30/03/2011

Cadastre-se na newsletter do SEPE

A Inprensa do Sepe acaba de mandar para os cadastrados o nosso boletim eletrônico, com as notícias atualizadas do site. Para se cadastrar, bastar enviar seu email, utilizando o link que fica na parte de baixo do site, à esquerda - o link tem o nome "Newsletter".

NEWSLETTER

 Cadastre seu email para ficar por dentro das
 novidades.

 Email:


28/03/2011

Incêndio atinge prédio da UFRJ na Zona Sul do Rio

A assessoria do campus informou que o fogo é na capela. Bombeiros de três quartéis combatem as chamas.
Chamas atingem prédio da UFRJ na Zona Sul do Rio (Foto: Arthur Pires/VC no G1)
Um incêndio atinge na tarde desta segunda-feira (28) um prédio do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio. As informações são da assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros.

Equipes dos quartéis do Humaitá, de Copacabana e do Catete, também na Zona Sul, foram enviadas para o local. Segundo as primeiras informações dos bombeiros não haveria feridos. A Light informou que enviou uma equipe ao local para colaborar com o trabalho do Corpo de Bombeiros.

Prédio tombado pelo Iphan
.
A assessoria da UFRJ afirmou que o incêndio começou na cúpula da capela e que o prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
.
O Iphan informou que a preservação do local é de responsabilidade da universidade. O instituto disse ainda que trata-se do prédio do antigo Hospício Pedro II, construído entre 1842 e 1852.
.
As pessoas foram retiradas dos prédios do chamado Palácio Universitário – que reúne os cursos de economia, administração e ciências contábeis, educação e comunicação social. Havia uma obra de recuperação e restauração da capela, mas não se pode afirmar que ela tenha causado o incêndio, informou ainda a assessoria, que confirmou a suspensão de todas as atividades no campus nesta segunda-feira (28).
.
Funcionários do campus confirmaram que as pessoas foram retiradas dos prédios e que algumas tentavam salvar equipamentos no local.
.
De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, o trânsito está complicado nas vias próximas ao campus da Praia Vermelha. Há engarrafamento na Avenida Lauro Sodré e muita lentidão na Avenida Venceslau Braz. Já a Avenida Pasteur tem um trecho de uma das faixas da via interditado para que os veículos do Corpo de Bombeiros estacionem. Há lentidão também no local e na Rua Lauro Muller.

Incêndio atinge capela da UFRJ (Foto: Reprodução/Globo News)Funcionários informaram que as pessoas foram retiradas dos prédios da UFRJ (Foto: Reprodução/Globo News)

FONTE:G1

ATENÇÃO, ATENÇÃO, REDE MUNICIPAL! - SÃO GONÇALO

27/03/2011

Centros Sociais executam serviços de obrigação do município como educação básica (SÃO GONÇALO)

Contas da prefeitura são investigadas pelo TCE e Ministério Público. Em quatro anos de gestão, foram 208 contratos analisados. Clique aqui e assista ao vídeo na TV O FLU

‘Uma campeã de irregularidades” é o que constatou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) José Gomes Graciosa, ao avaliar as contas da prefeita Aparecida Panisset (PDT) desde que assumiu a Prefeitura de São Gonçalo, em 2007. Em quatro anos de gestão, foram 208 contratos investigados pelo TCE. Somente em 2010, o órgão declarou ilegal mais de R$ 13 milhões pagos pelo Executivo em 25 contratos. Para a oposição, o município pode caminhar para o maior desvio de verbas de sua história. Especialista critica a falta de transparência com o dinheiro público.
.
“Trata-se de uma situação extremamente grave. Certamente, a prefeita de São Gonçalo é uma das campeãs de irregularidades e ilegalidades em processos aqui no Tribunal de Contas”, afirmou o conselheiro José Gomes Graciosa.
.
Entre as principais ilegalidades encontradas por técnicos do Tribunal está a contratação de empreiteiras sem licitação para a pavimentação de ruas e construção de rede de drenagem. Segundo um dos relatórios que O FLUMINENSE teve acesso exclusivo, a prefeitura justificou a ação por “notório saber” da firma contratada.
.
“É uma palhaçada. Será que há algum tipo de especialização para asfaltar ruas que as outras firmas não tenham? A situação é crítica”, reclamou o vereador Ricardo Pericar (PDT).
.
Outra irregularidade comum é a utilização de centros sociais para executar serviços de obrigação do município como educação básica e atendimento médico. Segundo o cientista político Sandro Correa, essa prática é comum em governos com viés clientelistas.
.
“A Prefeitura deixa de oferecer serviços básicos para uma parcela da população que sem ter aonde ir, procura o político em busca de socorro. O benfeitor indica um desses centros e manda falar em seu nome. Se cria aí uma relação de cientelismo. O pior é que normalmente esses lugares são pagos com dinheiro público, mas o atendimento é feito somente através de indicação política”, explicou Correa. 
.
O Tribunal questiona ainda a transparência na contratação dos serviços de coleta de lixo e iluminação pública, que estão sob a investigação do Ministério Público. Graciosa defende uma maior participação da sociedade no controle do Executivo.
.
 “No Ministério Público há também diversas ações de improbidade. Isso tudo deveria servir de reflexão para os setores mais influentes da sociedade local, a fim de uma mobilização para um controle social mais efetivo. Não é possível que um chefe do Poder Executivo use e abuse dos recursos públicos em total desrespeito a diversas legislações, vale dizer, desrespeitando, portanto, toda a população”, afirmou o conselheiro José Graciosa. 
.
Para o vereador Ricardo Pericar, a cidade está à beira de um colapso administrativo e financeiro.
.
“A gestão da prefeita Aperecida Panisset sempre foi marcada por irregularidades. Esse levantamento do TCE é alarmante. Podemos estar diante da maior fraude da história da Prefeitura de São Gonçalo”, alertou o vereador.
Questionada sobre o excesso de irregularidades, a Prefeitura não respondeu. Sobre a falta de transparência criticada pelo vereador, em nota, o Executivo afirmou que são realizadas audiências públicas na Câmara e que a cada três e quatro meses são publicadas os relatórios do RREO (Relatório Resumido da Execução Orçamentária) e RGF (Relatório de Gestão Fiscal) assim como as subvenções no final do exercício, são enviadas ao Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
.
Denúncias - A prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset (PDT), foi denunciada pelo procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes, por envolvimento no desvio de R$ 600 mil dos cofres do município. Na ação penal, que será julgada por desembargadores da seção criminal do Tribunal de Justiça, Aparecida é acusada de assinar convênios com igrejas evangélicas para a realização de cursos e atendimentos médicos que não saíram do papel.
No primeiro ato após ser reconduzido para mais dois anos à frente do Ministério Público do Rio, o procurador-geral Claudio Lopes assinou ainda denúncias contra dois vereadores de Araruama e Miracema. De acordo com a denúncia do MP, Aparecida Panisset firmou o primeiro convênio, em 21 de outubro de 2005, com a Igreja Evangélica Assembleia de Deus da Reconciliação. A entidade passou a receber R$ 25 mil mensais para oferecer cursos profissionalizantes e realizar serviços médicos e assistenciais gratuitos à população, por um ano.
.
Situação semelhante à constatada pelo MP no convênio, de mesmo valor e tempo de duração, firmado em junho de 2006, com o Templo Pentecostal Casa do Saber (TPCS). De acordo com as denúncias, as atividades nunca foram implementadas. Além da prefeita, também responderão à ação penal Moisés Figueiró Moreira, Zilar de Souza Couto e Isaque de Araújo Marques, responsáveis pelas entidades. 
.
Procurados por O FLUMINENSE, Aparecida Panisset e os outros três denunciados não se manifestaram. Em caso de condenação, eles poderão ser obrigados a devolver o dinheiro aos cofres da cidade.

4 de abril, Dia Nacional da Ação nos Estados Unidos (Associação Nacional da Educação)

A Associação Nacional da Educação está convocando um dia nacional de ação nos Estados Unidos, para 4 de abril, contra as políticas privatizantes de governos estaduais e locais conservadores que estão retirando direitos de professores, bombeiros e outras categorias de servidores públicos. Os professores e os funcionários públicos foram escolhidos como alvos preferenciais, porque são os grupos menos organizados de toda a vasta oposição à agenda das grandes corporações e da imprensa-empresa. Foram selecionados como alvos preferenciais porque ainda guardam os últimos vestígios de uma América conscientizada e politizada. O artigo é de Amy Dean.

Amy Dean - Commondreams
Michigan? Ohio? Indiana? Ante os inaceitáveis ataques do governador Republicano Scott Walker contra os trabalhadores do setor público em Wisconsin, muitos norte-americanos perguntam-se qual será o próximo estado dos EUA a ser atacado. Mas, se se examinam esses ataques por governos locais ultraconservadores, como batalhas separadas, corre-se o risco de não ver o todo.

Quem examina o quadro geral vê que os mais recentes golpes da extrema direita dos EUA no plano estadual são parte de uma estratégia coordenada. Somados, os vários ataques contra os cidadãos norte-americanos no plano estadual compõem um movimento nacional.

A estratégia dos governadores conservadores é atribuir toda a responsabilidade pelos complexos problemas econômicos em que os EUA estão mergulhados a três bodes expiatórios: aos professores, aos imigrantes ou aos funcionários públicos.

A mesma tática ‘dos bodes expiatórios’ aparece e reaparece sempre, por uma razão: garante aos políticos e à imprensa-empresa uma saída fácil. Em vez de ter de enfrentar a substância real de suas respectivas agendas, os políticos conservadores e a imprensa-empresa podem contar história simples, sempre com vilão simples – e o vilão nunca é nem os políticos conservadores, nem a imprensa-empresa nem suas respectivas agendas.

Num momento em que os EUA enfrentam dificuldades tão terríveis, políticos e imprensa-empresa escolhem um determinado grupo para culpar por todas as dificuldades.

Apesar de essa estratégia ser sempre a mesma em todos os estados governados por políticos conservadores, ela é hoje mais ridícula do que nunca. Os problemas econômicos que os EUA enfrentam hoje são terrivelmente complexos. Vivemos em economia global, na qual as fronteiras nacionais que, antes, protegiam a indústria norte-americana já não existem; e os mercados são afetados por decisões econômicas e políticas que se tomam em todo o planeta. Pois mesmo assim, os conservadores norte-americanos insistem em suas soluções simplórias: a culpa por todas as desgraças que assolam os EUA é dos professores, dos imigrantes e dos funcionários públicos.

Escondida por trás dessa premissa absurda, a direita organizou seu ataque. Tentam, em todas as câmaras legislativas estaduais aprovar um conjunto de leis que nada têm com gerar empregos ou fortalecer a economia dos EUA. Em todos os casos, são leis que visam a minar a capacidade dos grupos sociais para organizarem-se coletivamente e influenciar politicamente o resultado das eleições.

Os professores e os funcionários públicos foram escolhidos como alvos preferenciais, porque são os grupos menos organizados de toda a vasta oposição à agenda das grandes corporações e da imprensa-empresa. Foram selecionados como alvos preferenciais porque ainda guardam os últimos vestígios de uma América conscientizada e politizada.

Observadas de longe, as leis que estão sendo votadas em vários estados parecem variadas e diferentes. Mas se se as examinam mais de perto, vê-se que todas são iniciativas de grupos conservadores e podem ser classificadas em três grandes grupos. Essa estratégia de três braços é a estratégia nacional dos grupos conservadores e é por isso que o que parece história estadual é, de fato, nos EUA, uma estratégia nacional.

Primeiro, ao acusar os professores de “trabalhar pouco” e de terem “salários inaceitavelmente altos”, os conservadores trabalham para desmantelar a educação pública. Se se eliminam os direitos de os professores negociarem com o Estado como sindicato e de participar da organização das escolas – como fizeram em Wisconsin –, estamos ante o primeiro passo rumo ao fim da educação pública: limparam o caminho para andarem rumo à educação totalmente privatizada e desmontaram a oposição à privatização total da educação nos EUA.

O esforço, dos conservadores na Flórida, de por fim à estabilidade dos professores é parte desse mesmo processo. Assim também, a legislação que está para ser aprovada na Pennsylvania que criará um programa de gastos que tira ainda mais recursos da educação pública. Como se não bastasse, todos esses movimentos surgem no momento em que se implementam nacionalmente “orçamentos de austeridade” para as escolas públicas. Esses movimentos estão em andamento em vários estados dos EUA – inclusive no Kansas, onde o governador Republicano Sam Brownback está retirando mais de 50 milhões de dólares do orçamento público para educação.

Em segundo lugar, em nome de ‘equilibrar’ os orçamentos estaduais, os governadores conservadores procuram minar a capacidade de o setor público prover serviços sociais essenciais. Já há décadas, sucessivos governos conservadores tentam matar de fome o Estado, numa política que chamam de “matar a besta que nos devora”. Atacam os servidores públicos, de modo a entregar os serviços públicos a empresas privadas, para que sejam administrados como empresa e gerem lucros.

John Kasich, governador republicano de Ohio, quer aprovar um orçamento que privatizará todas as prisões. Em Michigan, o governador quer privatizar todos os serviços de apoio às escolas públicas. Na Georgia, a câmara estadual de deputados quer criar uma comissão que examinará todas as agências estaduais, para determinar quais já estariam ‘no ponto’ de ser privatizadas. Em cada um desses casos, o primeiro passo é enfraquecer a representação política e legal dos servidores públicos e fortalecer a posição econômico-financeira e legal das grandes empresas potencialmente compradoras.

Além disso, os conservadores trabalham também para calar a voz política dos imigrantes nos EUA. Apesar de não haver qualquer prova de que algum dia tenha havido votos ilegais de cidadãos irregulares nos EUA, os Republicanos de New Hampshire já apresentaram e trabalham para aprovar uma lei que está sendo chamada de “lei do eleitor nativo” [ing. “Voter I.D. Bill”]. A lei visa a criar novas barreiras à manifestação política dos cidadãos pelo voto e desestimular eleitores registrados a que compareçam a eleições. Infelizmente, a mesma lei já está sendo discutida em várias câmaras estaduais, entre as quais Colorado, Kansas, Massachusetts, Missouri, Tennessee e outros[2].

Cada um desses três braços do ataque dos Republicanos contra a democracia nos EUA é pensado para paralisar um determinado bode expiatório. Nenhuma dessas leis tem qualquer coisa a ver com os verdadeiros gravíssimos problemas contra os quais se debatem os cidadãos nos EUA.

É perfeitamente evidente e claro que essas propostas de lei nada fazem para resolver os verdadeiros problemas. Mas a situação é ainda mais grave, se se presta atenção ao impressionante silêncio do outro lado – silêncio dos políticos, dos líderes políticos, dos governantes eleitos para mudar os EUA e da imprensa-empresa, que têm o dever de se manifestar contra a política de atacar os bodes expiatórios selecionados e não atacar as causas reais dos problemas reais que atormentam os EUA.

A paisagem política nos EUA é desesperante: um lado simplificou drasticamente o sofrimento pelo qual os cidadãos dos EUA estão passando, para implantar sua agenda criminosa. O outro lado lado não sabe, sequer, o que dizer ou o que apresentar como contra-argumento.

Assim sendo, temos de agir nós mesmos, os cidadãos.

Todos os norte-americanos preocupados, desgostosos, ofendidos, que se sintam traídos e revoltados, temos de nos levantar. Por todo o país, também, felizmente, já brotam campanhas de cidadãos: de “De pé, Ohio” [ing. “Stand Up Ohio”; ver “Manifestação por mais empregos e comunidades mais fortes em Akron, Ohio”, 15/3/2011, em ] a “Esse não é o meu Wiscosin!”.

Cada um de nós tem de unir-se a essas campanhas no plano local, de cada comunidade, ou a campanhas nacionais – como “Unidos somos fortes. Estamos em todos os lugares” [ing. “We are one. We are everywhere.”], que está convocando um dia nacional de ação, para o próximo 4 de abril, uma segunda-feira.

Não importa que grupo os conservadores estejam atacando em cada estado dos EUA. Não importa o que façam para mascarar sua verdadeira agenda. Não podemos permitir que continue a privatização de direitos e bens que foram construídos por todos e que são patrimônio de todos.

NOTAS
.
[1] Dia 4 de abril completam-se 43 anos da morte de Martin Luther King Jr., assassinado em Memphis, em 1968.

[2] Lei de mesmo teor foi aprovada ontem, 25/3, no Texas: “Texas aprova ‘Lei ID’: Sob forte pressão dos Republicanos e apesar de vigorosa oposição dos Democratas, o Senado Estadual do Texas aprovou ontem lei que exige que todos, exceto eleitores idosos, apresentem documento de identidade com foto, para votar.


Tradução: Coletivo Vila Vudu

 Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17605


.

25/03/2011

Rodízio de alunos na escola em Belford Roxo

Sem cadeiras suficientes, Belford Roxo alterna dias de aulas e cria terceiro turno

Cerca de dois mil alunos de escolas municipais de Belford Roxo estão fazendo rodízio para assistir aula por falta de mesas e cadeiras. A situação é tão grave que algumas instituições mudaram estudantes de turno para manter as aulas.
Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), professores e pais reclamam que a Escola Municipal Tenente Valmor Lincy Valença, no bairro Shangrilá Torre, por exemplo, diminuiu a carga de quatro para duas horas para atender a todos os alunos das turmas até a 6ª série.
.

“Das 13h às 17h estuda um grupo e das 17 às 19h outro grupo”, explicou a diretora do Sepe Maria José Rodrigues de Carvalho. As turmas de 7º ao 9º ano estudam em dias alternados.
Inconformada com a situação, Graciema Ribeiro, 28 anos, reclamou que a filha Ana Beatriz está sendo prejudicada. “Ela cursa a 3ª série e volta mais cedo para casa todos os dias. Assim, não terá ensino adequado”, afirmou.

A diretora da escola, Rosicléa Teresa, alega que fez pedido de mobiliário no ano passado e a previsão é de que chegue nos próximos dias.

AULAS NOTURNAS

Para enfrentar os problemas causados pela falta de mesas e cadeiras, a diretoria do Colégio Alejandro Nunes, no Centro, criou um turno à noite e distribuiu as turmas. A solução mudou a rotina de alunos e professores, especialmente das turmas de 6ª a 8ª séries.

Quem estudava à tarde está tendo que frequentar aulas de 18h às 22h. A coordenadora, Luciney Menegucci, explicou que foi a única alternativa encontrada para evitar que os estudantes perdessem conteúdo escolar. Segundo ela, assim que os móveis da unidade chegarem, ainda esta semana e, os horários serão normalizados.

Prefeitura alega que atraso foi de fornecedor

A Prefeitura de Belford Roxo informou que as carteiras e cadeiras já começaram a ser entregues às unidades, mas houve atraso dos fornecedores. Garantiu que até sexta-feira o problema estará solucionado.

O secretário municipal de Educação, Ronaldo Dias Justino, ressaltou que o número de alunos no município aumentou de 52 mil para 60 mil este ano, o que agravou a situação. Além do material danificado no ano passado, que tinha que ser reposto, houve aumento da demanda.

FONTE: O DIA 

Em índice que vai até 10, ensino médio em SP tira 1,81

Desempenho dos alunos caiu em 2010

Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp), divulgados nesta sexta-feira  apontam que o desempenho dos alunos do ensino médio e do 9º ano do ensino fundamental caiu em 2010 em relação ao ano anterior. A pesquisa realizada anualmente dá notas de zero a 10 para avaliar o rendimento escolar dos alunos da rede pública do estado.

No 9º ano do ensino fundamental, o Idesp recuou de 2,84, em 2009, para 2,52 em 2010 por causa da queda das avaliações de Matemática (de 251,5 em 2009 para 243,3 em 2010) e de Língua Portuguesa (de 236,3 para 229,2 pontos). No ensino médio, o recuo do Idesp no mesmo período foi de 1,98 para 1,81 devido à diminuição em Língua Portuguesa de 274,6 pontos para 265,7 e à oscilação em Matemática de 269,4 para 269,2 pontos.

Apenas os alunos avaliados do 5º ano do ensino fundamental apresentaram melhora nos indicadores. A nota subiu de 3,86 para 3,96 em relação a 2009, refletindo o crescimento de 201,4 pontos na escala de proficiência para 204,6 em Matemática. O resultado em Língua Portuguesa se manteve em 190,4 pontos.

O Idesp combina os resultados de Matemática e Língua Portuguesa do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) com dados de aprovação, reprovação ou abandono nas escolas públicas estaduais. Os resultados garantem o pagamento de bônus aos professores que, se alcançarem 100% das metas, recebem 20% da soma da remuneração mensal total durante o ano anterior.

;
Níveis de desempenho

.

A distribuição dos alunos pelos níveis de desempenho apresentou melhoria na 5ª série do ensino fundamental de 2009 para 2010. Os estudantes com desempenho insuficiente passaram de 20,9%, em 2009, para 19,8% em Língua Portuguesa, e de 30,3% para 29% em Matemática. Aqueles com desempenho suficiente passaram de 68,8% para 70,4% em Língua Portuguesa e de 63,3% para 62,7% em Matemática. Os estudantes que apresentaram nível avançado passaram de 10,3% para 9,8% em Língua Portuguesa, e de 6,3% para 8,2% em Matemática.

Na 9ª série do ensino fundamental, os alunos com desempenho insuficiente passaram de 22,5% para 28,4% em Língua Portuguesa, e de 27,6% para 34,9% em Matemática. Os que mostraram desempenho suficiente passaram de 75,5% para 69,8% em Língua Portuguesa, e de 71,2% para 64,3% em Matemática. Já aqueles que corresponderam ao nível avançado passaram de 2,3% para 1,7% em Língua Portuguesa, e de 1,2% para 0,8% em Matemática.
Já na 3ª série do ensino médio, os alunos com desempenho insuficiente passaram de 29,5% para 37,9% em Língua Portuguesa, e de 58,3% para 57,7% em Matemática. Os estudantes com resultado suficiente passaram de 69,8% para 61,6% em Língua Portuguesa, e de 41,2% para 42% em Matemática. Os avançados oscilaram de 0,7% para 0,6% em Língua Portuguesa, e de 0,5% para 0,3%.

FONTE: O DIA

.

24/03/2011

Dez anos sem Milton Santos

No inicio de 2001 entrevistei o professor Milton Santos. A riqueza do depoimento do geógrafo me obrigou a transformá-lo no filme "Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá". Lá pelas tantas o professor critica a "neutralidade" dos analistas econômicos dizendo que eles defendiam os interesses das empresas que serviam.

Dez anos depois o cineasta Charles Ferguson em seu magnífico filme "Inside Job" esmiúça em detalhes a fala de Milton Santos e revela a promiscuidade nos Estados Unidos entre bancos, governo e universidades. Revela a ciranda entre universitários que servem a bancos e empresas financeiras, vão para o governo, enriquecem nesse trajeto, não pagam impostos, escrevem pareceres milionários para governos estrangeiros induzindo a adotarem políticas que favoreçam o sistema financeiro internacional. Quebram aplicadores e fundos de pensão incentivando a investirem em papéis, que já sabiam, com antecedência, micados. E quando são demitidos das instituições financeiras partem com indenizações milionárias. Acertadamente este filme ganhou o Oscar de melhor documentário de 2011.

Na outra ponta da história está o filme "Biutiful" do Mexicano Alezandro Gonzalez Iñarritu, rodado em Barcelona e narra a vida dos fodidos, das vitimas do sistema financeiro internacional: africanos e chineses que vão para a Espanha para escapar da fome e do desemprego e se submetem a condições de vida sub-humanas. O trabalho do ator Javier Bardem rendeu o prêmio de melhor ator do Festival de Cannes de 2010.

São filmes para ninguém botar defeito e desconstroem as perversidades do mundo em que estamos vivendo.

Em discurso recente em Wisconsin, solidário aos trabalhadores que lutam contra novas gatunagens, o colega estadunidense Michael Moore declarou:

"Vou repetir. 400 norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no ‘resgate’ de 2008, pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm hoje a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. Se dissermos que fomos vítimas de um golpe de estado financeiro, não estamos apenas certos, mas, além disso, também sabemos, no fundo do coração, que estamos certos.

Mas não é fácil dizer isso, e sei por quê. Para nós, admitir que deixamos um pequeno grupo roubar praticamente toda a riqueza que faz andar nossa economia, é o mesmo que admitir que aceitamos, humilhados, a ideia de que, de fato, entregamos sem luta a nossa preciosa democracia à elite endinheirada. Wall Street, os bancos, os 500 da revistaFortune governam hoje essa República – e, até o mês passado, todos nós, o resto, os milhões de norte-americanos, nos sentíamos impotentes, sem saber o que fazer".

E arrematou com maestria e indignação:

"...Falei com o meu coração, sobre os milhões de nossos compatriotas americanos que tiveram suas casas e empregos roubados por uma classe criminosa de milionários e bilionários. Foi na manhã seguinte ao Oscar, na qual o vencedor de melhor documentário por "Inside Job" estava ao microfone e declarou: "Devo começar por salientar que, três anos depois de nossa terrível crise financeira causada por fraude financeira, nem mesmo um único executivo financeiro foi para a cadeia. E isso é errado. "E ele foi aplaudido por dizer isso. (Quando eles pararam de vaiar discursos de Oscar? Droga!)"

Esse ano celebramos os dez anos da morte do professor Milton Santos. Quem quiser ler "Por uma Outra Globalização" do Professor Milton Santos encontrará um diagnóstico perfeito do processo de globalização que gestou as mazelas descritas em "Inside Job" e "Biutiful". Quem quiser reencontrá-lo em "Encontro Com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá", estará celebrando a vida e o pensamento de um dos maiores pensadores do Século 20, capaz de ter antecipado muito do que estamos vivendo hoje. Sempre com seu sorriso nos lábios e o olhar que revelavam sua clarividência desde o primeiro momento em que começava a se manifestar.

Silvio Tendler é cineasta, diretor de Os anos JK, Jango Utopia & barbárie, entre outros documentários.

Crônica originalmente publicada na edição 420 do Brasil de Fato.
.

22/03/2011

O impacto dos conflitos armados sobre a educação

Quarenta e dois por centro dos meninos e meninas que não estão na escola vivem em países pobres em situação de conflito armado, segundo a Unesco
 Maribel Hernández

Quarenta e dois por centro dos meninos e meninas que não estão na escola vivem em países pobres em situação de conflito armado, segundo o último informe da Unesco apresentado no dia 1º de março. Se os 21 países mais pobres diminuíssem cerca de 10% do seu gasto militar, poderiam garantir a educação de 9,5 milhões de crianças. Somente 2% da ajuda internacional humanitária está destinada a investimentos em educação.
.
Há pouco mais de uma década, em abril de 2000, representantes de 160 países se reuniram em Dacar (Senegal) no Fórum Mundial de Educação. Deste encontro surgiria o Marco de Ação para uma "Educação para Todos" e o compromisso de zelar pelo cumprimento de seis objetivos básicos em matéria de acesso à educação e infância, com uma data-chave no horizonte: 2015. A quatro anos de se esgotar esse prazo, a Unesco apresentou no dia 1º, em Nova York, seu informe que, neste ano, aborda de maneira explícita um dos contextos em que se mostra mais patente e, paradoxalmente, mais invisível o fracasso da comunidade internacional na hora de garantir esse direito humano básico: os conflitos armados.
.
Segundo o informe "Uma crise encoberta: conflitos armados e educação", atualmente 28 milhões de crianças estão privadas do seu direito a receber educação em consequencia dos conflitos armados, 42% do total de jovens em idade de frequentar a escola primária. "As guerras estão destruindo as possibilidades de receber educação em uma escala cuja magnitude não se reconhece suficientemente. Os fatos são eloquentes: mais de 40% das crianças do planeta que não vão à escola vivem em países afetados por conflitos. Nesses mesmos países se registram algumas das maiores desigualdades entre os sexos, e alguns dos níveis mais baixos de alfabetização de todo o mundo", sustenta a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
.
As consequencias dos conflitos armados para os mais jovens (é preciso recordar que 60% da população de grande parte dos países em situação de conflito têm menos de 25 anos de idade) os deixam expostos a outras situações de risco, como a violência sexual ou a possibilidade de se converterem em "alvos legítimos" para os combatentes. Além disso, segundo a Unesco, a probabilidade de que as crianças de países pobres em conflito faleçam antes de completar cinco anos é duas vezes maior do que no restante dos países pobres não afetados pelo conflito armado, ainda que esses últimos sejam minoria. Dos 35 países que entre 1999 e 2008 passaram por conflitos armados ou guerras, um total de 30 são países de baixa renda ou renda média baixa. Nesses, ressalta o informe, é cada vez mais comum que as escolas, educadores e estudantes se convertam em objeto de ataque, apesar disso se constituir em uma clara violação do direito internacional. No Afeganistão, os ataques contra centros escolares passaram de 347 em 2008 para 613 em 2009, ressalta o informe, que destaca também as ações armadas contra escolas para meninas no Paquistão, ou no norte do Iêmen, onde durante os combates entre forças do governo e grupos rebeldes em 2009 e 2010 destruíram cerca de 220 escolas.
.
Paralelamente, as violações e outros abusos sexuais se estendem como arma de guerra, não somente contra mulheres, mas também contra meninos e especialmente meninas. Na República Democrática do Congo (RDC), por exemplo, um terço das vítimas de violações foram menores de idade e, desses, cerca de 13% tinham menos de 10 anos, embora, como recorda a Unesco, é possível que esse número seja dez a vinte vezes maior. Os efeitos desse tipo de violência sobre a educação são devastadores, assegura a organização, "prejudica o potencial das vítimas para aprender, cria um clima de medo que faz com que as meninas fiquem em casa e leva à ruptura de muitas famílias, o que deixa meninas e meninos sem um entorno ambiente para sua educação".
.
Todos esses aspectos, aponta o diretor do informe, Kevin Watkins, mostram "o fracasso dos governos na hora de defender os direitos humanos" e a persistência de uma cultura de impunidade em torno da violência sexual em contextos de conflito armado. Para Watkins, "é hora da comunidade internacional pedir contas a quem perpetra crimes tão odiosos como as violações sistemáticas, e que respalde as resoluções das Nações Unidas como uma ação firme e decidida".
No entanto, a comunidade internacional anda ocupada com outras tarefas mais lucrativas. Sem dúvida, o gasto em armamentos militares consome os recursos que os países doadores poderiam destinar em apoio à educação das crianças das nações pobres. Somente com o que os países ricos dedicam a gastos militares durante seis dias, seria possível anular o déficit anual de financiamento do programa "Educação para Todos", avaliado em 16 milhões de dólares.
.
Tampouco o sistema internacional de ajuda humanitária parece levar muito em conta as necessidades educativas dos meninos e meninas em países afetados por conflitos armados. Segundo informações do informe, a educação só representa cerca de 2% do total de ajuda humanitária e satisfaz unicamente uma proporção muito reduzida das petições de apoio, apenas 38%, a metade da porcentagem média no restante dos setores receptores de ajuda.
.
Por outro lado, as prioridades em matéria de segurança dominam a agenda da ajuda humanitária dos países doadores. Isso faz com que a ajuda se destine a um número muito reduzido de Estados e, muitas vezes, os países mais pobres do mundo ficam fora da partilha. Por exemplo, enquanto a ajuda para a educação básica no Afeganistão quintuplicou nos últimos cinco anos, países como Chade ou República Centroafricana veem a ajuda que recebem aumentar muito lentamente ou estancar; no caso da Costa do Marfim, diminui.
.
Além disso, a Unesco recorda que nos países em situação de conflito armado há um claro desvio do gasto dos fundos públicos em armamentos que poderiam ser convertidos para educação. Assim, entre os países mais pobres do mundo, um total de 21 destina mais dinheiro ao orçamento militar do que à escola primária. Uma redução de seu gasto militar de aproximadamente 10% seria a possibilidade de escolarizar 9,5 milhões de crianças que hoje estão privadas desse direito.
.
Para o arcebispo e Prêmio Nobel da Paz em 1984, Desmond Tutu, que junto com outras personalidades como Shirin Ebadi, José Ramos-Horta e Rania de Jordânia, participou do informe da Unesco, é urgente tomar ações decisivas. "O que peço aos líderes mundiais é que exponham essa simples declaração de intenções: Basta já! [...] Faço um chamado aos dirigentes dos países ricos para que prestem uma ajuda mais eficaz às pessoas que estão em zonas afetadas por guerras". Tutu exige dos doadores uma vontade como daqueles que veem suas escolas destruídas e fazem o possível para seguir mantendo sua educação. "No entanto, pouca ajuda é proporcionada para a educação às populações dos países em conflito, e ocorre que muitas vezes não recebem o tipo de ajuda adequado [...] A ajuda ao desenvolvimento sofre da síndrome do 'demasiado pouco e demasiado tarde'. Um dos resultados disso é que estão perdendo oportunidades para reconstruir os sistemas de educação".
.
Embora a Unesco reconheça em seu informe alguns resultados positivos, como a queda da mortalidade em crianças menores de cinco anos (de 12,5 milhões em 1990 para 8,8 milhões em 2008), para a organização "o mundo não vai por um bom caminho", se quiser alcançar as metas fixadas para 2015. Entre alguns dos principais freios aos avanços está a fome, que afeta a um em cada três meninos em países em desenvolvimento (195 milhões no total) e que acarreta danos em seu desenvolvimento coletivo e prejudica suas perspectivas educativas em longo prazo; ou as desigualdades de gênero. "Se em 2008 se tivesse alcançado no mundo a paridade entre os sexos no ensino primário, hoje haveria 3,6 milhões de meninas matriculadas nas escolas", afirma o texto. Estas disparidades também têm a ver com o nível de educação das mães. "Se a taxa geral de mortalidade infantil na África subsaariana se situasse no nível médio de mortalidade infantil dos meninos nascidos de mães com estudos secundários, o número de meninos pequenos mortos nesta região diminuiria em 1,8 milhões", revela.
.
Por fim, a rainha Rania da Jordânia conclui em uma das páginas do informe: "enquanto houver crianças de países em conflito sem escolarização, não se poderão alcançar as metas para a Educação para Todos e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ao mesmo tempo o radicalismo e a violência crescerão superando todas as previsões [...] A educação não só impede a eclosão dos conflitos, mas ajuda a reconstrução dos países em situação de conflito armado quando esses acabam. Há algo muito mais importante do que a inevitável reconstrução da administração e das infraestruturas: a reconstrução das mentes".  

Tradução: Patrícia Benvenuti

Fotos: UNESCO/M. Hofer; UNESCO/T. Habjouq; UNESCO/Eman Mohammed

.

21/03/2011

Professor "novato" desiste de aulas na rede estadual (SP)

Por dia, dois docentes recém-concursados abandonam escolas em São Paulo

Principal reclamação é sobre falta de estrutura na rede; governo afirma que desistências estão dentro do esperado

Formado na USP, Edson Rodrigues da Silva, 31, foi aprovado ano passado no concurso público da rede estadual para ensinar matemática. Passou quatro meses no curso preparatório obrigatório do Estado para começar a lecionar neste ano no ABC paulista. Ao final do primeiro dia de aula, desistiu.

"Vi que não teria condições de ensinar. Só uma aluna prestou atenção, vários falavam ao celular. E tive de ajudar uma professora a trocar dois pneus do carro, furados pelos estudantes. Se continuasse, iria entrar em depressão. Não vale passar por isso para ganhar R$ 1.000 por 20 horas na semana."
Silva diz que continuará apenas na rede privada. Como ele, outros efetivados neste ano pelo governo já desistiram das aulas, passados apenas 39 dias do início das aulas, sendo 25 letivos.

Até sexta-feira, 60 já haviam finalizado o processo de exoneração, a pedido, média de mais de dois por dia letivo. Volume não informado pela Secretaria da Educação está com processo em curso.

A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) diz ser normal o número de desistências, considerando a quantidade de efetivações (9.300). Educadores, porém, discordam.

Para a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Maria Marcia Malavasi, "o cenário é triste; especialmente na periferia, os professores encontraram escolas sem estrutura, profissionais mal pagos, amedrontados e desrespeitados."
DESMOTIVAÇÃO

As desistências têm diferentes motivações. Entre as principais citadas por exonerados ouvidos pela Folha estão falta de condições de trabalho (salas lotadas, por exemplo), desinteresse de alunos e baixos salários.

"Muitos alunos não apresentam condições mínimas para acompanhar o ensino médio e têm até uma postura agressiva com o professor", disse Juliana Romero de Mendonça, 25, docente de química. "A realidade da escola é diferente da mostrada no curso", afirmou Gilson Lopes Silva, 30, de filosofia.

O concurso selecionou docentes de todas as matérias do final dos ensinos fundamental e médio, séries com muitos temporários e mais problemas de qualidade.

Para Maria Izabel Noronha, presidente do sindicato do magistério, além de condições precárias da rede, "a formação nas universidades não é satisfatória, pois elas trabalham com uma escola irreal, de alunos quietinhos". Ela exige que o Estado dê mais tempo aos docentes para a formação em serviço.
Professores aprovados podem ter usado exame para aumentar pontuação em outros concursos, afirma secretaria
Para governo, carreira está atrativa e oferece bônus e reajuste com base no mérito; salário inicial é de R$ 1.834

A Secretaria da Educação informou que considera normal o volume de docentes novatos que desistiu da rede.
A pasta afirmou que devem sair do sistema 10% dos recém-efetivados (cerca de 900 professores), mas não informou em qual prazo podem ocorrer as exonerações.

Segundo a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), nem as condições de trabalho oferecidas nem os salários da rede são as causas das desistências.

A secretaria aponta como explicações a situação pessoal de cada professor, como quem arrumou outro emprego ou só queria o certificado de aprovação, que pode ajudar em concursos futuros.

Para o governo, a carreira está atrativa, por conta do bônus por desempenho (que pode chegar a 2,4 salários) e do reajuste com base no mérito (ano passado, 20% dos professores com as melhores notas numa prova ganharam 25% de reajuste). O salário inicial é de R$ 1.834 (jornada de 40 horas semanais).

A professora recém-efetivada Ana Paula dos Santos, 28, elogiou as condições da rede. "Posso fazer aulas diferentes com datashow ou na sala de informática. Se o professor montar uma boa aula, os alunos vão se interessar", disse ela, que leciona biologia em colégio estadual da zona norte de São Paulo.

A secretaria disse ainda que alunos que estudariam com docentes desistentes não ficarão sem aula, pois há reposição com temporários.

E esses professores provisórios serão substituídos no ano que vem, quando devem entrar nas escolas estaduais 25 mil novos concursados, também aprovados no concurso do ano passado.

Desde 2004, a rede estadual não contava com um concurso tão amplo para efetivar professores do 5º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio. (FT)
 
Fonte: AQUI

Pouco interesse pela carreira diminui número de professores

Baixos salários, desinteresse dos alunos e até episódios de violência são causas para a desmotivação da categoria.

Ao contrário do que se via até o final da década de 1970, a figura do professor na sala de aula não tem, hoje em dia, o mesmo prestígio de antigamente. "Naquela época, ser professor era como ser médico, juiz ou padre", afirma Roseli Souza, assessora pedagógica da divisão de sistemas de ensino da editora Saraiva, sobre a autoridade máxima de quem ensinava informações tão fundamentais como o alfabeto.

Apesar de todos os aspectos positivos que vieram com o fim da ditadura militar no Brasil, Roseli diz que, nesse processo, os professores estão perdendo gradualmente o poder e a autonomia na sala de aula. "Embora tenha ocorrido uma manifestação da própria classe docente pela democracia, alguma coisa se perdeu no caminho e não conseguimos reaver", lamenta.

A desvalorização da profissão já pode ser vista em números. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na educação básica brasileira (que inclui a educação infantil, a especial, o ensino fundamental, o médio e a educação de jovens e adultos - o EJA), em 2007 havia 2.500.554 profissionais atuando em sala de aula. No ano de 2009, esse valor baixou para 1.977.978.

Para Roseli, a causa é a desmotivação da categoria. "O próprio aluno já não consegue se reconhecer nesse professor quando o vê desestimulado. Outras vezes o estudante se interessa pela carreira, mas os pais desestimulam", afirma. Entre os motivos estão os baixos salários, desinteresse dos alunos e até episódios de violência.

Houve progressos, como plano de carreira e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que buscam garantir que todos os estudantes aprendam os mesmos conteúdos independentemente da sua localidade e condição financeira. Porém, ainda é um processo lento. "É necessário uma melhor profissionalização, um código de ética e também é importante desmistificar a figura do professor", diz Roseli.

"As pessoas acham que o magistério é um sacerdócio, como se ganhar pouco fizesse parte da escolha de ser professor. Se um professor cobrar por hora o que se cobra numa consulta médica, por exemplo, achariam um absurdo. Mas as duas profissões exigem formação constante", afirma a assessora pedagógica.

Outra questão que pode estar afugentando futuros mestres é a pouca tecnologia que normalmente envolve a profissão. "A cada ano surgem novos cursos, e essa nova geração está muito envolvida com tecnologia, então procura empregos nessa área", opina. Assim, chegou o momento de o docente repensar o seu papel, que ainda é fundamental, porém em outro contexto. "Não é o aluno que deve se adaptar ao professor", diz.

Fonte: O DIA

.

20/03/2011

Vergonha e submissão ao capital estrangeiro: Justiça indeferiu habeas corpus de manifestantes presos no ato contra vinda de Obama

Essa tarde a Justiça indeferiu o pedido de habeas corpus  impetrado pelo Sepe e pela CSP-Conlutas para a libertação dos 13 presos na manifestação contra Obama ontem no Rio. Os detidos foram enviados para dois presídios; oito deles, homens, estão no presídio de Agua Santa e tiveram barba e cabelo raspados,numa demonstração clara da arbitrariedade do governo estadual ao prender e agredir trabalhadores que apenas estavam exercendo o seu legítmo direito de manifestaçao. Os militantes presos em Água Santa foram tratados de uma forma degradante, lembrando o tratamento dado pelo governo dos Estados Unidos aos prisioneiros da base naval de Guantanamo em Cuba que, desde a guerra do Afeganistão se encontram detidos naquela base sem qualquer respaldo legal de tribunais internacionais, nem mesmo da justiça americana.

A alegação do Ministério Público e do Juiz do Plantão do Tribunal de Justiça encarregado de analisar o pedido de ( liberdade provisória para todos os detidos na manifestação é uma prova clara da subserviência das autoridades federais para com os interesses que envolvem a vinda do presidente Barack Obama ao Brasil: o juiz encarregado afirmou na sentença que libertar os presos signficaria um risco à ordem pública, tendo em vista que hoje e amanhã o presidente dos EUA estaria no Rio de Janeiro e a liberdade desses manifestantes poderia ter repercussões negativas no cenário internacional, sabendo-se que o  Brasil vai abrigar nos próximos anos eventos esportivos de grande repercussão mundial(Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016).

Ou seja, para a justiça, nào interessa que estas pessoas foram presas de forma arbitrária e sem qualquer comprovação concreta de que tenham lançado os coquetéis molotov ou agredido policiais e seguranças do consulado americano, conforme comprovam vídeos divulgados na internet. O claro objetivo da sua detenção e da sua manutenção na prisão é obviamente dar "uma satisfação" ao governo americano e ao governo federal de que o aparato de segurança do estado é capaz de "silenciar" todas aquelas vozes que discordam da ingerência do capital internacional nos interesses nacionais.

Nem mesmo a presença de parlamentares, como o senador Lindberg Farias, os deputados Chico Alencar, Janira Rocha, Jean Willys, Stepan Nercessian e outras lideranças políticas e entidades como a OAB, mostrando que o governo do estado agiu de forma arbitrária, reprimindo uma manifestaçao pacífica e prendendo trabalhadores, foi capaz de sensibilizar as autoridades do Judiciário que mantiveram a prisão dos manifestantes. Uma vergonha para a Justiça do nosso estado.

Neste domingo mais dois atos irao acontecer em protesto contra a vinda do presidente americano ao Rio e, agora, também pela imediata libertaçao dos presos políticos - os primeiros presos políticos da gestão Dilma Roussef: os dois ocorrerão a partir das 10h, no Largo do Machado e na Glória.

Fonte: SEPE/RJ
.

17/03/2011

Sepe responde à crítica da Rádio CBN sobre protesto contra a visita de Obama


Mumia Abu-Jamal
Hoje pela manhã a jornalista e âncora da Rádio CBN, Lucia Hipólito, fez uma crítica aberta contra um material recebido pela rádio, contendo as deliberações de uma plenária organizada por diversas entidades do movimento dos trabalhadores a respeito da organização de protestos contra a visita do presidente norte-americano Barack Obama ao Brasil, neste final de semana. A apresentadora citou as entidades que participaram da reunião, criticando a postura delas, com base num documento recebido pela rádio, produzido pela CSP-Conlutas, com assinatura de diversas entidades representativas do movimento dos trabalhadores, entre elas, o Sepe. Entre os eixos tirados na reunião, a reivindicação da libertação imediata do ativista americano Mumia Abu Jamal foi citada pela apresentadora que mostrou um total desconhecimento sobre a trajetória de luta deste militante do movimento dos Panteras Negras e sua luta pelos direitos civis e das minorias em seu país.  Por sua luta, Mumia acabou sendo preso, acusado de homicídio de um policial e foi condenado à morte na década de 80 (a sentença foi depois revogada para prisão perpétua).  A imprensa do Sepe, durante o programa da jornalista, enviou o email abaixo, que foi lido pela jornalista; eis o email:

"Gostaríamos de informar a vocês que Mumia Abu Jamal é o psdeudônimo de Wesley Cock, um ex-integrante do Partido Panteras Negras que se tornou jornalista na Filadélfia, tendo ficado popular com um programa de rádio chamado a "Voz dos sem voz". No início dos anos 80, ele foi condenado à morte, acusado de supostamente matar um policial que estava espancando seu irmão. Em março de 2008, a Justiça americana anulou a sentença de morte (por causa das irregularidades do julgamento e da parcialidade das provas), mas manteve a prisão perpétua. Na prisão, Mumia Abul Jamal escreveu livros e se tornou um exemplo da luta contra o racismo e pelo direito das minorias em seu país e no restante do mundo. Portanto, trata-se de uma figura pública de expressão na luta pelos direitos da minoria e muito reverenciado pelos integrantes dos movimentos sociais que lutam por mais direitos e por justiça para todos. Por este motivo, acabou sendo acusado sem provas consistentes e até hoje se encontra na prisão no país que é considerado "modelo" de democracia ocidental".



.

16/03/2011

Escolas do tempo do imperador sobrevivem

Prédios erguidos a mando de Pedro II ainda funcionam como colégios públicos

No ano em que estado e município buscam recuperar o brilho há muito tempo perdido da educação fluminense, uma exposição no Centro de Referência da Educação Pública, na Avenida Presidente Vargas 1.314, joga luzes sobre a origem do ensino público no Rio.

A mostra relembra a época de ouro das Escolas do Imperador, oito unidades erguidas por ordem de Dom Pedro II. Quase um século e meio depois, cinco delas ainda funcionam como colégios municipais e estaduais. A exposição chama atenção para as aulas que eram oferecidas às alunas no século 19. Em prédios atualmente tombados pelo patrimônio histórico, as estudantes eram preparadas para serem donas-de-casa e operárias. Na Rivadávia Corrêa, elas aprendiam culinária, corte e costura e confecção de chapéus e flores. Na educação física, as meninas se exercitavam trajando longos vestidos.


Foto: Reprodução
A gerente do Centro de Referência, Valéria Bitencourt, conta que, logo após a vitória na Guerra do Paraguai, comerciantes quiseram prestar homenagem a Dom Pedro II, dando-lhe uma estátua do próprio montado num cavalo. “O imperador, que era muito ligado à cultura e às ciências, abriu mão do presente e ordenou que o dinheiro fosse usado na construção de escolas em prédios próprios”, diz.

A medida foi um avanço para o ensino público.“Antes dela, as escolas funcionavam em casas, em prédios alugados”, explica Valéria. Nas escolas imperiais, a instrução era gratuita, rígida, separada e diferenciada por sexos. As meninas aprendiam letras, matemática e prendas domésticas. Os meninos, além das letras e matemáticas, estudavam ciências. No século 19, a educação era para poucos. Apenas filhos de famílias ricas tinham acesso aos estudos. Dos 14 milhões de habitantes, só 250 mil estavam matriculados no ensino primário.


No fim do Império, 67% dos brasileiros eram analfabetos. Pela Constituição Imperial de 1824, não poderiam se matricular menores com doenças contagiosas, sem vacinação, escravos, menores de 5 anos e os maiores de 15.
Visitas ao Centro de Referência podem ser marcadas pelo telefone 2213-3038, das 9h às 17h.

Dois do prédios já foram demolidos

Duas escolas não existem mais: a São Sebastião, primeira unidade de instrução primária da Corte, demolida em 1938, e a Escola São José, cujo prédio foi derrubado em 1920. A Escola Municipal Orsina da Fonseca ainda funciona na Tijuca, mas o prédio histórico já não existe há mais de 30 anos. O atual fica à esquerda do original e não tem qualquer valor arquitetônico.

A Escola da Freguesia de Nossa Senhora da Glória, na antiga Praça Duque de Caxias, atual Largo do Machado, é hoje o Colégio Estadual Amaro Cavalcanti.
A Escola da Freguesia de Santa Ria funciona atualmente como Centro Cultural José Bonifácio. Já a Escola da Freguesia de Sant’Anna se tornou a Escola Municipal Rivadávia Corrêa e o Centro de Referência da Educação Pública.

Até hoje estão conservados os prédios das escolas das freguesias de São Cristóvão e da Gávea, onde funcionam, respectivamente, as escolas públicas Gonçalves Dias e Luiz Delfino.

POR MARIA LUISA BARROS

Fonte O Dia

15/03/2011

A descrença na premiação de professores nos EUA

O melhor artigo sobre o erro da premiação de professores vem, surpreendentemente, de Diane Ravitch (foto), ex-assessora do Ministro da Educação de Bush, Lamar Alexander. Diane era entusiasta da premiação. Nas suas palavras:
Por isso, em 2001, aplaudi com entusiasmo quando o Congresso votou um texto que defendia essas ideias: a Lei "No Child Left Behind" (NCLB - nenhuma criança dexada para trás), assim como também celebrei, em 2002, quando o presidente George W. Bush sancionou-a. Mas hoje em dia, observando os efeitos concretos de tais políticas, acabei mudando de opinião.

A NCLB é extremamente rigorosa (no papel): exige que os alunos sejam avaliados em leitura e cálculo matemático (alguma coindência com o Brasil?) e se a escola não conseguir avançar nos seus índices recebe advertência. Se continuar estagnada, os alunos são liberados para mudar de escola. Se a situação continuar, a escola pode ser privatizada (imagine... privatizar é punição!!).
.
Diane afirma que milhares de dólares foram gastos para instituir as baterias de teses necessários. Em inúmeras escolas, prossegue, o ensino ordinário foi interrompido durante vários meses para dar lugar à preparação intensiva dedicada a esses exames. E muitos analistas disseram que os alunos acabariam aprendendo a fazer testes, mas não melhorando seu aprendizado. A ex-assessora do Ministério da Educação sustenta que muitos dados foram manipulados por órgãos estaduais. Mas não acredita que este tenha sido o principal problema. Segundo sua avaliação:
A verdadeira "vítima" dessa obstinação é a qualidade do ensino. Como a leitura e o cálculo se tornaram prioritários, os professores, conscientes de que essas duas matérias podem decidir o futuro de sua escola (e de seu emprego), acabam negligenciando as demais.

O que precisaremos fazer para que os nossos gestores educacionais abram os olhos para este imenso erro cujas vítimas serão nossas crianças e adolescentes? 
Fonte:http://rudaricci.blogspot.com/2011/03/descrenca-na-premiacao-de-professores.html
.

13/03/2011

Meus erros preferidos

Gabriel Perissé

As crianças erram. Porque são humanas. Mais humanas do que nós, adultos adulterados. Odiamos errar. Queremos a perfeição. E por isso deixamos de aprender com a mesma rapidez com que aprendíamos na infância. Mas os erros revelam verdades. Especialmente os lingüísticos.
 
Uma criança outro dia me perguntou se existe mesmo o tal de abdominável homem das neves. Ouviu algo a respeito num programa de TV sobre o Himalaia. Será abdominável o monstro porque faz abdominais deitado na neve?
 
Dias desses, uma menina aqui em São Paulo viu dentro de uma estação do metrô uma sala de vidro. Trata-se de um posto tira-dúvidas. Qualquer passante com dificuldades em português e matemática pode entrar e, gratuitamente, receber uma breve aula particular sobre fatoração ou análise sintática, raiz quadrada ou ortografia. Ao ler o cartaz com os dizeres "Tire aqui suas dúvidas de português e matemática", a criança disse ao pai:
 
— Ah, então é daqui que as pessoas vêm tirar suas dúvidas! Pai, deixa eu pegar uma pra mim!
 
O erro nos ajuda a acertar com esmero. Um erro não é mero equívoco. Erra redondamente quem menospreza o poder criativo do erro.
 
Uma professora me contou que, no início de sua carreira, faz mais de 30 anos, tinha em sala de aula um aluno que falava "truxe" em vez de "trouxe". O menino vivia trazendo coisas: "Professora, eu truxe o lanche! Professora, eu truxe o caderno! Professora, eu truxe a lição de casa!"
 
A professora repetia, com um sorriso bondoso, que era errado dizer "truxe". Que o certo era "trouxe". Que a gramática é que estava certa. O aluno também sorria, ouvia, mas não entendia a correção. Fazia expressão de "caixa d’água", indecifrável. E continuava trazendo coisas: "Professora, eu truxe um bilhete da minha mãe! Professora, eu truxe uma flor para a senhora!"
 
Até que um dia, com a paciência esgotada, quando mais uma vez o "truxe" se fez, a professora exigiu que o menino escrevesse no caderno quinhentas vezes: "eu trouxe", "eu trouxe", "eu trouxe"... E que trouxesse o exercício-castigo no dia seguinte, sem falta!
 
E o menino não faltou. Lá estava ele, diante da professora. O olhar tranquilo, a alegria do dever cumprido, as quinhentas linhas devidamente alinhadas. Um começo de bolha no dedo, por escrever com força e realizar a tarefa:
 
— Professora, aqui está. Eu truxe os trouxe!
 
Gabriel Perissé é Doutor em Educação pela USP e escritor