"Partindo do princípio de que todos os integrantes serão indicados pela presidente da República, não se pode esperar imparcialidade do que for relatado. O que se pretende é elaborar relatórios mentirosos, endeusando os petistas e demais adeptos da esquerda e satanizando os militares para que conste em livros didáticos uma nova História escrita de forma unilateral e mentirosa".
De acordo com Luis Fernando Cerri, diretor da Anpuh e professor de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa, legitimar o golpe militar na educação básica fere preceitos constitucionais, já que “nossa Constituição proíbe várias práticas da ditadura militar, como a formação de grupos armados para tomar o poder”.
A CENSURA TERIA SIDO NECESSÁRIA
PARA O PROGRESSO DO PAÍS
"A história oficial contada aos alunos dos 12 colégios militares do país omite a tortura praticada na ditadura e ensina que o golpe ocorrido em 1964 foi uma revolução democrática; a censura à imprensa, necessária para o progresso; e as cassações políticas, uma resposta à intransigência da oposição.É isso que está no livro didático História do Brasil - Império e República, utilizado pelos estudantes do 7º ano das escolas mantidas com recursos públicos pelo Exército.As escolas militares poderiam utilizar livros gratuitos cedidos pelo Ministério da Educação a todas as escolas públicas. Mas, para a disciplina de história, optaram pela obra editada pela Biblioteca do Exército, que deve ser adquirida pelos próprios alunos. (...) O Exército afirma que o material 'atende adequadamente às necessidades do ensino de História no Sistema Colégio Militar'.
O livro de história mais adquirido pelo MEC para o ensino fundamental, da editora Moderna, apresenta a tomada do poder pelos militares como um golpe, uma reação da direita às reformas propostas por João Goulart. A partir disso, diz a obra, seguiu-se um período de arbítrio, com tortura e desaparecimentos, em que a esquerda recorreu à luta armada para se manifestar contra o regime.
Já a obra da Bibliex narra uma história diferente: Goulart cooperava com os interesses do Partido Comunista, que já havia se infiltrado na Igreja Católica e nas universidades. Do outro lado, as Forças Armadas, por seu 'espírito democrático', eram a maior resistência às 'investidas subversivas'.
No caderno de exercícios, uma questão resume a ideia. Qual foi o objetivo da tomada do poder pelos militares? Resposta: 'combater a inflação, a corrupção e a comunização do país'.
A obra não faz menção à tortura e ao desaparecimento de opositores ao regime militar. Cita apenas as ações da esquerda: 'A atuação de grupos subversivos, além de perturbar a ordem pública, vitimou numerosas pessoas, que perderam a vida em assaltos a bancos, ataques a quartéis e postos policiais e em sequestros'.
A censura é justificada: 'Nos governos militares, em particular na gestão do presidente Médici, houve a censura dos meios de comunicação e o combate e eliminação das guerrilhas, urbana e rural, porque a preservação da ordem pública era condição necessária ao progresso do país'".
Finte : JUNTOS SOMOS FORTES
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