30/11/2011

REDE MUNICIPAL DO RJ - UM DIA BIZARRO


Hoje foi um dia bizarro em muitas escolas da rede municipal, talvez em sua maioria. Temos que entender o que está acontecendo e divulgar ao máximo para além dos muros da escola.

Como o Rafael disse, se com Cesar Maia a aprovação automática era determinação legal de seu governo - mesmo que camuflada pelos ciclos mal implementados -, no governo de Eduardo Paes a aprovação automática acontece de forma mais suja, na surdina, no boca-a-boca das altas hierarquias do governo até o pescoço dos professores.

Nesse ano, a pressão pela aprovação é surreal. Que objetivo teriam com isso? É óbvio, ter ótimos índices de aprovação e IDEB para Eduardo Paes e Claudia Costin mostrarem, nas eleições de 2012, como seu governo foi maravilhoso para a Educação pública! Talvez cheguem a usar o termo "revolucionário" para denominar tamanha calúnia.

Uma grande mentira. É isso o que a Secretaria Municipal de Educação está produzindo para apresentar ano que vem aos cariocas. Qual é o grande instrumento dessa mentira? O IDEB. O índice, criado pelo governo federal de Lula e do PT (o cara, ele mesmo!), é o instrumento mais avançado para implementar a ditadura dos índices maquiados na Educação pública e sua precarização. Um dos aspectos fundamentais para uma escola "bater suas metas" e conquistar pontos no IDEB é APROVAR! A lógica é a seguinte: quanto mais aprovar, maior o IDEB. E o que acontece em escolas que não "batem as metas"? As cabeças "de confiança" são ameaçadas.

Assim, os governos federal, do estado do Rio e do município do Rio, têm conseguido implementar a ditadura da aprovação automática de forma disfarçada. Suja, até mesmo, se lembrarmos que Eduardo Paes utilizou a aprovação na rede municipal como ponto importante em sua campanha eleitoral, assim como, em seu primeiro dia de governo, decretou "o fim da aprovação automática". Pura demagogia, jogo marqueteiro ao qual os oportunistas estão bem habituados.

Claro, estes governos contam com a apatia da maioria dos professores e funcionários das escolas - aqueles que sabem tudo o que ocorrem dentro dos muros -, com a simpatia de uma parcela da rede em relação à secretária Claudia Costin, que carrega no currículo passagens pelo Banco Mundial, pelo governo FHC e Serra, além de Fundação Victor Civita.

Só poderíamos contar mesmo com nosso sindicato, mas este tem tido atuação muito aquém do possível e necessário. É esta a realidade que é possível mudar. Se não tivermos um sindicato atuante e combativo, construído a partir da base, não teremos condição alguma de nos contrapor à aprovação automática na rede municipal. Sem o sindicato para promover a organização da categoria e unidade entre nós, seremos atropelados, mais uma vez, como no caso da aprovação da PL 1005, sobre a reforma da previdência dos servidores municipais do Rio.


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