O prefeito Eduardo Cury (PSDB) e o governo do estado se aproveitaram da trégua determinada pela Justiça Federal para atacar o movimento de surpresa, no domingo pela manhã. A invasão ocorreu por volta das 6h, com helicópteros, blindados, armas de fogo, bombas de gás e pimenta e 2 mil homens vindos de 33 municípios. Até a Rota, uma força de elite policial reconhecida pela sua violência, foi utilizada.
A imprensa informa que um homem foi atingido nas costas por uma bala de um revólver calibre 38 por um guarda civil. O homem levou um tiro nas costas e está hospitalizado. Outras nove pessoas ficaram feridas - entre elas um assessor da Presidência da República, presente ao local. O advogado dos moradores, Antonio Ferreira, disse ter sido baleado na virilha, no joelho e nas costas com balas de borracha. Paulo Maldos, secretário de Articulação Social da Presidência da República, foi atingido nas costas.
De fato, um verdadeiro exército foi usado para desalojar trabalhadores – na verdade, estes cidadãos são vítimas da especulação imobiliária, já que o Pinheirinho fica próximo a uma região considerada “nobre”.
Durante a ação policial, muitos moradores foram feridos por disparos de bala de borracha. Há muitos relatos de agressão policial contra idosos, mulheres e até deficientes físicos. Inúmeras mães denunciam que foram impedidas pela polícia de pegar roupas, fraldas e até mesmo os próprios filhos dentro da ocupação.
Terreno é do empresário Nahas, preso em 2008 por corrupção e lavagem de dinheiro:
Guilherme Boulos, do MTST, sendo espancado pela Guarda Civil |
A reintegração de posse da área aconteceu em meio a um imbróglio jurídico, envolvendo uma disputa de competência entre magistrados estaduais e federais. No domingo, na hora da operação, estavam em vigor duas determinações: pela Justiça estadual, a ordem era para desocupar a área. Pela federal, nada poderia ser feito. Só no início da noite de ontem e, portanto, após a retirada das famílias terminar, que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) emitiu uma decisão liminar, dizendo que a competência sobre a permissão de reintegração de posse era da Justiça Estadual.
Durante a execução da ordem judicial pela PM, dois oficiais federais de Justiça estiveram no local para determinar a suspensão da reintegração de posse. Os moradores chegaram a comemorar, mas os servidores federais foram ignorados pela polícia.
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