18/07/2010
Tráfico atua dentro de escolas, diz sindicato (SEPE)
A diretora da Regional 2º (Madureira) do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Denise Guterres, fez uma crítica ao poder público, antes de participar do enterro de Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade , de 11 anos, no Cemitério de Irajá.
Na sexta-feira, a criança levou um tiro de fuzil no peito enquanto assistia a uma aula de matemática no Ciep Rubens Gomes, em Costa Barros. Segundo ela, o tráfico de drogas atua em várias unidades de ensino do Rio, inclusive no Ciep onde o menino estudava, como mostra a reportagem de Bruna Talarico e Felipe Sil na edição deste domingo.
- Tenho feito denúncias à Secretaria de Segurança, mas não existe comunicação entre o órgão e setores da educação. Quando há uma operação policial, as escolas não são avisadas e não têm autonomia para suspender as aulas. Todas são pegas de surpresa - afirmou Denise. - Além disso, os traficantes não agem só no entorno das unidades, eles estão dentro dos colégios, podem ser vistos nas cantinas, nos pátios e nas salas de aula. Os funcionários que oferecem resistência são ameaçados.
O Sepe anunciou que apresentará uma ação na Justiça contra a prefeitura e o governo estadual, responsabilizando-os pela morte de Wesley.
De acordo com estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP), dos quatro casos de mortes causadas por balas perdidas entre janeiro e março deste ano, dois ocorreram na chamada Área Integrada de Segurança Pública 9, que abrange Rocha Miranda, onde Wesley foi baleado.
A Secretaria municipal de Educação negou que escolas não tenham autonomia para suspender aulas em casos de confrontos. De acordo com o órgão, desde 2009, todas as unidades de sua rede podem fazê-lo. A autorização fez parte da implementação do programa Escolas do Amanhã, criado há quase um ano e do qual faz parte o Ciep Rubens Gomes e outros 149 colégios localizados em áreas consideradas de risco. Essas unidades atendem cerca de 107 mil alunos.
Ainda segundo a secretaria, cerca de 700 unidades de ensino da rede municipal são atendidas pelo Grupamento Especializado de Ronda Escolar da Guarda Municipal, que tem como objetivo impedir a prática de infrações e o apoio à comunidade escolar. A ronda faz cerca de 6.900 visitas por mês nas escolas. Dentro do programa, a Guarda Municipal também faz palestras nas escolas sobre prevenção às drogas; violência doméstica; integração entre família e escola e medidas de segurança.
O GLOBO
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