15/07/2009

Educação pública: o desafio da qualidade

Educação pública: o desafio da qualidade.

José Clovis de Azevedo.

Introdução

A QUALIDADE do ensino tem sido foco de discussão intensa, especialmente na educação pública. Educadores, dirigentes políticos, mídia e, nos últimos tempos, economistas, empresários, consultores empresariais e técnicos em planejamento têm ocupado boa parte do espaço dos educadores, emitindo receitas, soluções técnicas e, não raro, sugerindo a incompetência dos educadores para produzir soluções que empolguem a qualificação do ensino. Essa invasão de profissionais não identificados ou não envolvidos com as atividades do campo educacional merece uma reflexão. Não se trata aqui de preconizar o monopólio da discussão da educação aos educadores, mas de registrar a intensa penetração ideológica das análises, dos procedimentos e das receitas tecnocráticas à educação.

Durante a década de 1990, agudizou-se a disputa ideológica dos centros de decisões mundiais em favor da implantação das reformas neoliberais. Os avanços dessas reformas tornaram-se mais visíveis com os "ajustes" no funcionamento da economia determinados pela necessidade de implantação das políticas macroeconômicas subordinadas ao império do mercado. Essas políticas foram ganhando terreno político e verticalizando-se aos demais setores das atividades públicas. Gradativamente as resistências foram quebrando-se, seus críticos foram perdendo espaço ou adaptaram-se às novas circunstâncias. No caso brasileiro, a cooptação de amplos setores, até então identificados com perceptivas de esquerda, contribuiu para dar legitimidade às políticas neoliberais, consolidando a sua hegemonia e naturalizando as suas práticas. As justificativas para a migração de campo político têm sido sustentadas com a idéia de ausência de alternativas, sugerindo as imposições mercadológicas como uma fatalidade, o caminho único possível.

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