02/05/2012

MANIFESTO: CHAPA DIÁRIO DA CLASSE/ SEPE-SG

Ocupar as escolas: lutar contra o desmantelamento e sucateamento do ensino público!

A importância atual da luta dos profissionais da educação.

Mas um governo está chegando ao fim, e nada melhorou para os Trabalhadores da Educação da rede municipal de São Gonçalo. 

Assim tem sido também para o povo brasileiro em geral. Já passamos por Sarney, Collor, Itamar, FHC (dois mandatos), Lula (duas vezes), e agora Dilma - sem contar os anteriores, incluindo aí o período do regime militar empresarial fascista , e o que tivemos foi perda de direitos trabalhistas, aumento da violência contra o povo no campo e na cidade, privatizações e desnacionalização da economia, e preservação das condições miseráveis e que vivem grandes parcelas da população, notadamente os 16 milhões de seres que, reconhecidamente pelos órgãos oficiais, vivem abaixo da linha da pobreza, e em situação de “insegurança alimentar”.
No Rio de Janeiro, as sucessivas gestões do governo do estado, que desembocaram no governo Cabral, apesar de turbinadas pelos bilhões de dólares dos royalties do petróleo, só jogaram o estado em uma onda de caos e pânico, fechando escolas e arrochando os salários dos profissionais da educação, ao mesmo tempo em que ameaçam o povo pobre, principalmente os moradores de favelas, com o aumento da violência policial e com “ocupações” militares teatrais como as das UPPS, que de concreto não resolvem os problemas do povo, criando sim, um novo clima de terror nestas populações.

São Gonçalo, como não podia deixar de ser, apenas seguiu esta lógica perversa. Segundo maior município em população do estado do Rio, e uma das suas principais arrecadações, nossa cidade passa por um processo de empobrecimento, caos urbano, perda de postos de trabalho, e aumento da violência, que atinge principalmente às camadas mais pobres da população.
Na educação, São Gonçalo tem um dos índices mais baixos de um estado , que está na penúltima posição da classificação do IDEB, sendo marcas da atual gestão de Aparecida Panisset, além das dezenas de denúncias de corrupção, as risíveis e indecentes propostas de “reajuste salarial”, o desrespeito e o desprezo contra a nossa categoria. 

É contra todo este quadro que diversas categorias profissionais e movimentos populares têm se levantado.

Recentemente, várias categorias entraram em greve (as usinas de Santo Antônio e Belo Monte são um exemplo), assistimos também a resistência dos moradores de Pinheirinho, em SP, que foram desalojados pelo governo daquele estado não sem antes lutar. No campo, onde a luta nunca parou, cada dia mais trabalhadores são assassinados pelo latifúndio em decorrência da luta pela terra.
No caso de nossa categoria, foram freqüentes os momentos de embate contra esta lógica perversa vigente, sobre a égide do neoliberalismo. Greves, paralisações, redução de carga horária, manifestações e apitaços em frente à prefeitura, têm demonstrado nossa capacidade de luta e de organização.
Entretanto, isto não tem sido suficiente para derrotarmos este processo posto em prática pelas classes dominantes, que toma nossos direitos e precariza nosso trabalho. Por quê?

É preciso dar um novo caminho para a nossa luta.

De fato, nos últimos tempos, os governos e a mídia corporativa burguesa têm conseguido neutralizar nosso movimento, nos isolando do resto da população, e, em certa medida até com sucesso, jogando esta contra as mobilizações.
Por outro lado, nosso movimento tem sido cada vez mais corporativo, perdendo a dimensão de que os TRABALHADORES da EDUCAÇÃO também fazem parte da classe trabalhadora, do povo e de sua luta.

Por isso, é preciso reconduzi-lo ao caminho classista, entendendo que nossa luta é também a luta do estudante, do bairro, da favela, do operário, daquele que luta pela terra, enfim, é a luta de todos os setores populares! Mas isto não pode ser apenas em palavras mais em ações concretas e efetivas.

Para, além disto, é preciso desvincular a luta dos TRABALHADORES da EDUCAÇÃO dos interesses eleitoreiros de determinados setores de nosso movimento.
O sindicato não deve e não pode servir como trampolim, nem ser utilizado como “máquina” política para determinadas candidaturas ou determinados partidos. Isto enfraquece a luta e nos deixa reféns de cálculos eleitorais de grupos que se encastelam na estrutura sindical, e se servem desta como aparelho.

Nossa forma de organização: a organização pela base e democrática.

Além de retomar o caminho classista e de por fim as práticas eleitoreiras no movimento, carecemos também de novas formas de organização.

Ao longo dos anos, práticas autoritárias e burocráticas de membros da ala majoritária da direção do SEPE – SG têm conduzido o movimento ao afastamento das nossas bases, que não participam mais da vida do sindicato, só sendo chamadas para tanto, em momentos de negociação salarial, que é apenas uma parte de nossa luta.

Portanto, este tipo de organização deve ser reformulada. É por isto que propomos a organização pela base, pelo local de trabalho, com cada escola elegendo seus representantes no sindicato, sendo sempre um funcionário e um professor, no mínimo.

Também é preciso garantir a democracia interna do sindicato, garantindo a cada membro do sindicato e da categoria o direito a palavra e a expor suas idéias, sem aparelhismo, práticas de baixo nível político, ou manobras para garantir o controle do sindicato.
Assim fazendo, poderemos reconduzir o movimento ao caminho das conquistas.

A greve de ocupação: ocupar as escolas, ruas e prédios públicos, com atividades de greve, pais e estudantes.

A greve não é só um direito, mas é também a nossa principal forma de luta. É preciso preservá-la, e não desgastá-la.
Portanto, o que propomos é que nossas greves se transformem em efetivos instrumentos de pressão junto ao Estado, e não movimentos que, ao invés de desgastar o governo, desgasta a categoria.
Por isto, é necessário repensar está estratégia. Que greve queremos? 

Em nossa opinião, as greves de nossa categoria devem ser greves de ocupação. Primeiro, ocupar as escolas, que não devem, neste período, permanecer vazias, mas sim cheias de pais, estudantes e profissionais da educação, fazendo atividades de greve e agitações políticas, denunciando a situação da educação e do país, para aumentar a consciência da população sobre a nossa causa.
Depois ocupar as ruas com nossas faixas e bandeiras, nossa categoria e seus apoiadores. Ocupar também, a rua em que residem as “autoridades” deste município, fazendo-os lembrar 24 horas por dia, que existe uma categoria em luta
Enfim, se for necessário, ocupar as instâncias de poder deste município. É preciso coragem para tomar esta decisão, e decisão para poder implementá-la.
Companheiros e companheiras, não existem caminhos prontos, mas sim, picadas a serem abertas e desbravadas por àqueles que desejam um mundo novo.

Fonte: COLETIVO DIÁRIO DA CASSE/SG






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