O papel do professor está obsoleto. Pede-se demais: que entenda de uma matéria, mas cruze com outras; que saiba manter 39 meninos quietos; que lide com as sacanagens da carreira, com diretoras ranzinzas e pais perdidos; e ainda aprendam tudo sobre bullying e "bulshit". Os investimentos e estudos deveriam ir para formatos novos, com professores virando os tutores esclarecidos da paideia grega e chamando à escola os milhões de recém-formados e aposentados que poderiam partilhar suas paixões. Ficar tirando média de um conceito medíocre é inócuo. Correr atrás de resultados melhores no PISA parece avanço, mas não passa de uma polida no capô do Fusca.
Aí está. O papel do professor está obsoleto? Ou o professor é que estaria? Porque na continuidade do texto Semler propõe que os professores se tornem tutores. Fiquei com aquela sensação meio estranha, como aquela foto do Jânio Quadros com os pés apontando para o lado oposto à cabeça, sem pai nem mãe.Aliás, Jânio era professor. Será que realmente o melhor seria pensarmos em professores tutores? Fiquei pensando nas práticas de EAD,com professores e tutores. E nunca havia percebido que os professores de EAD, na lógica atual, assumem o papel dos antigos catedráticos. Os tutores são os antigos assistentes. Seria, então, este o melhor formato, afinal?
Quanto ao que ele escreve sobre o PISA, ficou mais fácil: concordo plenamente com a avaliação que faz.
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