nisso, ele sonha uma nova relação do empresariado brasileiro com a língua portuguesa, um "sonho que não é um sonho", como ele diz, e que novamente define de forma crua e certeira: este sonho é "uma ação econômica, industrial, diplomática, política, desportiva, militar". Se tem uma coisa que todo bom publicitário entende é de sonhos que não são sonhos. O que esperar desse? Talvez a reforma ortográfica, que tantos protestos gerou em Portugal, seja apenas um sinal desse sonho do empresariado brasileiro em afirmar-se no mercado internacional, no caso, com as grandes editoras de cá.
 

O Brasil tem hoje 127 empresas com faturamento maior que 500 milhões de dólares ao ano e quase um terço delas atua no exterior (Exame, 9/9/2009). No período colonial, o que mais saía da América portuguesa para a África portuguesa era cachaça e tabaco. Em troca, "recebemos" aqui cerca de 4 milhões de africanos escravizados vivos (não esqueçamos todo o "desperdício" que havia no caminho), dentre outras commodities da época como marfim, cobre e ouro – como afirma o historiador Luiz Felipe Alencastro em O trato dos viventes (Companhia das Letras). Hoje, ainda que mantenhamos uma elevadíssima exportação de mercadorias de baixo valor agregado, como aquelas do agrobusiness, exporta-se capital como nunca antes na história deste país, que já é crescidinho o bastante para não manter um atrelamento isento de pequenas dissensões com o Tio Sam e assim poder fazer dinheiro até mesmo nos países malquistos pelo Tio, como Equador, Venezuela, Bolívia e Cuba. As empreiteiras brasileiras estão aí com toda a força e sede. Esse novo Brasil, afinal, precisa de empresários como Nizan, que possam exportar, sem pudores, e custando o que custar, o capital, as palavras e os sonhos de alguns brasileiros – que não são sonhos para todos.

Uma ignorância muito grande quanto à vida da língua 

 

Por falar em agrobusiness, esta é uma excelente oportunidade de lembrarmos outro grande defensor da última flor do Lácio, o deputado Aldo Rebelo, que este ano se destacou pelo empenho patriótico na dura luta contra "as ações que contrariam os interesses do Brasil em favor dos interesses externos", enquadrando o discurso ecológico como alienígena. Além desse surpreendente feito para quem o crê (ainda) comunista, lembro ainda de outro, também gravíssimo, de 2004, quando ele ostentava o pomposo título de "Secretário de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República" e foi responsável por costurar um pacto entre governo e militares para restringir as investigações sobre os desaparecidos políticos do regime de 1964. "As feridas históricas precisam ser fechadas", justificou no programa Roda Viva. 
 

É de fato um sonhador, o deputado, que em 1999 também se comportou a favor de fechamentos, esquecimentos e silêncio, ainda que de outra forma. Aparecendo nacionalmente como grande defensor da língua portuguesa, no sonho de uma língua fechada a estrangeirismos, acabava nos pedindo para esquecer que todo o nosso léxico português é fruto de trocas e empréstimos, assim como nos pedia silêncio em relação a novas trocas e empréstimos, querendo frear o desenvolvimento da nossa língua usando uma versão chinfrim do discurso anti-imperialista. Quanto às polpudas doações de campanha que recebeu das exportadoras de capitais Vale, CSN, Camargo Correa e Votorantim, o deputado não é contra. Doações estas que também podem ser consideradas trocas e empréstimos, dada a forma como a política brasileira funciona... 

O sonho de Aldo com a língua portuguesa materializou-se no projeto de lei 1676/99 , que declarava lesivo ao patrimônio cultural brasileiro "todo e qualquer uso de palavra ou expressão em língua estrangeira" (art. 4º) e determinava a sua substituição em 90 dias da publicação da lei (art. 5º). 

O deputado ignorou os vários apelos da Associação Brasileira de Linguística (Abralin), da Associação de Linguística Aplicada do Brasil (Alab), assim como os que vinham da Academia Brasileira de Letras e de diversos escritores que usaram os espaços da mídia para tentar fazer um debate com as propostas do parlamentar. O que quase todos falavam é que por trás das (quem sabe?) boas intenções do seu patriotismo contra os abusos do emprego de estrangeirismos, encontrava-se uma ignorância muito grande quanto à vida real da língua. Uma excelente fonte de consulta às objeções colocadas pelos estudiosos da linguagem é o livro Estrangeirismos, guerras em torno da língua, organizado por Carlos Alberto Faraco ( Parábola Editorial ), mas podemos também lembrar aqui, mais uma vez, a maior contribuição de Nizan Guanaes em seu recente artigo: "Está provado: a força da língua está ligada à força da economia."

Um novo Policarpo Quaresma? 




Aliás, a razão pela qual eu escrevo agrobusiness, e não "agronegócio", em português, é econômica, visto que este filão é, em grande parte, pertencente a bancos estrangeiros. É melhor chamar as coisas pelo seu nome mais apropriado, o que acaba mostrando o furo ideológico da patriotada de Aldo Agrobusiness Rebelo.
 

Será possível imaginar que língua falaríamos se não tivéssemos trocas econômicas, políticas e culturais? Ou melhor, quem seríamos nós? De onde vem, afinal, o idioma oficial do país? O que nossa formação social colonial e escravista fez com ele? O que o poder econômico de São Paulo e Rio de Janeiro – herdeiro do velho papel da corte na unificação política das regiões americanas colonizadas por Portugal – faz com as várias línguas faladas e distintas formas de falar a língua oficial em todo o país? Todos os dias, todas as horas, a língua em seus usos é cenário de conflitos encarniçados, nos quais os detentores dos meios e seus repetidores adoram dizer que o brasileiro não sabe falar direito... E aí, Nizan, aquela sua antiga maneira de desqualificar as pessoas, aparece aqui de modo mais corriqueiro e mais duro, afirmando que o brasileiro não fala bem o português, uma "língua muito difícil"

Dentre as dificuldades do português, aquelas que certamente mais afetam o povo não são as que impedem uma boa leitura de Camões e Machado de Assis. A desgraça mesmo está na nossa dificuldade em lidar com a língua dos médicos, dos advogados, da produção acadêmica, dos ministros da Fazenda, dos projetos de lei e dos políticos em geral. Estas, sim, línguas bem estrangeiras, muitas vezes utilizadas de má-fé, abusando das nossas deficiências de formação escolar. 

Uma infinidade de palavras estrangeiras aportaram por aqui, sobretudo pela força econômica das modas e das tecnologias, mas aqui elas foram transformadas pela criatividade espontânea do seu uso cotidiano. A vida na periferia seria melhor caso tivéssemos menos acesso às palavras dos povos que hoje são, tecnológica e economicamente, mais poderosos?

O deputado do PCdoB paulista, caso siga com essas patriotadas, pode acabar tendo o triste fim de Policarpo Quaresma . Não podemos negar o idealismo do personagem de Lima Barreto. O que é preciso ver é o quanto ideais deste tipo quase sempre se prestam a nada, a simples exotismos, a diversionismos, e algumas vezes, acabam se prestando ao oposto do que parecem enunciar.

Violência simbólica 

 

Por exemplo, o governo fascista do Estado Novo (1937-45) tentou "depurar" o país das culturas e idiomas não oficiais, e quis impor palavras como ludopédio ao povo, criação de laboratório baseada na dissecação do cadáver do latim, em substituição a um estrangeirismo então muito popular, football. O que aconteceu, afinal? Hoje somos "o país do futebol" – o que certamente não deve escapar da estratégia de Nizan Guanaes para avançarmos sobre o mundo. 

Mesmo preocupado com o real excesso do uso de palavras do inglês pelas empresas, que exploram o capital simbólico da suposta distinção e sofisticação de quem usa este vocabulário – atraindo consumidores assim influenciáveis –, e muitas vezes abusam das lacunas de nossa formação escolar, Aldo se mostra despreocupado com formas de presença muito mais efetivas e sérias do imperialismo no país. Um exemplo foi o seu notável empenho na aprovação da Lei de Biossegurança, em 2005, que facilitou a vida das multinacionais dos transgênicos no Brasil (leia-se Bayer, Syngenta e Monsanto). Há que se ver também o quanto Aldo, quando ocupou nada mais nada menos que a presidência da Câmara, não se notabilizou como defensor da educação pública ou defensor das línguas indígenas que o país deixa morrer a cada dia. Ao invés de promover o conhecimento das 180 línguas autóctones que resistem a duras penas, Aldo se preocupa com o que para ele não deveríamos falar ou usar tanto. 

Entre o empresário materialista que diz claramente o que pensa e o político idealista que se finge de louco – mas não rasga dinheiro – pessoalmente prefiro o primeiro, ainda que não embarque em nenhum dos dois "sonhos". Eles, em sua superfície, podem até ser a narração de boas intenções, de afirmação cultural, mas carregam uma violência simbólica projetável no exterior e no território nacional, a ser imposta aos povos em suas diversidades.

As invasões dos anglicismos 

 

O sonho que não é sonho de Nizan Guanaes assim se apresenta no final do artigo "Vamos falar português": "Nós somos brasileiros, não é nossa natureza colonizar ninguém. Mas, em vez de subjugá-los com nossa língua, podemos iluminá-los." O objeto indireto referido na última sentença, os seres a quem podemos iluminar, são principalmente os falantes de espanhol e em seguida os de italiano e francês, primos de língua. A publicidade das agências de Guanaes pode ser um exemplo do que entende por iluminação, e a expansão progressiva dos capitais de alguns brasileiros no mundo deve abrir mercado para estas luzes de neon. Sim, os discursos imperialistas estão sempre carregados de belas justificativas civilizatórias. 

O sonho que não é sonho de Aldo Rebelo, é por sua vez uma política 100% reacionária. Ignora o internacionalismo que caracteriza historicamente os comunistas mais sérios. E ignora a forma como Marx entendeu a linguagem:consciência prática dos homens, que se desenvolve e se realiza nos intercâmbios, na necessidade fundamental de intercâmbios entre os seres. 

Este sonho de Aldo é mais um exemplo de sua reiterada loucura em querer (ou fingir que quer) unificar diferenças muitas vezes antagônicas, como as que opõem os pequenos produtores da agricultura familiar e o agrobusiness, os torturados e os torturadores, a esquerda e a direita, na base de pressupostos sempre equivocados e resultados que, no caso de terem chances de se concretizar, apontam mesmo para propósitos mal-intencionados.
 

Ao invés de "defender a língua" do processo de globalização capitalista, deveria preocupar-se o deputado com alguns drásticos efeitos deste processo sobre "os falantes" brasileiros, exatamente o que não fez quando facilitou o ingresso das multinacionais dos transgênicos no país. As invasões dos anglicismos são tão perigosas como o foram os galicismos cem anos atrás, os empréstimos do francês que nos ofereceram sutiãs, maiôs e abajures!

Trevas que imobilizam e amedrontam 

 

O que nos dignificará enquanto povo é a possibilidade de, num futuro próximo, afirmarmos e assegurarmos, com todas as letras – sejam as do português, do inglês ou do nheengatu –, nossa aversão às guerras, à devastação ambiental, às contaminações e à exploração dos trabalhadores, no território nacional e no mundo. Isso fará de nós um povo melhor, um povo não tutelado pelos projetos e pela língua dos brasileiros que nos dirigem na economia e na política, e que com isso não se contentam, querendo também nos dirigir na língua. 

Chega de imposições e tutela. Com mais educação e respeito saberemos lidar de forma mais humana e generosa com os povos com os quais já estivemos em condições de maior igualdade, como os da América hispânica e, sobretudo, os da África – que hoje os nossos empresários tentam recolonizar. Com educação e respeito, lidaremos melhor tanto com as luzes de neon da publicidade, como com o abuso de estrangeirismos nos produtos comerciais, mas também, e principalmente, com os abusos feitos no nosso próprio idioma. Educação para o consumo, para a política, para ter poder sobre a própria língua, na qual todos somos poliglotas, visto que sempre negociamos entre o que dizemos aqui e o que dizemos ali, não com base em cursinhos privados, mas na nossa sensibilidade e vontade de acertar. 

Que possamos falar o que quisermos, do jeito que quisermos, nas línguas que pudermos. E que possamos estudar o máximo, para saber direitinho todas as línguas do poder, de modo a podermos nos expressar com dignidade e inteligência, sem ceder às luzes que ofuscam interesses de uns poucos, nem às trevas que nos imobilizam e amedrontam diante de falsas ameaças, no instante mesmo em que as reais passeiam livremente em meio à nossa cegueira súbita.

Arroubo de bom materialismo 

 

Nizan e Aldo demonstram uma concepção de língua bastante artificial, tal como é a língua dos publicitários e a língua dos gramáticos. De um lado, uma língua que fala demais (diz muito mais do que diz, jogando com nossos desejos e preconceitos); de outro, uma língua que fala de menos (mero formalismo, inculcando uma culpa por não sabemos "falar direito"). 

Mas vamos terminar com isso falando um português mais claro, num arroubo de bom materialismo. O que une estes dois sonhos com a língua portuguesa são os vultosos capitais das empreiteiras e demais empresas que lá fora abrem mercados e aqui dentro reproduzem mandatos. Enquanto o publicitário e o político discutem as palavras, os donos da Votorantim, Camargo Correa & Cia fazem as festas que quiserem. E pagam bem, sem reclamar.


[*] Jornalista, mestre em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), professor-bolsista e doutorando em Estudos da Linguagem na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O original encontra-se em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=601JDB009 e em pcb.org.br/...


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/