29/04/2011

Queimados: 401 vagas na área de Educação

A Prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense, a 53 km do Rio, realizará ainda este ano concurso para a área de Educação. A oferta será de 401 vagas. Do total, 301 são para o magistério e o restante para orientador educacional, orientador pedagógico, secretário escolar e supervisor escolar.

Segundo o secretário municipal de Educação, Lenine Lemos, o pedido de realização do concurso já saiu da Procuradoria do Município. Com isso, já será possível dar início ao processo de definição da organizadora, por licitação. A expectativa é que a divulgação do edital ocorra em junho, as inscrições até julho, a prova em agosto ou setembro e que as admissões sejam imediatas.

De acordo com o secretário, está em curso um processo de reformulação na carreira dos profissionais de educação da cidade, o que pode ter impacto na exigência de escolaridade para o concurso. Os requisitos, segundo ele, devem ser confirmados em breve.

O secretário também não divulgou os salários de cada cargo, pois os valores podem mudar caso as novas regras de ascensão profissional na educação sejam aprovadas. Porém, para uma seleção temporária cujas inscrições começam no próximo dia 18, a remuneração inicial é de R$800 para professores da educação infantil ao 5º ano do fundamental e de R$900 para docentes do 6º ao 9º ano.

Contratação temporária ?A prefeitura de Queimados também cadastra professores portadores de necessidades especiais para contratação temporária. As inscrições, que começam no próximo dia 18 e terminam no dia 27 deste mês, podem ser feitas gratuitamente pela internet ou pessoalmente. É preciso enviar o currículo no corpo do email ou entregá-lo na sede da Secretaria Municipal de Educação.

A oferta é de 10 vagas para professor da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, que exige o Normal de ensino médio ou curso de Pedagogia. Há, ainda, três vagas para professor dos anos finais do fundamental (formação superior em área específica) e uma vaga para Professor I (formação em Pedagogia ou Supervisão Escolar). A seleção será por meio de análise curricular. A contratação tem prazo de seis meses e pode ser prorrogada por igual período.

28/04/2011

Os professores e os sacerdotes da privataria


por Gaudêncio Frigotto, Zacarias Gama, Eveline Algebaile, Vânia Cardoso da Mota, Hélder Molina*


Vários meios de comunicação utilizam-se de seu poder unilateral para realizar ataques truculentos a quem ousa contrariar seus interesses. O artigo de Gustavo Ioschpe, publicado na edição de 12 de abril de 2011 da Revista Veja (campeã disparada do pensamento ultraconservador no Brasil), não apenas confirma a opção deliberada da Revista em atuar como agência de desinformação – trafegando interesses privados mal disfarçados de interesse de todos –, como mostra o exercício dessa opção pela sua mais degradada face, cujo nível, deploravelmente baixo, começa pelo título – “hora de peitar os sindicatos”. Com a arrogância que o caracteriza como aprendiz de escriba, desde o início de seu texto, o autor considera patrulha ideológica qualquer discordância em relação às suas parvoíces.

Na década de 1960, Pier Paolo Pasolini escrevia que o fascismo arranhou a Itália, mas o monopólio da mídia a arruinou. Cinquenta anos depois, a história lhe deu inteira razão. O mesmo poderia ser dito a respeito das ditaduras e reiterados golpes que violentaram vidas, saquearam o Brasil, enquanto o monopólio privado da mídia o arruinava e o arruína. Com efeito, os barões da mídia, ao mesmo tempo em que esbravejam pela liberdade de imprensa, usam todo o seu poder para impedir qualquer medida de regulação que contrarie seus interesses, como no caso exemplar da sua oposição à regulamentação da profissão de jornalista. Os áulicos e acólitos dessa corte fazem-lhe coro.
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O que trafega nessa grande mídia, no mais das vezes, são artigos de prepostos da privataria, cheios de clichês adornados de cientificismo para desqualificar, criminalizar e jogar a sociedade contra os movimentos sociais defensores dos direitos que lhes são usurpados, especialmente contra os sindicatos que, num contexto de relações de superexploração e intensificação do trabalho, lutam para resguardar minimamente os interesses dos trabalhadores.
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Os artigos do senhor Gustavo Ioschpe costumam ser exemplos constrangedores dessa “vocação”. Os argumentos que utiliza no artigo recentemente publicado impressionam, seja pela tamanha tacanhez e analfabetismo cívico e social, seja pelo descomunal cinismo diante de uma categoria com os maiores índices de doenças provenientes da superintensificação das condições precárias de trabalho às quais se
submete.
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Um dos argumentos fundamentais de Ioschpe é explicitado na seguinte afirmação: Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha que trabalhar mais, passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, aprofundar-se no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor – aulas mais curtas, maior salário, mais férias, maior estabilidade no emprego para montar seu plano de aula e faltar ao trabalho quando for necessário – é irrelevante ou até maléfico aos alunos.

A partir desse raciocínio de lógica formal, feito às canhas, tira duas conclusões bizarras. A primeira refere-se à atribuição do poder dos sindicatos ao seu suposto conflito de interesses com “a sociedade representada por seus filhos/alunos”: “É por haver esse potencial conflito de interesses entre a sociedade representada por seus filhos/alunos e os professores e funcionários da educação que o papel do sindicato vem ganhando importância e que os sindicatos são tão ativos (…)”.
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A segunda, linearmente vinculada à anterior, tenta estabelecer a existência de uma nefasta influência dos sindicatos sobre o desempenho dos alunos. Nesse caso, apoia-se em pesquisa do alemão Ludger Wossmann, fazendo um empobrecido recorte das suas conclusões, de modo a lhe permitir afirmar que “naquelas escolas em que os sindicatos têm forte impacto na determinação do currículo os alunos têm desempenho significativamente pior”.
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Os signatários deste breve texto analisam, há mais de dois anos, a agenda de trabalho de quarenta e duas entidades sindicais afiladas à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e acompanham ou atuam como afiliados nas ações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES-SN.
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O que extraímos dessas agendas de ação dos sindicatos é, em tudo, contrário às delirantes e deletérias conclusões do articulista.
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Em vez de citar pesquisas de segunda mão, para mostrar erudição e cientificidade em seu argumento, deveria apreender o que demanda uma análise efetivamente científica da realidade. Isso implicaria que de fato pesquisasse sobre a ação sindical docente e sobre os processos econômico-sociais e as políticas públicas com os quais se confronta e dialoga e, a partir dos quais, se constitui. Não imaginamos que um filho de banqueiros ignore que os bancos, os industriais, os latifundiários, a grande mídia têm suas federações ou organizações que fazem lobbies para ter as benesses do fundo público.
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Um efetivo envolvimento com as pesquisas e com os processos sociais permitiria ao autor perceber onde se situam os verdadeiros antagonismos e “descobrir” que os sindicatos não se criaram puxando-se de um atoleiro pelos cabelos – à moda do Barão de Münchhausen –, autoinventando-se, muito menos confrontando-se com os alunos e seus pais.
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As análises que não levam isso em conta, que se inventam puxando-se pelos cabelos a partir dos atoleiros dos próprios interesses, não conseguem apreender minimamente os sentidos dessa realidade e resultam na sequência constrangedora de banalidades e de afirmações levianas como as expostas por Ioschpe.
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Uma das mais gritantes é relativa ao entendimento do autor sobre quem representa a sociedade no processo educativo. É forçoso lembrar ao douto analista que os professores, a direção da escola e os sindicatos também pertencem à sociedade e não são filhos de banqueiros nem se locupletam com vantagens provenientes dos donos do poder.
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Ademais, valeria ao articulista inscrever-se num curso de história social, política e econômica para aprender uma elementar lição: o sindicato faz parte do que define a legalidade formal de uma sociedade capitalista, mas o ultraconservadorismo da revista na qual escreve e com a qual se identifica já não o reconhece, em tempos de vingança do capital contra os trabalhadores.
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Cabe ressaltar que todos os trocadilhos e as afirmações enfáticas produzidos pelo articulista não conseguem encobrir os interesses privados que defende e que afetam destrutivamente o sentido e o direito da população à educação básica pública, universal, gratuita, laica e unitária.
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Ao contrário do que afirma a respeito da influência dos sindicatos nos currículos, o que está mediocrizando a educação básica pública é a ingerência de institutos privados, bancos e financistas do agronegócio, que infestam os conteúdos escolares com cartilhas que empobrecem o processo de formação humana, impregnando-o com o discurso único do mercado – o da educação de empreendedores. E que, muitas vezes, com a anuência de grande parte das administrações públicas, retiram do professor a autoridade e a autonomia sobre o que ensinar e como ensinar dentro do projeto pedagógico que, por direito, eles constroem, coletivamente, a partir de sua realidade.
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O que o Sr. Ioschpe não mostra, descaradamente, é que esses institutos privados não buscam a educação pública de qualidade e nem atender o interesse dos pais e alunos, mas lucrar com a venda de pacotes de ensino, de metodologias pasteurizadas e de assessorias.
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Por fim, é de um cinismo e desfaçatez vergonhosa a caricatura que o articulista faz da luta docente por condições de trabalho e salário dignos. Caberia perguntar se o douto senhor estaria tranquilo com um salário-base de R$ 1.487,97, por quarenta horas semanais, para lecionar em até 10 turmas de cinquenta jovens. O desafio é: em vez de “peitar os sindicatos”, convide a sua turma para trabalhar 40 horas e acumular essa “fortuna” de salário básico. Ou, se preferir fazer um pouco mais, trabalhar em três turnos e em escolas diferentes. Provavelmente, esse piso para os docentes tem um valor bem menor que o que recebe o articulista para desqualificar e criminalizar, irresponsavelmente, uma instituição social que representa a maior parcela de trabalhadores no mundo.
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Mas a preocupação do articulista e da revista que o acolhe pode ir aumentando, porque, quando o cinismo e a desfaçatez vão além da conta, ajudam aqueles que ainda não estão sindicalizados a entender que devem fazê-lo o mais rápido possível.
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*Os três primeiros autores são professores do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ); professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colaboradora do PPFH/UERJ; educador, assessor sindical e doutorando do PPFH/UERJ.


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27/04/2011

NOTA DE FALECIMENTO - SEPE SÃO GONÇALO

É com extremo pesar que notificamos o falecimento do amigo e camarada Eduardo Manoel da Silva, Diretor do SEPE - SÃO GONÇALO.
CAMARADA EDUARDO, PRESENTE!!!
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A Falácia da meritocracia na escola

Cathie Black é uma sexagenária sem background nem experiência na educação que trabalhou na direção da Hearst Magazines e do Usa Today e com uma carreira longa na gestão da Coca Cola e IBM. É uma mulher ligada ao mundo empresarial e foi contratada pelo mayor de NYC, Michael Bloomberg, para levar à gestão das escolas públicas a mentalidade e a atitude do mundo empresarial e dos negócios.

O objetivo da contratação de Cathie Black para Chancellor das escolas públicas de NYC era claramente o fecho das escolas ineficazes.

Cathie Black tomou posse em Janeiro de 2011 e resignou em Março de 2011. Um dos dossiês que Black não conseguiu resolver prende-se com a intenção de fechar 22 escolas da cidade com maus resultados escolares. O outro dossiê prende-se com o elevado número de alunos por turma em algumas escolas da cidade. Pais e professores fizeram pressão no sentido da redução do número de alunos e Black encabeçou o lado contrário, fazendo afirmações em público algo controversas sobre as turmas com mais de 30 alunos, desvalorizando o problema.

Três meses no cargo de Chancellor das escola de NYC foram suficientes para que Cathie Black e o mayor, Michael Bloomberg, chegassem à conclusão de que a escolha foi errada. 

Que lições se podem tirar deste episódio para a reforma das escolas?
Os sindicatos e os democratas de esquerda  usam o fracasso de Cathie Black para argumentar contra a opção de colocar à frente dos sistemas escolares pessoas de fora do mundo da educação e que usam as estratégias do mundo empresarial para resolver os problemas das escolas.

Os republicanos mais à direita argumentam que o fracasso de Cathie Black resulta do bloqueio dos sindicatos às reformas nas escolas e apontam o caminho traçado pelo Governador do Wisconsin que pôs fim à negociação coletiva no Estado e aos contratos docentes por tempo indeterminado.

A demissão de Cathie Black em Março de 2011, assim como de Michael Rhee de Chancellor das escolas públicas de Washington DC, em Outubro de 2010, mostram que dirigir escolas não é o mesmo que gerir empresas. Sem envolvimento dos professores é quase impossível reformar as escolas.

Tanto Cathie Black como Michael Rhee são favoráveis ao merit pay, ao fim da tenure e à avaliação de desempenho centrada na evolução dos resultados dos alunos em testes estandardizados. Nem uma nem outra foram bem sucedidas nos propósitos.
Fonte :AQUI

Secretária de Educação de Nova York é demitida após três meses no cargo
A grande novidade recente foi a decisão do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, de substituir a chanceler das escolas da cidade, Cathleen Black, em 07 de abril. Ela ficou apenas três meses, o que estabelece um recorde de menor duração jamais visto nesta posição. O prefeito anunciou imediatamente a seleção de seu vice-prefeito de confiança, Dennis Walcott, como chanceler. No mesmo dia, o Comissário de Educação do Estado de Nova York David Steiner anunciou sua renúncia, após menos de dois anos no cargo. Eu escrevi sobre esses eventos em um blog do The New York Review of Books, por isso não vou dar a história completa aqui. 
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Há uma ironia rica nestes processos. Nos últimos meses, o prefeito fez uma campanha vigorosa contra a estabilidade dos professores, agora conhecida como "LIFO" ou "Last In, First Out". Com o apoio da mídia, ele argumentou que a experiência não importa quando se trata de ensinar. A expulsão rápida de Cathie Black sugere que o prefeito Bloomberg não é totalmente avesso à prática do LIFO. E quando o prefeito nomeou o vice-prefeito Walcott, ele destacou em Walcott a longa experiência no campo da educação como sendo a sua qualificação principal para essa posição muito importante.
Quando a nomeação de Black foi anunciada pelo prefeito, ele recebeu considerações efusivas de líderes empresariais da cidade que asseguraram ao público que Black tinha exatamente as competências "essenciais para a condução de qualquer grande organização, quer no sector privado, público ou sem fins lucrativos", e que "seria difícil encontrar um candidato mais qualificado e mais capaz do que Cathie Black". Black recebeu apoio igualmente entusiasmado de ex-prefeitos como Edward I. Koch, N. David Dinkins, e Rudy Giuliani, bem como de celebridades como Gloria Steinem, Oprah e Michelle Rhee.
Que lições foram aprendidas com este fiasco? (Hesito em falar sobre as "lições aprendidas", porque em nossos dias nenhum formulador de políticas educacionais de alto nível parece dar importância para evidência ou lógica ou história).
É agora evidente que Black não tinha as habilidades essenciais para a condução do maior sistema escolar público da nação. O prefeito Bloomberg destacou que ela era uma "gestora superstar" e ela pode muito bem ter sido uma estrela como diretora-presidente da Hearst Magazines. Mas agora sabemos que o sucesso nos negócios não é garantia de sucesso na educação. Quando se entra na posição mais elevada no sector da educação, deve-se ter um profundo conhecimento e experiência com escolas, crianças, currículo e avaliação, ensino e aprendizagem, os meandros da legislação federal e estadual, e uma série de outras questões. É preciso ser capaz de interagir com respeito e com conhecimento com os pais, funcionários e com o público. Infelizmente, Black não tinha nenhum conhecimento e nenhuma dessas habilidades. Os pais da escola pública se sentiram especialmente ofendido com a ideia de que o destino de seus filhos estava em mãos de alguém tão desprovido de experiência ou qualificação para o trabalho.
Os empresários parecem agir na suposição de que se você é bom em marketing e vendas ou contabilidade, você pode transferir essas habilidades para qualquer produto. Se você está no mercado de sabão ou de automóveis ou computadores ou revistas não faz qualquer diferença.
Mas, se aprendemos alguma coisa com a experiência de Cathie Black, é que a educação não é intercambiável com as empresas. Educação não é um negócio. Seu pressuposto é oferecer educação de qualidade a todas as crianças, não a segmentação de seu mercado para competir com outras empresas. Ela opera sobre o princípio da igualdade de oportunidades educativas, não como uma corrida para ver quem pode vender mais e ganhar a maior quota de mercado e colocar os outros para fora.
O controle do Prefeito foi parte do problema em Nova York. O prefeito Bloomberg, como no passado, não sentiu necessidade de ter um processo transparente ou fazer uma seleção nacional. Ele não viu porque os funcionários públicos ou outros eleitos deveriam ter voz na seleção. A decisão pertenceu somente a ele, e os pontos de vista dos outros não importaram, certamente não as opiniões dos pais. No entanto, o Secretário da Educação dos EUA Arne Duncan continua a apoiar o controle do prefeito, a vontade férrea do prefeito ser absoluto, e tem feito muito pouco em Cleveland e Chicago, ou, no caso, Nova York. Em junho passado, o Departamento de Educação do Estado de Nova York admitiu que as pontuações eram exageradas, e o “milagre” de Nova York muito divulgado, evaporou-se. Subsequentemente, as classificações do prefeito Bloomberg nas pesquisas comearam a cair, em parte devido à resposta inepta da prefeitura da cidade a uma grande tempestade de neve de dezembro, mas também porque o público percebeu que não tinha havido milagre educacional. Na última pesquisa, bem antes de Cathie Black renunciar, apenas 27 por cento da população aprovou a manipulação das escolas públicas pelo prefeito (a classificação da aprovação de Black foi de 17 por cento). Para um prefeito que queria que a educação fosse o seu legado, esta foi uma pílula amarga, e Black teve que ir-se.
Assim, grande parte da agenda da reforma empresarial atual está construída sobre princípios emprestados do mundo dos negócios. A competição é uma suposta impulsionadora de maiores pontuações nos testes. Os resultados do teste são os lucros. As escolas que não podem obter maiores pontuações nos testes estão falhando e devem ser fechadas. Os professores cujos alunos recebem pontuações mais altas devem receber bônus. Os professores cujos alunos não recebem pontuações altas devem ser demitidos. O dinheiro público deve ser entregue a empresários privados, livre das regulamentações onerosas impostas à escola pública regular, para que eles possam competir para conseguir maior pontuação.
Depois de quase uma década de No Child Left Behind, a mídia parece aceitar que este é o modo como as escolas devem funcionar. Elas vêm e vão, como lojas de sapato. Se os lucros aumentam, elas são boas. Se os lucros caem, elas são fechadas.
Assim, fazia todo o sentido, pelo menos para o prefeito Bloomberg, que uma executiva bem sucedida poderia vender seu programa. Afinal, ela abriu e fechou muitas revistas, porque não faria o mesmo com as escolas? Mas não funcionou. Ela não sabia a língua, os problemas, os jogadores, ou qualquer coisa sobre a educação pública ou sobre o desenvolvimento da criança ou a avaliação ou a prestação de contas ou qualquer das batalhas políticas encenadas atualmente.
Dennis Walcott, o sucessor de Black, ganhou a renúncia do comissário do ensino público em um piscar de olhos. Ao contrário de Black, que não tinha qualquer experiência ou qualificação, Walcott passou 18 meses ensinando no jardim de infância em uma creche há muitos anos. Ele tinha também sido da Urban League local e atuado no agora abolido Conselho de Educação. Ele vai chegar aos pais e acalmá-los. Ele sabe dos problemas e conhece a linguagem. Ele conhece os legisladores, as leis e as políticas. E ele vai continuar as políticas do prefeito de fechar escolas públicas, colocando as escolas charter em edifícios escolares públicos, ranqueando as escolas em base a resultados de testes, avaliando os professores pelo desempenho dos seus alunos, exigindo o fim da estabilidade, e fazendo exatamente o que o prefeito vem fazendo desde 2002. E, como o prefeito, ele vai continuar a louvar as realizações dramáticas da cidade, ignorando a deflação embaraçosa do milagre das pontuações da cidade no teste de Junho passado.
Deveria haver uma lei: não ostentar. Qualquer pessoa que se gabe de ganhos em pontuações de teste deveria ser imediatamente presa por desacato no tribunal da opinião pública. Os melhores educadores, como os melhores profissionais em qualquer campo, são aqueles que fazem bem o seu trabalho, sem alarde, sem uma equipe de relações públicas, sem um megafone. Eu sei que sonho com o impossível, mas para que são os sonhos?
 Fonte:http://avaliacaoeducacional.zip.net/
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Professores da Unicamp rebatem Paulo Renato / A UNICAMP RESPONDE A PAULO RENATO

Ao tentar defender a política meritocrática repaginada pela Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, o Sr. Secretário da Educação Paulo Renato Souza atribui grande responsabilidade pelos problemas da escola aos professores e à sua formação, apontando as Faculdades de Educação, e nominalmente a Unicamp e Usp, pelos males da Educação do Estado de São Paulo.

Afirma o Sr. Secretário que a formação nesses cursos é muito teórica e ideológica, em que se defende a ausência de método e não se provê o professor de técnicas adequadas de ensino.
Não ingenuamente, o Sr. Secretário de Educação faz parecer que universidades públicas e privadas funcionam a partir dos mesmos princípios e condições, com os mesmos propósitos e a mesma qualidade, o que nem de longe corresponde à realidade.

Induz também a pensarmos que são as instituições públicas que formam a maioria dos professores do Estado, o que também não corresponde à realidade. No Estado de São Paulo, infelizmente, as universidades públicas paulistas são responsáveis por apenas 25% das vagas universitárias, contra 75% das privadas.

Vale dizer que essa discrepância não parte de uma opção das universidades públicas, mas foi produzida, nos últimos 15 anos, pela própria política de encolhimento do setor público e ampliação do setor privado que ele, então Ministro da Educação, ajudou a implementar.

Soa estranho, então, que a responsabilização pela suposta má formação dos professores recaia exatamente no setor minoritário, em termos numéricos, quanto à formação de professores.

Pior fica perceber que o ex-Ministro e atual Secretário de Educação do Estado desconhece os projetos e currículos dos cursos de pedagogia da Unicamp e USP, pelos quais o Estado é responsável.

No caso do curso de Pedagogia da Unicamp, há mais de uma década temos defendido e trabalhado, como princípios norteadores de nosso currículo, a formação teórica sólida (da qual certamente não abrimos mão, já que formamos educadores e não técnicos), a pesquisa como eixo de formação, a unidade teoria-prática, sendo o nosso compromisso, como universidade pública, com a educação pública de qualidade para todos. Em nossa última reforma curricular, foi exatamente nas atividades de pesquisa e prática, e no estágio supervisionado, que logramos ampliar nossa carga horária e nossas experiências de formação.

Nada na nossa organização curricular e nos nossos planos de ensino aponta para a defesa do espontaneísmo e ausência de pesquisa sobre a prática, como afirma nosso secretário. Equivoca-se o Sr. Secretário ao confundir autonomia do professor, como intelectual que reflete sobre a própria prática e toma decisões, com ausência de método. Nossa ênfase na formação continuada a partir dos projetos pedagógicos das escolas, como trabalho coletivo, reforçam essa diferença.
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Se pensar criticamente a realidade, conhecer os problemas do nosso país, dos nossos alunos concretos, dos nossos professores concretos, é visto pelo Sr. Secretário como “viés ideológico”, o que dizer da assunção de uma meritocracia cruel e desumana, que se assenta de forma alienada sobre as profundas desigualdades que marcam o nosso Estado e o nosso país, escamoteando e ocultando suas verdadeiras causas por meio do discurso falacioso da meritocracia? Não haverá também aí viés ideológico, e a questão não estaria na opção que fazermos, de nossa parte, por defender uma educação de qualidade para todos, e da parte do Governo do Estado, em manter a desigualdade entre a educação para o povo e a educação para as elites? Ou pretende o Sr. Secretário zombar da inteligência do leitor, querendo fazer crer que a política por ele desenvolvida é neutra, imparcial, desprovida de ideologia?

Apenas para ilustrar nosso compromisso e vínculo com a realidade e o cotidiano escolar, e a relevância do trabalho que realizamos, segundo dados fornecidos pela Assessoria de Imprensa da Unicamp, a pesquisa realizada nesta Universidade mais consultada neste ano de 2009 é da Faculdade de Educação e, talvez para surpresa do Sr. Secretário, trata de uma questão pungente da sala de aula: o ensino de matemática. Esse é apenas um exemplo dos estudos que realizamos e nossa produção aponta a intensidade do vínculo que estabelecemos com a escola pública, nas nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Além disso, o Sr. Secretário desconhece que o curso de Pedagogia da Unicamp foi reconhecido, durante os últimos anos, como um dos melhores do país.

Quanto à forma como encaramos a relação público-privado, vale salientar que, em muitos países em que dizemos nos espelhar, a educação pública de qualidade é um direito da população, as condições de trabalho e salário docente são garantidas sem a necessidade do apelo à alegoria do discurso meritocrático, e a maioria das vagas universitárias são públicas (como nos Estados Unidos e na nossa vizinha Argentina). E, para informação do Sr. Secretário, a verba pública não é do governo nem do setor econômico; provém dos muitos impostos que nós, trabalhadores paulistas, brasileiros, pagamos, com o suor de nosso trabalho. A educação de qualidade, portanto, é nosso direito e obrigação do Estado.

Congregação dos professores da Faculdade de Educação da UNICAMP


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Senado aprova aumento na frequência mínima nas escolas

Brasília - O Senado aprovou, na manhã desta terça-feira, o projeto  de lei de autoria do ex-senador Wilson Matos, que eleva a frequência mínima para aprovação dos alunos do ensino básico dos atuais 75% para 80%. O projeto foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado Federal, em Brasília (DF).

Segundo o texto aprovado, "o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de oitenta por cento do total de horas letivas para aprovação".

O projeto original estabelecia o aumento de 75% para 85% do total de horas letivas, percentual que, segundo o relator Inácio Arruda (PCdoB-CE), poderia impor ao estudante trabalhador um "entrave intransponível à sua formação pessoal".

O projeto será examinado ainda em turno suplementar - como anunciado durante a reunião pelo presidente da comissão, senador Roberto Requião (PMDB-PR) - por ter sido aprovado na forma de um substitutivo (houve mudança no projeto original).
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Com informações da Agência Senado

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Escolas da rede pública de Maricá em estado precário

Pelo menos duas unidades de ensino funcionam em imóveis improvisados e alunos e professores reclamam. Descontos nos contracheques e falta de material também causam revolta


Quinta-feira foi o último dia de aulas para milhares de alunos de escolas municipais de Maricá e, segundo professores, esta sexta-feira será um dia de alívio para os estudantes de escolas do distrito de Itaipuaçu. De acordo com o Sindicato de Professores Municipais de Maricá (SPMM), pelo menos duas escolas no bairro funcionam em edificações que não são apropriadas para a atividade escolar e o pouco espaço dos cômodos transformados em salas de aula estariam deixando os estudantes num “aperto”. Entre as unidades, uma escola interditada no ano passado por ameaça de deslizamento e que ainda não tem sede definitiva.

Uma professora da Escola Municipal Ataliba de Macedo Domingues, que pediu para não ser identificada com medo de represálias, diz que as adaptações, feitas com divisórias não bloqueiam o som. A unidade funcionava na Estrada de Itaipuaçu, na altura do quilômetro cinco, mas foi transferida para uma casa onde funcionava uma escola de dança em Itaocaia Valley.
“O prédio foi adaptado com divisórias em vez de paredes e todo o som do Jardim de Infância acaba chegando até a sala do 5º Ano. Meus alunos reclamam principalmente em época de provas, dizendo que não conseguem se concentrar. Uma amiga precisou trocar de sala depois que ficou com problemas nas cordas vocais. Estamos dando aula onde antes era uma varanda”.
No mesmo bairro, a Escola Municipal Mata Atlântica, na região conhecida como Recanto de Itaipuaçu, também teria sido instalada em uma casa alugada. A professora Shirley Aguiar Vieira, diretora do sindicato, diz que o ambiente impede que a unidade funcione com educação integral.
“Esta é uma escola nova, criada nesta gestão, que está instalada em uma casa sem a estrutura necessária à prática pedagógica. Não é uma escola transferida de forma emergencial. O projeto para a unidade é que oferecesse educação integral, mas pela falta de espaço acaba recebendo os alunos em dois turnos”, diz Shirley Vieira.
O prefeito Washington Quaquá declarou que todas as 40 escolas do município passarão por reformas e que sete já estariam prontas. Confiante na educação municipal, disse que o próprio filho estuda em escola da rede.
Descontos no salário e falta de material também revoltam
Outro assunto revolta os profissionais de educação. Os professores de Maricá teriam encontrado desconto nos contracheques no mês de junho. Os dois dias descontados seriam referentes a paralisações de 24 horas. Os professores teriam proposto a reposição das aulas, mas o desconto já teria sido efetuado.
“Fizemos uma paralisação em maio e, depois, outra no dia 24 de maio, quando foi realizada uma audiência pública para discutir a educação em Maricá. Como descontam o dia da audiência também? Será que os professores não podem participar de uma audiência pública voltada para a educação?” indigna-se Shirley Vieira, diretora do SPMM.
De acordo com o sindicato, apesar do reajuste salarial de 5% concedido ser inferior aos 51,12%, as maiores dificuldades enfrentadas estariam nas instalações da rede e na falta de materiais de papelaria.
Explicações – A Secretaria de Educação de Maricá informa que todas as escolas da rede vão passar por adaptações para receber os alunos em tempo integral e também para o projeto da Escola Popular Transformadora (EPT). Ainda segundo o órgão, escolas que passaram por reformas foram entregues, recentemente, à população com novas e maiores dependências, como a Cônego Batalha, na Gambôa. A Escola  Municipal Mata Atlântica seria um projeto piloto de unidade integrada ao perfil da sustentabilidade, mas que ainda sofrerá outras adaptações, bem como o restante da rede.
Questionado sobre a situação dos  descontos salariais, o Executivo respondeu apenas que “pelo segundo ano consecutivo, a Prefeitura concede aumento aos professores da rede municipal. O pagamento de junho já virá com o reajuste de 5% mais a diferença relativa a maio, a partir de quando esse índice foi concedido. Em setembro, mais 2,8% serão acrescentados. Em 2009, mesmo com dificuldades orçamentárias, a categoria conseguiu aumento de 6% referente à inflação de 2008”.

O Fluminense

26/04/2011

CHÁVEZ ENTREGA MILITANTE AO ESTADO TERRORISTA COLOMBIANO, PERDE A CONFIANÇA DA ESQUERDA E NÃO GANHARÁ A DA DIREITA

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) manifesta sua indignação com a recente detenção, em Caracas, do militante colombiano Joaquim Pérez Becerra, quando chegava de um vôo procedente da Alemanha, e sua posterior extradição ilegal e ignóbil para a Colômbia.
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Ex-vereador da União Patriótica no município de Corinto, Estado de Valle Cauca, e um dos poucos sobreviventes do extermínio de mais de 5.000 militantes dessa organização, promovido nos anos noventa pelo estado terrorista colombiano, Perez foi obrigado a fugir das perseguições na Colômbia e se exilar na Suécia. Sua esposa foi seqüestrada pelos grupos paramilitares. Atualmente, Pérez é diretor do portal de notícias ANNCOL, especializado em informações alternativas sobre a luta do povo colombiano.
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O PCB se soma à indignação generalizada de todas as forças progressistas do mundo em relação à detenção e à extradição arbitrárias, feitas de comum acordo com o serviço de inteligência colombiano (subordinado à CIA), violando todos os princípios democráticos, jurídicos e de respeito aos direitos humanos. Pérez tem cidadania e uma vida legal na Suécia, onde exerce o jornalismo.
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A entrega à Colômbia de um cidadão procurado pelos serviços de inteligência desse país é uma verdadeira sentença de morte, dada a selvageria e brutalidade com que são tratados os prisioneiros políticos do estado colombiano, que se transformou, como Israel no Oriente Médio, em uma grande base militar do imperialismo norte-americano contra a América Latina.
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É um erro grave Chávez imaginar que, cedendo a pressões, diminuirá a oposição que lhe movem a burguesia venezuelana e o imperialismo. Pelo contrário: quanto mais cede, mais lhe farão novas exigências. Só vai agradar o capital se puser fim à revolução bolivariana. E mesmo assim não será perdoado, mas humilhado. O exemplo da Líbia mostra que não basta fazer concessões.
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Além disso, há uma questão de princípio. Mais do que um erro, trata-se de uma traição. Como um governo que se diz revolucionário pode entregar um militante de esquerda às forças mais reacionárias da América Latina, sabendo que seu destino será a tortura ou mesmo a morte nas sinistras prisões colombianas? Como um governante que se diz revolucionário pode colaborar com os serviços secretos colombianos e norte-americanos?
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E esta não é a primeira concessão de Chávez nesta questão de princípio. Primeiro, extraditou para os cárceres espanhóis militantes bascos refugiados na Venezuela. Depois, repatriou para a Colômbia militantes das FARC e do ELN.
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O PCB – com a autoridade de ter apoiado com independência política, até agora, o governo Chávez e, principalmente, o processo de mudanças na Venezuela - faz um chamado a todas as forças progressistas, às organizações sociais e da juventude, às organizações populares e aos defensores dos direitos humanos em nosso continente e ao povo venezuelano, em particular, no sentido de expressarmos firme repúdio à detenção e extradição do companheiro Joaquim Pérez Becerra.
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A estas torpes decisões de entregar militantes a seus verdugos, soma-se agora uma obscura negociação em curso em Caracas, envolvendo Chávez, Manoel Zelaya, o ditador hondurenho (Porfírio Lobo) e o presidente da Colômbia (Santos), com o objetivo de legitimar o golpe de estado em Honduras, com o reconhecimento do governo de fato por parte da OEA, em troca de algumas concessões no campo da democracia burguesa.
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Trata-se claramente de uma inflexão do governo Chávez à direita, rendendo-se aos setores corruptos e anticomunistas e aos novos burgueses que o cercam e, sobretudo, ao capital e ao imperialismo. O destino da chamada revolução bolivariana está agora nas mãos do povo venezuelano, sobretudo dos trabalhadores e do proletariado em geral.
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Fica aqui nossa solidariedade militante aos povos venezuelano e colombiano, às suas organizações revolucionárias e, nomeadamente, ao Movimento Continental Bolivariano (MCB) e à Agência de Notícias ANNCOL, que continuarão contando com o nosso Partido na luta emancipatória de todos os oprimidos da América Latina.
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Toda solidariedade aos que lutam!
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Comissão Política Nacional
Rio de Janeiro, 26 de abril de 2011

E.M TASSO DA SILVEIRA - O impossível retorno

Gabriel Perissé

A escola Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio, foi palco de um holocausto. Os danos psicológicos que alunos, seus pais e professores estão sofrendo jamais serão superados. Escola massacrada, escola estigmatizada.
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Quem teria estrutura psicológica para retornar ao local de um massacre e, nele, voltar a estudar e lecionar, voltar a brincar e fazer planos para o futuro? Qual criança poderá descer e subir novamente as escadas, sem vê-las como um mar de sangue?
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Não se trata de um caso de polícia simplesmente. Não se trata de instalar detectores de metal e câmeras de vídeo; serão tão úteis ou inúteis como as que existem em bancos e outras instituições. De nada adianta pintar as paredes com novas cores. Celebrar cultos ecumênicos. Promover shows ou levar jogadores de futebol para visitar as vítimas. Nada disso vai alterar o passado. Pesadelos não podem ser controlados da noite para o dia.
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João Ubaldo Ribeiro, no domingo (Estado de S.Paulo, 17/04), descreveu a dor e o sofrimento que se abateram sobre aquela comunidade escolar e sobre nós:
"Coitados de tantos jovens trucidados bárbara e sadicamente, coitadas das mães que jamais se recuperarão do golpe recebido, coitados dos pais cujo sofrimento jamais cessará, coitados dos sobreviventes que jamais deixarão de carregar essa lembrança de terror, coitados de nós todos, lançados no horror de tanta aflição, participantes, mesmo muito distantes, da tragédia."
Postura solidária
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Em inúmeras entrevistas e matérias, fica evidente que as crianças temem andar de novo por aqueles corredores, frequentar aquelas salas e reviver, na memória, o encontro cara a cara com a loucura e a morte.
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O fácil (e frio) discurso da superação é insuficiente. Por que o poder público carioca quer forçar o retorno às aulas neste prédio, a rápida recuperação da escola e da vizinhança? Tangencia-se o cinismo. Por que fazer de conta que tudo voltará à normalidade? Esquecer a história? A escola massacrada deveria se transformar agora num memorial da paz, num local para se refletir sobre temas da educação contemporânea: tolerância, inclusão, bullying...
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Que os alunos e professores sejam transferidos, em respeito à dor que sentem, à angústia, ao medo. Que a escola Tasso da Silveira seja realmente reinventada, mais do que maquiada. Que suas instalações recebam outro significado social e novas funções. Que se torne símbolo de uma postura solidária e humanitária!
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FONTE:http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=638JDB004

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25/04/2011

São Gonçalo abre concurso para 521 vagas. Todos os níveis

Saiu o concurso para a Prefeitura de São Gonçalo, na Região Metropolitana, a 30km do Rio de Janeiro. A seleção destina-se ao preenchimento de 521 vagas, em cargos de todos os níveis de escolaridade, distribuídos por diversas áreas.

Os vencimentos variam de R$ 277,14 + Gratificações (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO) R$325,22 ( OUTRAS SECRETARIAS - mais gratificações - ainda não informadas) a R$1.500, para carga de trabalho de até 40 horas semanais. As inscrições já estão abertas e prosseguem até 18 de maio.

Os destaques são os cargos de guarda municipal, destinado ao preenchimento de 50 vagas, e de técnico de apoio especializado/Controle Urbano, com 45 oportunidades, ambos com exigência de nível médio. A função com a maior oferta - 100 vagas - é a de professor docente II, que requer nível médio/Normal ou curso superior ou curso de Pedagogia para Educação Infantil e séries iniciais do ensino fundamental.

Os contratados serão regidos pelo regime estatutário, que garante a estabilidade empregatícia. O prazo de validade do concurso é de dois anos, prorrogável por igual período.

As inscrições são aceitas no site da Fundação Ceperj (AQUI) organizadora. Os candidatos devem acessar o endereço eletrônico da instituição para preencher o formulário. Em seguida, será preciso imprimir o boleto referente à taxa (R$25 para o nível fundamental, R$45 para o médio e R$50 para o superior) e pagá-lo, preferencialmente nas agências do banco do Itaú, até a data contida no documento.

A opção para quem não tem acesso à internet é o posto de atendimento. No Rio de Janeiro, as inscrições presenciais serão feitas na sede da Ceperj, nos dias úteis, das 10h às 16h. Em São Gonçalo, os candidatos terão que se dirigir a um dos três postos do município, das 9h às 16h30.

Poderão solicitar isenção de taxa os candidatos que comprovarem pelo menos três doações anuais de sangue ou a falta de condições financeiras para arcar com os custos. O pedido deve ser feito nos postos de atendimento, até o próximo dia 4.

Serão aceitas inscrições para mais de um cargo, já que as provas dos concorrentes às vagas dos níveis fundamental e superior acontecerão pela manhã, e as do ensino médio, à tarde. Os exames estão previstos para o dia 5 de junho, para todos.

O processo seletivo consistirá em provas objetivas, para todos os cargos, e discursiva, somente para procurador. Além disso, dependendo da função, haverá exames práticos, avaliação de títulos e teste de capacidade física.
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LEIA O EDITAL AQUI 

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São João de Meriti: inscrições para 691 vagas

Estão abertas, até o dia 22 de maio, as inscrições para o concurso da Prefeitura de São João de Meriti, município localizado a 25km do Rio de Janeiro, que visa ao preenchimento de 691 vagas, em cargo de todos os níveis de escolaridade. As oportunidades são para lotação nas secretarias de Educação, Obras, Administração e Ambiental. Os vencimentos podem chegar a R$6.154,77, incluindo as gratificações oferecidas a alguns cargos, para carga de trabalho de até 40 horas semanais.

São destinadas 275 vagas para o magistério, sendo 250 para professor II (cargo que exige nível médio e curso de formação de professores ou curso normal, reconhecidos pelo MEC) e 25 para professor I (onde é necessário possuir graduação em Ensino Religioso, Artes, Inglês, História, Matemática e/ou Português).

Mesmo com grande parte das vagas serem destinadas à área de Educação, o prefeito Sandro Gama explica que todos os setores são prioritários. "Nossa gestão não tem prioridades, todas são importantes. Os setores contemplados no concurso são os que precisam de pessoal mais imediato. Perdemos muitos professores nos últimos anos, mas agora temos um plano de cargos e salários", afirma.

As inscrições podem ser feitas pelo site da Fundação Trompowsky, organizadora, ou no posto de atendimento, localizado na Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, de São João de Meriti. Após retificação do edital, os valores das taxas foram alterados, havendo inclusive uma redução: R$50 para cargos que exigem o nível fundamental (não mais R$60), R$60 para o nível médio (antes era R$85), R$70 para as funções de nível superior da Secretaria de Educação e R$125 para os demais graduados. 

Os pedidos de isenção devem ser feitos, no postos de atendimento, até o próximo dia 20, e o resultado será divulgado no dia 10 de maio. Os cartões de confirmação, com local e horário de aplicação das provas, poderão ser consultados a partir do dia 15 de junho.

Vale destacar também que a retificação do edita alterou os requisitos de alguns cargos. A validade da seleção é de dois anos, prorrogável por igual período.

Inscrições Online:  www.trompowsky.org.br

Posto: Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Rua Paranaense, s/nº, Vilar dos Teles), nos dias úteis, das 10h às 16h.

UniRio: novo concurso para o magistério

A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) abriu nesta terça-feira, dia 19, concurso para o magistério. A oferta inicial é de seis vagas para professor assistente e adjunto, em diversas áreas de conhecimento. Os interessados tem até o dia 28 de maio para se inscrever. Podem participar aqueles que possuem titulação de mestrado ou doutorado. A remuneração varia entre R$3.016,52 e R$7.333,57, em regime de trabalho de dedicação exclusiva.

Há oportunidades para os formados nas áreas de Linguística, Ciências Humanas e Biológicas, Engenharia de Produção, Enfermagem, entre outras. As oportunidades são destinadas ao Centro de Letras e Artes (1), Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (1) e Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (nos departamentos de Botânica (1), Ciências Fisiológicas (2) e Enfermagem Fundamental(1)).

As inscrições devem ser feitas, presencialmente, através de requerimento a ser preenchido e encaminhado ao diretor da unidade responsável pela vaga. A taxa, que varia de R$75 a R$183, deverá ser quitada através da
Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança) somente nas agências do Banco do Brasil. O documento estará disponível nos caixas das agências bancárias e também no site do Tesouro Nacional.

Para se inscrever, o candidato deverá estar munido de comprovante de pagamento da taxa, currículo devidamente documentado e encadernado, cópia de documento de identidade autenticada e declaração de que conhece e aceita os termos do edital e se responsabiliza pela veracidade das informações apresentadas.

O concurso contará com quatro etapas: prova escrita, didática, prática e avaliação de títulos, em caráter eliminatório e classificatório, em datas ainda a serem definidas. A seleção é válida por um ano, prorrogável por igual período.

GRU: www.stn.fazenda.gov.br  que deverá ser preenchida com os códigos: UG 154034, Gestão 15255, Código GRU 28883-7.
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Inscrições: Centro de Letras e Artes - Protocolo do CLA - Av. Pasteur, 436 (fundos) Urca (das 14h às 19h); Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia - Protocolo do CCH - Av. Pasteur, 458 (fundos) Urca (das 9h às 11h e das 15h às 17h); Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Protocolo do CCBS - Rua Silva Ramos, 32 (fundos do HUGG) Tijuca (das 9h às 16h). Atendimento será feito somente em dias úteis.

fonte folha dirigida



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24/04/2011

O ensino do agronegócio na escola pública

[Eduardo Sales de Lima] Setor aposta na educação para manter sua influência, ou alienação, sobre a futura geração de trabalhadores.
O cantor e compositor Alceu Valença é um ilustre admirador da cana-de-açúcar. A pequena Quirinópolis, no sul de Goiás, nunca mais foi a mesma depois da chegada de duas usinas de açúcar e etanol. O etanol não compete com os alimentos. A cana-de-açúcar já é segunda maior fonte de energia limpa do país..
Essas e outras informações positivas sobre setor sucroalcooleiro estão compiladas numa cartilha. O problema é que essa propaganda está sendo trabalhada como disciplina em escolas públicas no interior do Brasil. O Projeto Agora é de responsabilidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (única) e atinge educandos da 7ª. e 8ª. séries, com idade entre 12 a 15 anos, em uma parceria público-privada entre instituições governamentais, sindicatos e empresas como Itaú, Monsanto e Basf.
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Cem municípios da região centro-sul, espalhados por São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás, contam com o projeto. Resumidamente, a apostila usada em sala de aula foca o desenvolvimento do setor canavieiro no Brasil e o empreendedorismo dos grandes latifundiários sob a ótica do progresso, sem apresentar aos alunos qualquer exemplo que venha desvelar contradições trabalhistas ou ambientais. A apostila não pondera, por exemplo, as contradições do trabalho escravo e a superexploração dos cortadores de cana-de-açúcar em tempos atuais. E que a monocultura e o latifúndio sempre foram "avessos à diversidade produtiva".
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No mínimo, um problema pedagógico para a economista e educadora Roberta Traspadini. "Não aparecem as lutas ocorridas nos territórios, as disputas reais vividas pelos diversos sujeitos sociais, e a produção de processos políticos antagônicos sobre a apropriação do trabalho", critica, em recente artigo.
Ela reforça ainda que o ensino do agronegócio dentro da escola pública passa por uma "validação da lógica dominante voltada para os grandes projetos, para a incorporação de um ser pertencente à vantagem competitiva do grande capital, ou um ser excluído desta possibilidade". Não só isso, denuncia-o como um processo de construção da intencionalidade "educativa" do capital que objetiva formar um "exército industrial de reserva consciente de sua necessidade de inclusão dentro da ordem".
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Naturalização
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Não é apenas a Unica que tem seguido essa estratégia de propaganda dentro do ensino público. Em Ribeirão Preto (SP), as concepções do agronegócio estão sendo repassadas aos estudantes por meio do projeto "Agronegócio na Escola" e têm gerado polêmica na cidade. O Conselho Municipal de Educação entrou na briga e pediu detalhes sobre o projeto pedagógico. Desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio da região de Ribeirão Preto (Abag-RP), o programa é utilizado nas aulas a alunos do 8º e do 9º ano desde 2009. Anteriormente, o projeto foi aplicado por dez anos na rede estadual. Cerca de 112 mil estudantes da região já passaram pelo curso.
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A Abag-RP oferece cartilhas aos estudantes e um vídeo, que é utilizado por professores nas aulas. A cartilha aborda temas como o surgimento da agricultura e sua modernização. Professores são levados para conhecer usinas e são capacitados pela entidade.
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A Secretaria da Educação do município e a entidade patronal defendem que o conteúdo aborda temas regionais importantes, tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista social, e que trabalham simplesmente com a realidade em que os alunos estão imersos
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Mas não é assim que enxerga a integrante do Conselho Municipal de Educação de Ribeirão Preto, Ana Paula Soares da Silva. Na visão dela, é importante que as crianças e adolescentes conheçam o agronegócio; o problema ocorre quando o material auxilia na naturalização dos problemas gerados nesse meio. "Esse material ajuda a naturalizar as desigualdades, as relações de propriedade e de dominação", argumenta. Mesmo dentro da linha da educação contextualizada, segundo ela, outras práticas deveriam ser abordadas, como a agroecologia, por exemplo.
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"Dominação"
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Outro programa pedagógico polêmico, o Projeto Escola no Campo, a exemplo dos já mencionados, nasceu em 1991, por meio de uma parceria da Syngenta, transnacional do ramo de sementes, com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Ampliou-se para outros estados e até 2007 já havia atingido cerca de 405 mil crianças de comunidades rurais do país.
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Maria Cristina Vargas, do setor de educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), relata o quão grave é a transmissão dessas ideias à população jovem do campo. Segundo ela, por meio desse projeto tenta-se convencer os estudantes, por exemplo, da positividade da relação entre sustentabilidade e utilização dos agrotóxicos. "Eles trabalham que o saudável é o bonito, é a plantação limpa, sem ter a diferenciação de outras espécies, a diversidade de culturas", denuncia a educadora.
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Segundo Ana Paula Soares da Silva, não é necessário ir muito a fundo no debate para concluir que os materiais pedagógicos distribuídos pelo agronegócio tentam esconder diferenças e intenções de "classe". "A intenção é de que as pessoas vão aceitando isso, deixando de ser o sujeito histórico, com a possibilidade de mudar a história. Não são projetos que incluem, não são projetos de justiça social; mas de dominação", arremata.

O Brasil de Fato entrou em contato com assessoria de imprensa da Unica, que afirmou ainda não haver um posicionamento sobre as críticas ao Projeto Agora.
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Secretaria de Estado de Educação Professor II: inscrições abertas para 200 vagas

A Secretaria Estadual de Educação abriu seleção temporária que visa à formação de cadastro com 200 vagas de professor II, para atuação nos anos iniciais do Ensino Fundamental. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo site da própria secretaria até a próxima segunda-feira, dia 18.

Para concorrer, é preciso que o candidato tenha habilitação necessária para lecionar nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os salários, prazo de contrato e jornada de trabalho ainda serão confirmados.

Os interessados deverão preencher uma ficha de inscrição, especificando os dados pessoais, entre outras informações curriculares. Para fins de pontuação, serão considerados os títulos, experiência em regência de turma na rede estadual de ensino e também a regência em instituições federais e municipais.

Serão utilizados como critérios de desempate para classificação do candidato: maior pontuação na titulação; mais idoso; e residir mais
próximo ao local de atuação no contrato temporário. Os selecionados, que comporão cadastro reserva, serão convocados por ordem de classificação, de acordo com as necessidades identificadas.

A chamada ocorrerá por meio de correspondência. O selecionados deverão comparecer às regionais de inscrição, no dia e hora determinados na correspondência de convocação para a contratação, com a seguinte documentação (original e cópia): carteira de identidade; carteira de trabalho e previdência social; CPF; título de eleitor, comprovando a quitação com a Justiça Eleitoral; PIS/PASEP; certificado de serviço militar, quando for o caso; comprovante de naturalização, quanto for o caso; comprovante de residência; documentação comprobatória de experiência na área de atuação; documentação comprobatória dos títulos que possui; documentação comprobatória da habilitação para a função relativa à contratação.

As 200 vagas oferecidas nesta seleção fazem parte de um total de até 4.378 que a Secretaria de Educação poderá preencher ao longo deste ano, já que no início do deste mês, o governador Sérgio Cabral havia autorizado a contratação de 4.378 professores temporários para atuação nas escolas da rede.

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22/04/2011

FÓRUM ESTADUAL EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA / Carta Convite

Carta Convite

O Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública (FEDEP) está sendo construído com bastante êxito no Rio de Janeiro. Realizamos um belo lançamento dos princípios do FEDEP na UERJ em 23/2, reunindo mais de 450 pessoas, em que contamos com a participação do professor Dermeval Saviani que fez a fala principal do ato e, recentemente (31/3), realizamos a maior manifestação dos últimos anos no Rio de Janeiro, reunindo mais de 4 mil pessoas com excelente repercussão popular (ver www.fedep.org.br). Todas as forças políticas autônomas em relação aos governos e demais interesses particularistas estão construindo o Fórum que conta com o protagonismo de mais de 30 entidades, incluindo estudantes, sindicatos (ANDES-SN, SEPE, Sindscope, Sindfaetec....), universidades, fórum de Saúde, CSP - Conlutas, Intersindical etc.
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No próximo dia 30/4 realizaremos na UERJ um seminário do FEDEP na parte da manhã para avaliar as propostas e análises críticas do PNE em tramitação no Congresso. Na parte da tarde fazeremos um Ato-Lançamento público do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública (FNDEP) no Rio de Janeiro reunindo todas as entidades nacionais que historicamente o constituíram. 
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Propomos que no referido Ato seja feita uma carta pública sobre a conjuntura educacional e o processo de elaboração do Plano Nacional de Educação. Acreditamos que somente teremos um PNE capaz de traduzir os anseios dos trabalhadores em prol da educação pública se houver real mobilização social. Restrito ao processo parlamentar teremos novos retrocessos na educação pública. 
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Denunciaremos a criação de um outro Fórum, denominado "Fórum Nacional em Defesa da Educação" que tenta se credenciar como interlocutor junto ao Congresso, objetivando interferir no PNE. Contudo, este Fórum, alem de reunir entidades empresariais e ser governamental, não tem vínculos com o FNDEP que construímos desde os anos 1980.
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Para que a atividade de lançamento do FNDEP seja vitoriosa, precisamos do apoio ativo de todas as entidades, movimentos e instituições que vêm protagonizando a luta pela educação pública, nos termos do Plano Nacional de Educação: Proposta da Sociedade Brasileira construído nos Congressos Nacionais de Educação.
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Informações: www.fedep.org.br
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Local: UERJ, Auditório 71 (9h-16h)
Recebam um  grande abraço em nome do FEDEP
Secretaria Executiva do FEDEP