26/02/2010

Faetec: contrata 1.469 profissionais temporários

O governador Sérgio Cabral autorizou que a Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) contrate mais 1.469 profissionais temporariamente. O contrato será de três anos, podendo ser prorrogado por mais dois. Os vencimentos iniciais são de até R$2.979,89, mais o direito à férias e às licenças maternidade e paternidade.

A maior oferta é para professor I, cuja exigência é nível médio normalista, com o total de 874 vagas, sendo 547 delas com jornada de 40 horas semanais. Para estes, a remuneração de R$1.620. Já o restante, cuja carga horária é de 20 horas, o salário é de R$810,43.

O restante das vagas são todas para nível superior. As 100 oportunidades de pedagogo oferecem vencimentos de R$1.620. Para instrutores, cuja oferta é de 430 vagas, o salário é de R$1.157,76. Para professor II, com 20 vagas, os vencimentos são de R$1.157,76. No caso das 45 oportunidades de professor instituto superior, os vencimentos variam de acordo com a titulação. Os especialistas receberão R$2.273,35, os mestres, R$2.602,76, e os doutores, R$2.979,89. O formato da seleção será definido pela Faetec nos próximos dias.

Educação-RJ: edital para 2.300 vagas já em março



Estão sendo acelerados os preparativos do próximo concurso para a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), com oferta inicial de 2.300 vagas, sendo 2 mil para orientador e supervisor educacionais (igualmente divididas) e 300 para professor I - Ensino Religioso. De acordo com a Assessoria de Imprensa, a previsão de divulgação dos editais está mantida para março.

Segundo fontes ligadas à secretaria, estão sendo feitas diversas reuniões com a Fundação Ceperj, organizadora, para definir os principais detalhes da seleção. Na última terça-feira, 23, foi discutido o formato que será utilizado em ambos os editais.

Sendo aprovado pela secretaria, o próximo passo será definir o conteúdo programático que será abordado. Por fim, os concursos dependerão apenas da autorização do governador Sérgio Cabral.

Os vencimentos iniciais para os cargos serão de R$732,69. Os habilitados serão contratados pelo regime estatutário, que garante estabilidade.

Os requisitos de orientador e supervisor educacionais também estão sendo definidos, já que essa será a primeira seleção. Já para professor de Ensino Religioso, a expectativa é que sejam exigidos licenciatura plena e comprovante de formação religiosa, conforme ocorreu na última seleção, realizada em 2003.

Na ocasião, foram oferecidas 500 vagas, sendo 342 para o credo católico, 132 para o credo evangélico e 26 para professores dos demais credos reconhecidos.

FONTE; FOLHA DIRIGIDA

Educação-Rio: até 800 vagas para professor. Inicial de R$1.301

O prefeito Eduardo Paes está prestes a realizar o primeiro concurso para a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, com oferta de até 800 vagas de professor I, sendo 400 para Inglês, 200 para Educação Física e 200 para Matemática. A remuneração inicial chega a R$1.301,71, porque, além do salário-base de R$1.099,77, há R$98,54 de bônus cultura e R$103,40 de auxílio-transporte. A jornada de trabalho é de 16 horas semanais. Para concorrer ao cargo de professor I, os candidatos deverão ter licenciatura plena na disciplina específica ou equivalente, com diploma devidamente registrado.

Segundo a diretora de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Educação, Maria de Lourdes Albuquerque Tavares, os preparativos já foram iniciados para que o edital saia em abril. "O processo está tramitando na Coordenadoria-Geral de Gestão de Talentos da Secretaria de Administração", disse, ressaltando que as vagas de Matemática ainda dependem de autorização. Isto porque o banco de aprovados do último concurso, que está em validade, já foi finalizado.

Sobre a diminuição das vagas de professor de Inglês, que inicialmente seriam 800, ela explicou que esse quantitativo poderá ser preenchido durante a validade da seleção, porque, normalmente, a secretaria realiza diversas convocações de aprovados.

Segundo a diretora, a distribuição das vagas pelas dez Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) do município será divulgada posteriormente. Como em concursos anteriores, no ato de inscrição, será preciso escolher a área em que deseja atuar. O último concurso para professor I de Matemática foi em 2007 e, para Educação Física, em 2003. Já a disciplina de Inglês passará a fazer parte da grade curricular para estudantes do 1° ao 3° ano a partir do segundo semestre deste ano, e a partir de 2011, às demais séries.

Normalmente, as seleções para professores constam de 30 questões objetivas de disciplinas específicas e 20 de Língua Portuguesa, além de duas questões sobre Fundamentos Teórico-Metodológico e Político-Filosóficos da Educação. Segundo a diretora Maria de Lourdes, os professores de Inglês deverão passar também por uma prova oral.

FONTE: FOLHA DIRIGIDA

Polícia mira em 30 escolas com suspeita de irregularidades



Responsáveis vão responder por estelionato e formação de quadrilha por emitir diploma falso e atuar sem licença

POR RICARDO ALBUQUERQUE

Rio - A Secretaria Estadual de Educação declarou guerra a 30 escolas suspeitas de serem piratas. Cinquenta agentes da Delegacia de Defraudações cumpriram nove mandados de busca e apreensão em Nova Iguaçu, Belford Roxo, Itaboraí e Itatiaia. As instituições teriam emitido certificados de conclusão falsos e funcionado sem autorização da Coordenadoria de Inspeção Escolar e do Conselho Estadual de Educação.

Em Nova Iguaçu, 16 policiais civis da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) armados com fuzil com mira a laser acompanharam o cumprimento de quatro mandados. O delegado Robson Costa, titular da Defraudações, explicou que pediu o reforço porque as unidades ficam em áreas de risco. A secretaria estima que 400 alunos, formados ano passado nas nove instituições, receberam diplomas sem valor legal. Outros 22 estabelecimentos de ensino privados estão na mira dos policiais.

“Os donos vão responder por cobrar pela emissão de documentos sem validade, o que caracteriza estelionato e até formação de quadrilha, caso haja ligação entre as instituições. Elas iludem os alunos e fazem com que percam tempo e dinheiro”, explicou o delegado.

No escritório da Lima Teixeira Cursos e Supletivos, no Calçadão de Nova Iguaçu, foram recolhidos recibos de matrícula, fichas de alunos e provas. Sem autorização do conselho, o estabelecimento cobra R$ 600 de matrícula, em duas vezes sem juros, e R$ 200 de mensalidade por ensino à distância. A promessa é de diploma de ensinos Fundamental ou Médio após um ano. Os certificados dos estudantes de lá são emitidos por outras duas instituições: Ponto de Partida e Centro Educacional Carioca, alvo de investigação.

Os policiais recolheram documentos também no Núcleo Educacional Sobre a Pedra e Oriento Rio e no Centro Educacional Marcia Freire, em Nova Iguaçu; educandários Santos Marins e Maria Isabel e Colégio Francisco de Assis, em Belford Roxo; Turma da Luluzinha, em Itaboraí; e Cade Idiomas Profissional, em Itatiaia. Márcia Freire, dona do curso que leva seu nome alega que fez acordo com a CRE de Nova Iguaçu, prometeu se regularizar: “Se fosse esperar pela burocracia nunca montaria a escolinha”.

Os alunos lesados serão levados para outros colégios

O coordenador de Inspeção Escolar, Alessandro Sathler, explicou que os 400 alunos prejudicados pelas escolas em situação irregular devem procurar as coordenadorias regionais de Educação (CREs). Os endereços estão no site www.educacao.rj.gov.br. “Cada caso será avaliado. Ou serão absorvidos pela rede estadual ou farão exames de avaliação para não perderem o ano. O importante é que a secretaria estará alocando todo mundo que foi enganado”, explicou Sathler.

O superintendente de Infraestrutura da Secretaria Estadual de Educação, José Múcio Porto, recomenda checagem da lista de escolas licenciadas para funcionar, disponível no mesmo site, ou nas Coordenadorias Regionais de Educação.

Apesar de não terem autorização, as escolas só podem ser obrigadas a fechar por ordem judicial, segundo informou a Secretaria Estadual de Educação. Os donos dos estabelecimentos ainda podem procurar a Secretaria de Educação para regularizar a situação. “Aquelas que insistirem em funcionar de forma irregular continuarão sendo alvos dos fiscais”, avisou Alessandro Sathler. Ele explicou que a secretaria pode pedir auxílio ao Ministério Público para fechar os colégios através dos tribunais.


FONTE: O DIA



Dupla regência para professores da rede municipal de Niterói

Fundação de Educação abre processo seletivo, cujas inscrições serão abertas na próxima segunda-feira. Ao todo serão oferecidas 240 vagas


A Fundação Municipal de Educação realizará Processo Seletivo Simplificado visando à concessão da gratificação de dupla regência para os professores selecionados que passarão a integrar as Equipes de Referência dos Ciclos, atuando do 1º ao 4º ciclo, do ensino fundamental regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O processo será feito internamente, ou seja, todos os 2.078 professores da rede municipal estão aptos a participar e concorrer às 240 vagas para integrar a equipe de referência, responsável por prestar apoio aos professores. A remuneração salarial irá variar de acordo com as horas trabalhadas. As inscrições começam na próxima segunda-feira e serão feitas apenas pelo site da instituição www.educacao.niteroi.rj.gov.br.
Segundo o presidente da Fundação Municipal de Educação (FME), Cláudio Mendonça, as equipes de referência irão compartilhar o planejamento de aula com os docentes que lecionam normalmente, além de propor atividades e avaliar os resultados.

“A iniciativa da criação desse conjunto de apoio foi de Cléa Monteiro, integrante da coordenação pedagógica da Fundação Municipal de Educação. O intuito do processo seletivo é melhorar cada vez mais o ensino da rede municipal, passando do aprendizado infantil até a educação de jovens e adultos. Ao todo, serão cinco setores monitorados e auxiliados pelo grupo de qualidade alfabetização, letramento e promoção da leitura; matemática; iniciação científica e informática educativa”, explicou o presidente da Fundação, Cláudio Mendonça.

Ainda de acordo com Mendonça, os docentes que estiverem aptos a integrar essa equipe de referência trabalharão em um turno diferente ao que normalmente seria o de atuação. Por exemplo, se o professor leciona para os alunos do turno da manhã, ele poderá escolher se integrará o grupo de qualidade no período da tarde ou noturno.

“Quando for se inscrever, o professor irá declarar sua titulação acadêmica, e posteriormente comprovar essas informações. Na próxima etapa, serão entrevistados por membros da área pedagógica, na qual deverão responder sobre disponibilidade de horários, experiência profissional e o nível de engajamento com trabalhos desse tipo. Cada candidato no ato da inscrição deverá indicar duas opções de instituição de ensino para atuação”, explicou.
Após apurado o total de pontos, na hipótese de empate, será dada preferência para efeito de classificação, sucessivamente, maior pontuação na titulação acadêmica; maior pontuação de efetivo exercício no magistério. A validade do processo seletivo será de 12 meses, podendo ser prorrogada por igual período, de acordo com o interesse da FME.

O Fluminense


Lixo continua sendo problema em vários bairros de São Gonçalo

Moradores de localidades como Neves, Pita e Raul Veiga argumentam que estão com a coleta irregular. Promessa de melhoria dos serviços ainda não foi cumprida no município


Ano novo, empresa nova, mas os problemas com a coleta irregular de lixo em São Gonçalo continuam os mesmos. Moradores de vários bairros reclamam que, apesar das promessas de melhorias no serviço, muitas ruas da cidade se encontram tomadas pela sujeira.

Na Rua Saldanha Marinho, em Neves, é uma caçamba de lixo que vem tirando a paciência de quem mora ou passa pelo local. De acordo com os moradores a caçamba foi colocada no local para atender os moradores dos Morros do Martins e do Cruzeiro, já que os caminhões de coleta de lixo não teriam acesso às ruas estreitas. Mas mesmo quem mora nas ruas de fácil acesso despejam o lixo no local, na tentativa de retirar a sujeira da frente das residências devido a deficiência da coleta de lixo.

No Pita, o problema é semelhante. Moradores da Rua Antônio Barbosa Lima afirmam que estão há 20 dias com o lixo se multiplicando e apodrecendo na porta de casa. Já na Rua Alberto Coelho, no Raul Veiga, um terreno abandonado está tomado pelo lixo. De acordo com os moradores, devido a deficiência na coleta muitos acabam jogando o lixo no local, e o hábito ruim já deu trabalho até mesmo ao Corpo de Bombeiros, porque algumas pessoas incendiaram os detritos deixados por lá.

O Fluminense

Água continua longe das torneiras dos moradores de São Gonçalo


Depois da audiência pública na Alerj sobre o assunto, esperança de resolver o problema em alguns bairros do município ainda parece ser distante da realidade da população

Um dia após realização de audiência pública realizada na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), onde a Light garantiu que irá realizar uma revisão no acordo com a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), devido aos constantes picos de energia nas centrais de abastecimento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e o consequente corte do fornecimento de água para diversos municípios do estado, bairros de São Gonçalo ainda permanecem com problemas no abastecimento.

Em Nova Cidade, na Rua Alexandre Cruz, cerca de 60 casas convivem com os transtornos no abastecimento de água há pelos menos 44 dias. Sem solução para a escassez, moradores chegam a desembolsar R$240 por semana em pipas de água particulares e ainda têm que arcar, ao mesmo tempo, com as contas de água, que apesar da falta de abastecimento, não param de chegar.

Procurada, a Cedae informou que enviará uma equipe ao local para verificar as ocorrências de falta de água na Rua Alexandre Cruz, em Nova Cidade.

O Fluminense

25/02/2010

HQ & IDEOLOGIA - Violência na Turma da Mônica

Por Dioclécio Luz em 23/2/2010

Existe uma certa condescendência por parte da imprensa – e mais ainda da crítica – em relação à Turma da Mônica. Muito provavelmente por razões nacionalistas – não é de hoje que os quadrinhos brasileiros tentam se impor no mercado nacional diante das grandes empresas norte-americanas. Ocupar o mercado nacional, porém, não é mais problema para a Turma da Mônica – ela é hoje a revista infantil mais vendida do país, desbancando Disney e companhia.

Na verdade, a exemplo da Disney, a Turma da Mônica, há muito tempo é bem mais que um grupo de personagens de Histórias em Quadrinhos (HQ). Estamos tratando de uma marca fazedora de dinheiro de uma grande empresa – Maurício de Souza Produções – que se manifesta em brinquedos, sabonetes, xampus, fraldas, pentes, parques temáticos... Enfim, uma gigantesca quantidade de produtos infantis.

A questão, porém, não é a dimensão ou os negócios da empresa. Não é o que interessa no momento. Vai se tratar aqui dos personagens da Turma e, em especial, da relação desses personagens com a violência.

O principal deles é, claro, a própria Mônica. A garotinha tem uma característica: ela resolve as coisas na porrada. Tudo. Este é um elemento educativo complicado. Ao invés do diálogo, da negociação, apela-se para a violência. Quando está em apuros, é no braço, ou fazendo uso do seu coelhinho, que Mônica resolve. Moral da história: em situações de conflito, ganha o mais forte.

Hábito que aprendeu com o pai

A Mônica é exemplo de um fenômeno muito comum entre as crianças, em especial nas escolas: o bulling. Pode se dizer que o bulling é uma agressão verbal e sistemática à criança, quando se apelidos que a incomodam, pejorativos, nomeando-a por algo que ela não gosta. No caso, Mônica é chamada de "dentuça", "gorducha" e "baixinha". Isso a deixa irritada. E ela resolve, claro, na porrada. É evidente que, na vida real, nenhum psicólogo iria sugerir o método Mônica para resolver os problemas do bulling. Seria por demais primitivo. No entanto, espantosamente, ele está presente nos gibis da Turma da Mônica. Tudo indica (seria preciso uma pesquisa mais aprofundada) que a solução pela violência é o tema mais recorrente nas histórias em que a garotinha aparece.

Ao que parece, os adultos leitores ou pais de crianças que lêem os gibis da Mônica são condescendente com esta prática da violência. Afinal, para uns, "é uma menina". Isto é, violência feminina pode, masculina não. Na verdade, estamos transferindo para o mundo infantil uma cultura do mundo adulto. A lógica é: se o nosso mundo adulto é machista, com extraordinários índices de violência masculina contra a mulher, é bom que as mulheres reajam. Esse pensamento comete um erro grave: a violência contra a mulher não pode ser corrigida com a mulher também sendo violenta. Quando ela usa as mesmas armas do homem-machista está se igualando a ele. Claro, há momentos em que é preciso se defender, reagir, partir para a luta e aí vale tudo – porque pode ser uma questão de sobrevivência, inclusive. Mas não creio que seja bem aceita na sociedade a mulher que tem por hábito, como o homem violento e machista, resolver tudo na porrada.

De qualquer forma, esse é um problema do mundo dos adultos. Ainda não faz parte do universo infantil. Corrija-se: faz sim, quando as crianças observam os pais e como eles agem para resolver seus conflitos. Se o pai resolve na porrada, o filho ou a filha vão saber que é assim que deve ser feito. É desse modo que se constrói a personalidade. Enfim, numa leitura superficial pode se dizer que se a Mônica tem o hábito de resolver as coisas na porrada, a princípio, direta ou indiretamente, ela aprendeu isso com seu pai ou sua mãe – pela ação ou omissão, atos ou palavras. A princípio, porque teríamos que fazer uma análise mais aprofundada do seu caráter.

A ótica do hormônio

A Mônica, porém, não é um caso, uma personagem de gibi. Ela é um símbolo. Milhares de crianças lêem a Mônica. E o que estão aprendendo?

1) as coisas se resolvem na porrada;

2) a regra é olho por olho, dente por dente;

3) o bulling deve ser praticado;

3) a inteligência ou a sensibilidade não devem ser usados para resolver conflitos.

É o caso de se comparar a Turma da Mônica com outras turmas. Pode-se pensar na Mafalda, do argentino Quino. Mafalda é brilhante. Mesmo sendo uma HQ para adultos, os conflitos são resolvidos com inteligência e muita sensibilidade. Alguns personagens são cruéis, mas dificilmente alguém sai no tapa; não é comum, mas ocorre. Mas nenhum deles tem na violência sua marca, como é o caso da Mônica.

Outra turma brilhante é a do Calvin, do norte-americano Bill Watterson. Não é exatamente para crianças, mas elas também podem participar das histórias de um garotinho nada fácil que vive questionando as nossas regras morais ou sociais. Por exemplo, Calvin costuma fazer compras de bazucas e metralhadoras por telefone... Calvin tem uma "amiga", a Susie, a quem vive importunando. Quase sempre ele leva a pior. Mas, se observa, é uma questão de gênero – os meninos na sua idade não gostam de brincar com meninas. Eles pensam coisas diferentes do que elas pensam; cada qual vê o mundo diferente – pela ótica do seu hormônio. E, às vezes, ela sai no tapa com ele. Mas a violência não é um traço seu. Susie não é a mandona da rua ou da escola.

Desvios comportamentais

É importante registrar que Calvin e Mafalda são personagens com fundamentos sociais revolucionários; são filósofos – eles fazem o leitor refletir sobre o mundo, sobre a sociedade, o nosso modo de vida, a política, os costumes, e claro, a relação dos adultos com as crianças. A turma da Mônica não tem nada disso. Essa gurizada é extremamente conservadora e moralista. Reproduzem as tradições, os costumes, as modas e modos sociais, sem questionamentos. Talvez por isso, a violência com que a Mônica lida com os conflitos seja uma prática comum.

Na escola de Calvin há uma criança, Mool, um grandalhão que costuma bater nas outras crianças e resolver tudo na porrada. Mas seu autor, Bill Watterson, coloca-o no seu devido lugar: Mool é tratado como um grosso, sem nada na cabeça, um gorila. Ele é o resumo caricato de todo cara (ou instituição) que adota a força para se impor sobre os outros. No caso da Mônica ocorre exatamente o contrário: a palavra final, a decisão sobre os conflitos, quem dá é o personagem que tem mais força, isto é, a Mônica. E essa sua característica de violência é transformada numa virtude – devidamente premiada com a solução dos conflitos em que se envolve e a satisfação dos seus desejos.

O outro aspecto a se observar na Turma da Mônica é o abuso dos clichês. Pelo menos três personagens são clichês: Mônica, como se viu, a que resolve as coisas na porrada; Cascão, que odeia água; Magali, a comilona. Antes de tudo, note-se que são clichês negativos. Ninguém da turma é conhecido por ser inteligente, criativo, sensível, cuidadoso, gentil, amável, isto é, por qualidades humanas, por virtudes humanas. Na verdade, temos, mais uma vez, o incentivo ao bulling – esses três personagens trazem consigo motivos para discriminação e para serem agredidos pelos colegas.

O problema dos clichês nos personagens é que eles não existem fora disso. Cascão ou Magali (e a Mônica) não existem fora dessas suas "virtudes". As observações, as visões do mundo, as idéias, as sugestões, tudo isso que dá personalidade a um personagem, não existe na Turma da Mônica. A gente sabe que é Magali quando ela fala em comida; a gente sabe que é Cascão por seu ódio à água; a Mônica aparece quando é hora da porrada. Mas essas características de Cascão e Magali, como veremos mais adiante, não são exatamente traços de personalidade, e sim, desvios comportamentais. A violência da Mônica, sim, está mais próximo de um problema de personalidade.

Por que Magali não engorda?

A Magali merece uma observação mais cuidadosa. Ela é uma menina que tem obsessão por comida. E como as histórias da Maurício de Souza Produções abordam isso? Como algo normal. Ter obsessão por comer, para a Maurício de Souza Produções, não é problema.

Há uma confusão no discurso da Magali (o dela e o de quem a faz falar): a obsessão por comida é considerada um traço da sua personalidade, mas não causa efeitos negativos sobre a saúde. Esse é o problema. Se uma criança que tenha obsessão por comer se identificar com Magali, não vai se esforçar para romper com essa obsessão.

O que se percebe é que o assunto – o desejo de comer sempre mais – é muito sério para ser tratado da maneira como trata a Turma da Mônica. O Brasil tem uma população obesa de adultos que ultrapassa 50%. Entre os pobres, os percentuais podem chegar a 60%. No ano passado, o Ministério da Saúde fez uma campanha contra a obesidade das crianças. E obesidade é doença, reconhece a Organização Mundial da Saúde. Magali, porém, embora tenha essa obsessão pela comida, não é uma menina obesa. Isto é, os roteiristas e desenhistas eliminaram das histórias o que é consequência natural de quem come demais. Todo mundo que come bastante engorda. Magali, não. Porque a Maurício de Souza Produções eliminou essa parte da história da Magali? Pode-se pensar em várias alternativas: para focar no clichê da obsessão por comida; para não discriminar leitores e leitoras que têm essa obsessão; para não ferir os interesses comerciais da revista que costuma publicar anúncios de biscoitos e guloseimas para o público infantil. Seja como for, a abordagem é extremamente perigosa para o leitor, principalmente para aquele ou aquela que tem obsessão por comida.

As marcas das personalidades

A questão da personalidade merece mais atenção.

Observando os clássicos dos quadrinhos pode se notar que os personagens têm personalidade. Não é necessário olhar a imagem para distinguir nos balões se quem fala é Batman ou Robin, Tarzan ou Guran, Flash Gordon, Fantasma; Miguelito, Felipe, Mafalda ou Manolito. A bem da verdade, diga-se que Quino também usa clichês, como Suzie (que é tudo que a mulher passiva deve ser) e Manolito (o capitalista radical). Mas, está bem claro aí que esses personagens são símbolos caricaturados de uma proposta de sociedade que ele (o autor) condena. De fato, estes dois aparecem como representações semióticas do cenário político ideológico da sociedade criticada por Mafalda e sua turma. Seriam o contraponto ao mundo que Mafalda (Quino) pensa. E mesmo assim não se pode dizer que não tenham personalidade. Suzie e Manolito pensam e agem conforme a postura ideológica de cada um. Eliminem-se os desenhos na HQ e o leitor que costuma ler Quino irá identificar os dois. Eles têm opinião, idéias, posturas. Todos os personagens de Mafalda têm personalidade – cada um pensa diferente. As boas histórias em quadrinhos criam personagens fortes – e são considerados fortes porque se impõem pela singularidade, pela personalidade. Vide a turma de Hagar, o horrível, de Dik Browne; ou os personagens criados por Laerte (Piratas do Tietê, Zelador, Gato & gata) ou Angeli (Rê Bordosa, Rhalah Ricota), F Gosales (Niquel Naúsea); ou gibis mais antigos como Manda-chuva e Os Flinststones. Tira, cartum ou HQ, os personagens têm personalidade.

E quanto aos principais personagens da Turma da Mônica? Não têm nada disso. Quais são as marcas das personalidades deles? Não existem. A única que se sabe tem uma personalidade é Mônica, mas por seu desvio. Quando ela não está dando porrada, também não existe.

A demanda bélica do Pentágono

Podemos pensar em outros personagens. Chico Bento, por exemplo, revela a vida no campo, mas como clichê. As situações vividas por ele mais parecem narradas por um observador instalado na Rua Augusta, um urbanóide que nunca botou os pés na terra. Por isso, o meio rural é tratado como um outro planeta. E se alguém perguntar as características da personalidade de Chico Bento não vai ter resposta. No máximo vai fazer uso do clichê – que ele é um matuto, um caipira paulista, algo genérico. Chico Bento é uma visão burguesa – distante e elitista – do campesinato. Ele não existe, o que existe é o meio em que vive, forjando todos iguais a ele. (Ele não existe porque não pensa, tomando de empréstimo o cogito cartesiano.) Não pensa como uma pessoa chamada Chico Bento, mas como o protótipo de um ser qualquer, genérico, que vive no meio rural. A gente identifica Chico Bento por causa do ambiente, da roupa, do sotaque caipira. Mas Chico Bento pode ser qualquer um.

Esta visão de personagem que não pensa, não tem opinião, mas apenas age e, conforme o meio, vem dos anos 50, 60 ou 70 do século passado, quando a turma da Marvel já fazia sucesso. Além dos citados Batman, Tarzan, Fantasma, havia Hulk e uma enormidade de gibis de cowboys. No Brasil, a melhor experiência de HQ infantil foi a Turma do Pererê, de Ziraldo, que já ia além dos personagens clichês, fazendo-os ter personalidade.

Hoje são outros tempos. E os personagens mudaram. Batman ainda é cultivado pela garotada mais nova, porém avançou em traços mais exuberantes (Frank Miller, por exemplo) e adquiriu uma personalidade dark. O mesmo aconteceu com Hulk. E com a grande maioria dos antigos heróis. De fato, eles evoluíram porque o público também evoluiu. Os desenhos (e filmes) de Batman contêm muita violência, mas, regra geral, agora se tenta explicar isso como traço de personalidade (revolta pela morte de parentes). Isto é, Batman tem personalidade. Super-heróis puramente ideológicos, como é o Capitão América, criados para atenderem à demanda bélica do Pentágono, são mortos e depois revividos conforme os interesses bélicos do momento.

Um exagero na idolatria

Neste sentido, a Turma da Mônica é um retrocesso. É um monte de clichês, como era comum principalmente nos personagens de Walt Disney – sem opinião e naturalmente conservadores. Sim, Disney foi um histórico conservador, conhecido por delatar aqueles que lhe pareciam comunistas na época do presidente McArthur. Tio Patinhas é o símbolo maior da Disney.

A personagem Mônica não tem uma obsessão como a do Tio Patinhas (pelo dinheiro), mas os dois têm algo em comum – Mônica sugere que os conflitos do mundo devam ser resolvidos através da violência. E isso pode ser visto como uma postura bélica, característica histórica e cultural dos Estados Unidos. Afinal, o big stick, a solução de conflitos através da porrada, tem sido a forma diplomática dos Estados Unidos agirem nos últimos séculos.

Tio Patinhas, salvo engano, é de meados do século passado. Mas Tio Patinhas, mesmo assim, ainda é um avanço em relação a Cascão ou Magali porque, como o Manolito de Quino, a sua necessidade de juntar dinheiro é uma ideologia, e o medo da água de Cascão ou a fome de Magali, são apenas bullings reverenciados pela Maurício de Souza. É muito provável que Maurício de Souza tenha se espelhado em Walt Disney para criar os seus. Talvez haja um exagero nessa idolatria: há uma semelhança física (forjada ou não) entre o criador da Turma da Mônica e o criador do Pateta. Isso não explica o porquê da Mônica ser violenta ou dos personagens da sua turma não terem personalidade. Mas deixa o alerta sobre o que nossas crianças estão lendo.

FONTE: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=578JDB009

Merenda apenas em 20% das escolas-Nova Iguaçu



Alunos da rede municipal de Nova Iguaçu levam lanche de casa para assistir aula. Prefeitura diz que hoje situação estará normalizada


Rio - Apesar de a Prefeitura de Nova Iguaçu garantir que as escolas estavam abastecidas de alimentos para a merenda ontem, muitas unidades continuaram com o mesmo problema dos dias anteriores, quando dispensaram alunos mais cedo devido à falta de refeições. Em 20% das 124 escolas, foram servidos suco e biscoito ou arroz, feijão, batata, brócolis e carne ensopada, segundo a assessoria de impresa da prefeitura. É o caso da Escola Monteiro Lobato, onde O DIA mostrou ontem, que as crianças estavam sem merenda.

Segundo informou a prefeitura, todas as dispensas da rede de ensino foram abastecidas durante o dia, mas não houve tempo hábil para o preparo da merenda em todas as escolas. “Amanhã (hoje), com certeza, todas as crianças vão dispor do café da manhã, almoço e lanche”, garantiu a assessoria do prefeito Lindberg Farias.

Na Escola Municipal Dr. José Reis, em Prados Verdes, a situação ainda não havia mudado. Preocupada com a falta da merenda, a dona de casa Aurélia Rodrigues Machado mandou iogurte e água gelada para o filho Edson, 6 anos, em seu primeiro dia de aula. “É a primeira vez que levo um filho para a escola. Se não tiver merenda, pelo menos, o iogurte engana”, justificou.

A diretora do colégio, que não quis se identificar, se recusou a falar sobre o assunto. Limitou-se a informar que a merenda já estava armazenada. “Não lanchei e nem merendei hoje (ontem). Ninguém contou o motivo”, comentou Cíntia Dias Silva, 12, que cursa a 6ª série. A mãe de Cíntia, Angélica da Silba Dias, reclamou do tratamento que os três filhos recebem na escola. “Aqui nada funciona direito, a escola está abandonada, cheia de mato. O prefeito talvez não esteja sabendo dos problemas que acontecem aqui”, queixou-se.

Valdinete da Silva, 29 anos, que tem dois filhos estudando no Dr. José Reis, classificou como falta de respeito o fato de os meninos não terem merenda. “Mesmo quando tem comida, alguns alunos ficam sem lanche porque não dá para todos”, contou.

Já Elizabeth da Silva Curi, 35, disse que não deixará os dois filhos frequentarem o horário integral caso não haja merenda para eles. “Do contrário, terei que vir buscá-lo para que eles almocem em casa. Seria um absurdo”, reclamou.

Na avaliação do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), a maioria das escolas não preparou a merenda ontem por falta de mão de obra. “Muitos colégios estão sem merendeira porque a prefeitura tem débito com a cooperativa que presta serviço à municipalidade”, afirmou uma das diretoras. A assessoria de imprensa da prefeitura negou e informou que as 400 merendeiras estão se desligando da cooperativa Multiprof para serem contratadas pela prefeitura.

POR GERALDO PERELO ( O DIA )

Milhões ‘evaporam’ nas escolas




Estado admite que já gastou R$ 130 milhões para obras de adaptação, mas não sabe quantas escolas receberam ar-condicionados. Comissão da Alerj cobra solução para ‘caldeirão’ em salas com aparelhos que não funcionam

Rio - A Secretaria Estadual de Educação admitiu que já gastou R$ 130 milhões com obras de adaptação para receber aparelhos de ar-condicionado nas escolas da rede, mas não sabe informar quantas unidades foram beneficiadas. A falta dos aparelhos — e, em alguns casos, equipamentos que ainda não funcionam — tornou-se um problema para alunos e professores, que têm enfrentado temperaturas de até 40 graus nas salas de aula. Ontem, a Comissão de Educação, da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), informou que vai encaminhar ofício ao estado solicitando uma alternativa emergencial nos colégios.

“Não é só uma questão de mau planejamento do projeto nas escolas, mas de saúde. Não tem com um aluno render numa sala de aula a 40 graus. Se não tem refrigeração, então que coloquem pelo menos ventiladores”, disse o deputado Comte Bittencourt (PPS), presidente da comissão. A promessa da secretaria é instalar 34 mil ar-condicionados até o fim do ano.

Os aparelhos vão custar aos cofres públicos R$ 38 milhões — valor referente ao aluguel por 14 meses. A quantia não está incluída nos R$ 130 milhões já gastos, porque esse dinheiro foi somente para obras de vedação e adequação ao quadro de energia nas escolas. “Não tenho como precisar quantos aparelhos estão instalados ou funcionando. Esse número muda todos os dias, mas estamos fazendo o levantamento”, argumentou o superintendente de Programas e Projetos Especiais, da Secretaria de Estado da Educação, Sergio Fonseca Marcondes. Ele também não soube informar se haverá um plano alternativo para as escolas que estão com vedação e sem ar-condicionado.

A coordenadora do Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), Beatriz Lugão, disse que os professores se reunirão em 10 de março, na Alerj, para uma audiência. O grupo vai contestar informações divulgadas pela secretaria de que o ano letivo de 2009 foi marcado pela instalação de ar-condicionado. “Está insuportável lecionar em salas lotadas sem ventilação, e no verão mais quente que já vimos”, reclama a professora.

Improviso de estudantes para suportar calor de 40°

Para se refrescar, vale desde um leque improvisado com a capa dura de um caderno até toalhinhas de algodão, passando por garrafas congeladas de água e ‘ vaquinhas’ para a compra de miniventiladores portáteis. Na mochila de Felipe Nascimento, 19 anos, aluno do 3º ano do Colégio Estadual Professor Daltro Santos, em Bangu, não faltam paninhos de algodão, usados para secar o suor que escorre pelo pescoço e ensopa a camisa do jovem.

O aluno Leonardo Bernardes, 17 anos, aluno do 2º ano da mesma escola, conta que sua turma é obrigada a mudar de sala constantemente por causa do calor. “Ninguém aguenta aquele forno. Hoje a gente está tendo aula com quatro ventiladores porque dois foram retirados de outra sala. Já tive dores de cabeça muito fortes”, conta.

Reportagem de Bruna Talarico e Christina Nascimento ( O DIA )

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Mãe agride professora em escola de Santa Catarina

Docente tomou golpes na cabeça e quebrou a perna; funcionária também foi vítima


A mãe de uma aluna do ensino fundamental (o antigo primeiro grau) agrediu a professora e uma funcionária de uma escola estadual em São José, município da região metropolitana de Florianópolis, capital de Santa Catarina.

A professora Ana Paula Carlos dos Santos, 35, foi atingida na saída da escola por seguidos golpes na cabeça. Ela quebrou a perna após desmaiar.

Ana Paula diz que a mãe estava fora de controle:

- Na hora da saída, ela não viu a menina passar e disse que [os funcionários] havíamos escondido a garota. Eu não tive tempo de reação.

Segundo funcionários da escola, a mãe tem distúrbios emocionais e enfrenta problemas no Conselho Tutelar com relação à filha.

A docente afirma que vai à Justiça contra a mãe, pois está impossibilitada de trabalhar. No colégio estadual Cristo Rei, as aulas da primeira série do fundamental foram paralisadas pela ausência da professora.

Mais violência

A mãe, após agredir Ana Paula, voltou à escola e partiu para cima de uma vigilante com um cabo de vassoura.

A funcionária registrou boletim de ocorrência, e a mãe foi enviada para a delegacia. Lá, ela foi presa em flagrante por desacato de autoridade após tentar agredir também o policial de plantão.

Após assinar um termo circunstanciado, a mãe foi liberada. Ela não foi encontrada pela reportagem para falar sobre o caso.

FONTE: R7

24/02/2010

BOLETIM INFORMATIVO/NA LUTA PELA EDUCAÇÃO-SÃO GONÇALO


“Ao separar a luta econômica, e meramente sindical, da luta política mais geral, a maioria dos sindicatos, ao longo do século XX no Brasil e no mundo, deixaram de cumprir um papel, que apesar de limitado, era e é imprescindível para a luta socialista. A partir da leitura do marxismo clássico, é tarefa dos sindicalistas revolucionários atuais fazer esse balanço e encaminhar ações que procurem pôr em xeque o sistema capitalista como um todo, sem se limitar a lutar meramente contra os seus efeitos, mesmo que estes sejam bastante nefastos.”

Teones França

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11/02/2010

BORIS CASOY = LIXO


Sempre que sintonizo a Band e surge a imagem do apresentador Boris Casoy meu reflexo imediato é mudar de canal. E isso acontece graças ao vazamento de seu comentário – preconceituoso e desrespeitoso – sobre os garis no último dia do ano passado. As palavras, o escárnio e a desfaçatez com que o jornalista se referiu aos garis contribuem para que o controle remoto seja acionado, sem dó nem piedade. Talvez eu seja o único a agir assim. Não sei. É que existem imagens e fatos que, assim do nada, alcançam alto relevo em meus juízos de valor, em minha memória.

No primeiro dia deste ano, Boris Casoy se desculpou do alto do seu microfone de âncora do Jornal da Band. Mas era tarde demais, o estrago estava feito e seu pedido de desculpas, talvez por não conter a força do achincalhe proferido em rede nacional de televisão, ficou ali perdido no rodapé de minha memória. Era como se a retratação não combinasse, seja em número, gênero ou grau, com a figura grandiloqüente do experimentado jornalista. O assunto mobilizou tanto minhas energias que publiquei no neste Observatório o texto "Que vazem os áudios" .

Algo que custo a entender é porque cargas d´água um indivíduo com milhares de horas ao vivo, apresentando em tribuna privilegiada que é a bancada de um dos principais telejornais do país, vociferando a torto e a direito contra tudo o que julgava ser errado no Brasil, crispando o rosto sempre que noticiava uma maracutaia, carregando na ironia sempre que surgia a fala de uma autoridade – seja do governo ou não – e usando à exaustão o hoje vazio e oco bordão "Isto é uma vergonha!", de repente, e sem mais nem menos, mostrasse outra faceta, bem menos humana e cordata, arranhando em baixo relevo sua trajetória profissional de tantos decênios.

O episódio mostra à larga que ainda não conseguimos encurtar a distância entre a intenção e o gesto. A distância entre o coração e a mente é imensamente superior à existente entre a Terra e Marte. E no meio disso tudo nos encontramos às voltas com a farsa montada sobre a falsa moral.

Juízo de valor

Acabo de me inteirar que o jornalista responderá a quatro processos. Todos motivados por seu tropeço na própria língua. Destaco dois dos impetrantes. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes (Fenascon) é autora de ação civil pública contra a Band e o jornalista Boris Casoy. A ação deu entrada no Fórum João Mendes, localizado na região central da capital paulista. Nesta ação, a Fenascon, por intermédio de seu advogado, entregou dados sobre o número de trabalhadores da categoria em atividade no país – cerca de 360 mil pessoas. Com base nas informações, o ressarcimento, caso seja decidido judicialmente, será revertido para o fundo de assistência dos trabalhadores de limpeza.

Outro processo foi movido pelo gari Demilson Emidio dos Santos, da cidade da Campina Grande (PB). No processo de indenização por danos morais, Santos argumenta que o fato causou "danos profundos" a ele a sua família. Portanto, temos uma entidade de classe e um dos 360 mil garis do Brasil buscando reparação à altura do preconceito vazado em rede nacional de televisão.

Em suas frases podíamos tão-somente avaliar a mesquinhez e a arrogância, a soberba e o preconceito demonstrado de forma irreversível pelo vetusto jornalista. Por que escolher os garis para apresentar sua métrica para o caráter humano? Os garis que compõem a categoria que desempenha trabalho essencial para a sociedade, que fazem a limpeza, tornam o planeta habitável, que ajuda a evitar enchentes e impede a proliferação de tantas enfermidades, certamente não mereciam serem alvos de tão odiosos comentários.

É impressionante as lições que esse vazamento propiciou:

** O respeito e a solidariedade aos garis transpareceram de forma quase unânime;

** O repúdio à fala de Boris Casoy também pareceram ser unânimes;

** Ficou evidente o poder nefasto que um juízo de valor tem de destruir reputação, mesmo que esta esteja aninhada no alto dos microfones de um telejornal noturno.

Patrimônio maior

Não é sempre que o espírito de corpo domina a chamada "grande imprensa": existem situações em que é de bom tom noticiar o mau comportamento de um de seus mais vistosos profissionais.

Neste momento em que as quatro ações seguirão seu curso normal, o que poderá levar de meses a anos até uma sentença judicial, o certo é que estes vídeos com o Boris Casoy continuarão sendo, cada vez mais, vistos na internet.

E para um jornalista que invariavelmente arroga para si o papel de justiceiro da sociedade, de corregedor-mor dos costumes sociais, nada deve ser mais penoso que observar a rápida deterioração desse patrimônio infungível que atende pelo nome de credibilidade.

Existirá punição maior?

FONTE: AQUI 


PS: UMA PUNIÇÃO MAIOR É NECESSÁRIA AO PORCO SIONISTA .

Paulo Kautscher

09/02/2010

Prefeitura de Búzios - Concurso



Búzios: prefeito confirma concurso para 983 vagas



Confira a tabela de vagas divulgada, o prefeito antecipou que o quantitativo poderá sofrer alterações. Entretanto, ele sabe da dificuldade de reduzir o número. "É difícil enxugar os quadros da Educação e da Saúde, porque conforme o tempo vai passando, mais pessoas são necessárias para trabalhar nessas áreas", revelou.



Com a maior parte dos detalhes definida, o secretário de Planejamento da prefeitura, Ruy Borba, adiantou que o concurso ainda depende da aprovação de um conjunto de leis por parte da Câmara de Vereadores. Para ele, se a Câmara colocar os projetos em pauta para votação ainda este mês, será possível publicar o edital em março, já que grande parte dos detalhes já foi definido.



De acordo com o secretário, o estudo dos quadros da prefeitura possibilitou uma análise profunda da estrutura atual. "Temos pela primeira vez a descrição do conteúdo ocupacional de cada cargo e função, introduzindo bônus de desempenho para algumas carreiras (fiscais), progressão por tempo e por desempenho, entre outras", comentou, revelando que a organizadora do concurso está definida: Fundação Trompowski (do Exército).



Uma das primeiras medidas do prefeito, logo no começo do seu mandato,foi a redução do número de cargos comissionados. "Assim que retornei à prefeitura, tratei de reduzir os cargos comissionados de 830 para 340. Hoje é um número bem enxuto. Com esse concurso que está sendo elaborado, queremos substituir alguns contratos temporários", ressaltou.




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04/02/2010

MATRÍCULAS POR TELEFONE-REDES ESTADUAL E MUNICIPAL DO RIO

Responsáveis continuam tendo problemas para realizar matrículas por telefone nas redes estadual e municipal do Rio



A Rádio CBN noticiou na manha de hoje que os responsáveis por alunos das redes estadual e municipal do Rio estão encontrando uma série de dificuldades para matricular seus filhos nas escolas das duas redes. A SME e a SEE só estão disponibilizando as matrículas via internet e telefone, mas as linhas ocupadas impedem que os pais possam matricular os alunos para o ano de 2010. No programa CBN Rio, a âncora Lúcia Hipólito, chegou a realizar diversas ligações no ar, mas todas elas encontraram as linhas ocupadas. O problema é grave, já que muitos dos responsáveis não tem como acessar a internet e, também, não podem deixar de trabalhar à espera do atendimento telefônico. Como as secretarias não estão aceitando outro tipo de matrícula, muitos alunos correm o risco de não terem suas matrículas efetuadas dentro do prazo estabelecido pelos governos estadual e municipal.