Adiada a data das eleições para a escolha do novo reitor da UFF

Corpos docente e discente da UFF ganham tempo com novo prazo para conhecer e discutir sobre os candidatos Roberto Salles e Francisco Palharini

A eleição para a escolha do novo reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), que seria iniciada no dia 24, com a abertura da inscrição de chapas, teve que ser adiada.  Pelo novo edital, publicado no dia 16, a inscrição de chapas passa a acontecer nos dias 6 e 7 de abril, sendo a votação realizada de 18 a 20 de maio. Caso haja necessidade de segundo turno, este ocorrerá de 8 a 10 de junho.

Para os estudantes, este adiamento é considerado um fato positivo. Para o diretor de Políticas Educacionais do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFF, Lucas Melo Braga, aluno do curso de Direito, isto possibilitará ampliar o diálogo com os candidatos. “A eleição sendo toda adiada muda completamente o quadro político da universidade. Esse tempo maior possibilitará maiores debates também”, afirmou.

Enquanto não são inscritas as chapas, a comunidade acadêmica discute as possíveis candidaturas. Até o momento, o quadro mais provável é o da disputa entre o atual reitor, Roberto Salles, possível candidato a reeleição, e Francisco de Assis Palharini, diretor do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF), como candidato de oposição.

Chapas – A assessoria de imprensa da Reitora da UFF informou que o reitor Roberto Salles não irá se pronunciar sobre a eleição até a formalização das chapas. Entretanto, o vice-reitor, Emmanuel Paiva, informou que não apoiará a reeleição de Salles, alegando que o reitor não é a pessoa “mais competente para administrar a universidade”.

“Estou ajudando a construir a candidatura de Palharini, pois Roberto Salles não é a pessoa mais indicada. Eu mesmo era candidato até poucos meses atrás, mas analisando a conjuntura mudei de ideia”, afirmou. “Após seis meses de gestão começaram minhas divergências com Salles e agora não teria como eu apoiá-lo”, completou. Francisco Palharini também criticou a atual gestão e reafirmou sua possível candidatura como uma oposição.

“Entendo que a atual reitoria se preocupa mais com o projeto de poder do que com o projeto institucional e acadêmico. Isso dificulta a articulação da comunidade acadêmica no sentido de tornar a UFF uma universidade de referência”, explicou.

Comunidade acadêmica discute sucessão

Aproveitando a proximidade das eleições, as entidades que representam estudantes, professores e servidores da UFF discutem os futuros da universidade. Segundo Luiz Artur Sansevero, o DCE realizará debates e entregará, aos candidatos, um conjunto de propostas dos estudantes. “O DCE não vai apoiar nenhuma chapa. Vamos apresentar propostas, realizar debates, mas vamos ficar independentes em relação aos candidatos a reitor”, disse o estudante.

A Associação dos Docentes da UFF (Aduff) também entregará sua pauta de reivindicações aos candidatos. Foi o que garantiu a presidente, Marina Barbosa. “Temos uma pauta interna, aprovada em assembleia, que vamos apresentar ao conjunto de candidatos para eles saberem as nossas reivindicações. Essa pauta não inclui só pontos mais imediatos, mas também um amplo projeto de universidade elaborado pelos professores”, esclareceu. 

O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da UFF (Sintuff), Pedro Rosa, afirmou que o sindicato ficará independente, mas criticou a Reitoria. “Vamos fazer uma audiência com cada candidato, mas o sentimento geral é de que não dá para apoiar novamente Roberto Salles”.

O Fluminense