04/06/2011

Profissionais de Educação da rede municipal realizam protesto em São Gonçalo

A principal reivindicação foi o aumento salarial de 33% pois, de acordo com os docentes, ele estaria defasado desde 2008. Alunos e pais de acompanham de perto toda a manifestação


Profissionais da educação do município de São Gonçalo decidiram, nesta sexta-feira, em assembleia, deflagrar estado de greve. Pela manhã, eles realizaram um protesto por melhores salários e condições de trabalho. Com cartazes e apitos, os manifestantes saíram em passeata da Praça Zé Garoto, na Rua Coronel Serrado, rumo à sede da prefeitura, onde representantes da categoria foram recebidos pelo secretário de Fazenda, Antônio Moreno, com quem tinham audiência marcada. Sem nenhum avanço na tentativa de negociação, no entanto, a categoria decidiu anunciar estado de greve.
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O dia também foi de paralisação em toda a rede, com isso, muitos alunos e pais de alunos aproveitaram para apoiar a categoria, e reivindicar melhorias nas escolas. A manifestação reuniu pelo menos uma centena de pessoas.
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Há um mês, os professores têm trabalhado meio expediente como protesto pelos baixos salários. Dessa forma, os alunos têm saído mais cedo das escolas. Os pais dos estudantes reclamam do prejuízo no aprendizado das crianças, mas apóiam a reivindicação dos professores e fazem coro para denunciar, ainda, a falta de funcionários e precariedade na infraestrutura das escolas municipais, entre elas a Carlos Drummond, Castelo Branco, Rotary, e Ernani Faria.
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De acordo com a direção municipal do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), até o momento, o governo municipal não negociou, nem acenou com qualquer proposta que contemple a reivindicação de reajuste da categoria, que é de 33% a título de reposição de perdas salariais dos últimos anos. Em 2009, a prefeita Aparecida Panisset teria concedido reajuste de 0,01%, percentual considerado irrisório pela categoria.
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“O reajuste de 2009 foi uma piada. Na prática, estamos sem aumento real desde 2008. Fora isso, nós trabalhamos em escolas onde o abandono da Educação é ainda mais evidente: faltam professores, inspetores, merendeiras e serventes, não há bibliotecas, quadras de esporte, laboratórios de informática. Sem falar que a maioria, senão todas, precisa de reforma urgente”, afirma Mônica Assunção, dirigente do Sepe/São Gonçalo.
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O piso do professor da rede municipal de educação de São Gonçalo, atualmente, é de R$ 603,00 e dos funcionários administrativos é inferior a um salário mínimo.
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Prefeitura se manifesta
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Em nota, a Prefeitura respondeu que a “questão das reivindicações dos professores da rede municipal de ensino de São Gonçalo ainda não foi definida”, e uma nova reunião será marcada entre o Sepe e a Prefeitura. Quanto à meia paralisação, informou que a maioria das escolas está funcionando normalmente.
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“Todos os funcionários efetivos da Prefeitura de São Gonçalo, já receberam um aumento salarial de 4,49% (1% a partir de janeiro e 3,49% a partir de abril). A correção, retroativa, veio na folha de maio. Algumas categorias profissionais, cujo salário base é hoje de R$ 325,22, tiveram reajuste sobre o piso de 19,92%, o que eleva o valor para R$ 390,00. O índice de aumento de 4,49% foi o mesmo utilizado pela Prefeitura para reajustar os valores dos tributos municipais”, diz a nota, enviada pela assessoria do Executivo Municipal.
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Reuniões – Na próxima segunda-feira, os professores ainda trabalharão em regime de redução de carga horária e farão uma reunião com os pais de alunos para explicar a possibilidade de greve. A reunião acontecerá às 10h num salão de festas em frente à Escola Municipal Castelo Branco, na Rua Carlos Gianelli, no Boaçu.
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Na terça-feira, a categoria se reúne em nova assembleia, às 10h, para definir o próximo passo do movimento.

O FLUMINENSE

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