06/04/2010

Mãe de aluno de escola depredada é autuada por injúria e desacato à diretora

A mãe de um aluno da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, foi autuada nesta segunda-feira por policiais civis da 20ª DP (Vila Isabel) por injúria e desacato. De acordo com os agentes, ela teria praticado o crime contra a diretora da unidade. Ainda segundo os policiais, Andréia e outros alunos da escola depredaram a sala da diretora. 
 
Apesar de relatos de professores e funcionários da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, de que a diretora da unidade teria sido cercada e agredida por uma mãe e um grupo de alunos no último dia 29, em depoimento na 20ª DP (Vila Isabel), na manhã desta segunda-feira, a diretora declarou que apenas foi verbalmente xingada e ofendida. Em seu depoimento, ela contou que a confusão começou depois que o aluno, morador da Morro da Mangueira, foi flagrado jogando pedras nas vidraças do colégio.
 
Segundo seu depoimento, a diretora decidiu então chamar a mãe do rapaz na escola. Ao chegar ao colégio, a mulher teria lhe agredido verbalmente e passou a contar com apoio de alunos que começaram a gritar e bater palmas. A diretora não relatou nenhum tipo de agressão física. 
 
Diretores do Sindicato Estadual de Profissionais de Ensino (Sepe) contaram que tentaram falar com a diretora, mas ela, muito abalada, ainda não quis falar sobre o episódio. 
 
Esta agendada para esta terça-feira, às 18h30m, um encontro de professores da escola e representantes do Sepe com a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, para tratar do assunto. Segundo um dos professores do colégio, que não quis se identificar por questões de segurança, os funcionários estão aterrorizados. De acordo com outro funcionário, que também não se identificou, a diretora teria tentado apartar a briga entre dois meninos, quando um terceiro morador da comunidade interferiu. Este mesmo menino, não se sabe por que motivo, foi para casa e retornou ao colégio com a mãe e um grupo de moradores da comunidade, que teriam cercado a diretora e a agredido. 
 
Ainda de acordo com funcionários, os fios de telefone da escola foram cortados, computadores foram jogados no chão e até mesmo a Rua Oito de Dezembro, onde fica a escola, foi interditada para impedir a entrada da polícia. Desde então, a diretora não voltou mais ao colégio. Segundo o Sepe, ela foi afastada por problemas de saúde. A escola ficou fechada nos dias 30 e 31. Nesta segunda-feira, a unidade funciona normalmente, com um guarda municipal no pátio. 
 
De acordo com uma nota divulgada pelo sindicato, a diretora foi ameaçada de morte e a agressão só não teve consequências mais graves por que ela conseguiu se proteger num dos banheiros da escola. O Sepe pretende ainda denunciar o ato de violência ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à Câmara de Vereadores e à Assembléia Legislativa. 
 
A Secretaria municipal de Educação afirmou que os fatos serão apurados pela sindicância já instaurada pela 2° Coordenadoria Regional de Educação, com o prazo de 60 dias para serem esclarecidos. 
 
Em nota, a secretária Municipal de Educação, Claudia Costin, disse considerar inaceitável que professores ou diretores sejam agredidos. "Episódios como este são uma agressão à toda a educação na cidade. Os alunos envolvidos que forem considerados culpados serão punidos e as famílias envolvidas na solução do grave problema de desordem". A secretaria informou ainda que, no Diário Oficial do dia 19 de março, foi autorizado pelo prefeito a nomeação de 300 agentes educadores, que serão encaminhados às escolas. 
 
FONTE O GLOBO




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