18/12/2009

TRISTE REALIDADE NA EDUCAÇÃO



Por dia, 18 professores abandonam sala de aula

Só este ano, 4.543 mestres deixaram a rede estadual de ensino. Secretaria de Educação afirma que contratação de 6 mil até o início do próximo ano letivo vai cobrir o déficit

POR JOÃO NOÉ


Rio - Baixos salários e condições inadequadas de trabalho são dois dos principais motivos apontados pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) para a saída de 4.543 professores da rede estadual em 2009. O número, obtido a partir de pesquisa do sindicato, mostra que média de 18,7 professores deixou o Estado por dia útil neste ano. Há 12 anos, segundo o Sepe, essa média era de 15,1.

O levantamento, realizado com dados do Diário Oficial, apontou que, de janeiro a novembro deste ano, 1.540 professores foram exonerados (destituídos do cargo), 2.972 se aposentaram e 31 foram demitidos (deixaram de ser servidores). Diretor do Sepe, Tarcísio Motta afirma que a situação dos professores do estado está longe do ideal. “Muitos deixam o cargo porque estão insatisfeitos com o trabalho. As condições e os salários são bem ruins para eles”, reclama.

Já a Secretaria Estadual de Educação afirma que a saída de tantos mestres se deve à melhora no procedimento de concessão de aposentadoria. Os números da secretaria indicam que, em 2009, 4.249 professores deixaram a rede: 2.451 se aposentaram, 519 faleceram, 169 foram demitidos e 1.100 foram exonerados. “Atualmente, a aposentadoria é resolvida em 15 dias. Assim, o número aumenta”, explica Marcus Medina, superintendente de Gestão de Pessoas.


Ele ainda ressalta que 6 mil professores serão contratados depois de um concurso a ser realizado em janeiro. A Secretaria de Educação afirma que eles estarão em sala de aula no início do ano letivo de 2010. Outros 4 mil aprovados farão parte de cadastro de reserva.

ESCOLA MUNICIPAL NÃO PODE LIBERAR ALUNO SEM AULA

O prefeito Eduardo Paes sancionou o Projeto de Lei 177, de autoria do vereador Tio Carlos, que obriga as escolas da rede municipal de ensino a não liberar os alunos em caso de falta de professores. O texto da Lei 5.126 e a sanção de Paes foram publicados na edição de ontem do Diário Oficial do município.

A regra ainda prevê que, ao permanecerem nas escolas, os alunos recebam “atividades complementares de ensino”. Para justificar o projeto, o vereador argumenta que, por não terem dinheiro, muitos alunos precisam ir ao colégio para se alimentar. Além disso, a permanência no estabelecimento diminui o risco de os jovens terem contato com a criminalidade.

Na Alerj, os deputados aprovaram ontem o Plano Estadual de Educação. O documento estabelece para o governo metas como o aumento de salário de professores, além de construção de novas escolas e a ampliação do horário escolar para integral.

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FONTE O DIA 



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