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19/07/2010
Rede municipal exige respeito de Eduardo Paes
Veja nota enviada pelo Sepe para a rádio CBN, em resposta à declaração do prefeito em matéria veiculada no programa CBN Rio, em que Eduardo Paes chamou a direção do Sepe e profissionais de educação da rede municipal de "urubus de plantão"
Em vez de garantir o mínimo de segurança para a comunidade escolar, o prefeito Eduardo Paes resolveu se esconder mais uma vez por trás da arrogância e, numa entrevista à Rádio CBN na manhã desta segunda-feira, chamou a direção do Sepe e os profissionais de educação da rede municipal de “urubus de plantão”, somente por que o sindicato afirmou que entrará na Justiça pedindo garantias de segurança para as escolas públicas localizadas em áreas de risco e exigindo regras e providências da SME para o funcioamento das unidades em casos de conflito.
O Sepe ao longo dos seus 34 anos de luta sempre se pautou pela luta em defesa da educação pública no Rio de Janeiro. Para a categoria, a segurança no ambiente de trabalho, investimentos para a melhoria das condições de funcionamento das escolas e o diálogo com as autoridades para que possamos participar de todo o processo é um direito da população e um dever do governo municipal.
Desde 2006, o Sepe vem denunciando a questão da falta de segurança nas escolas. Data desta época, a preparação de um dossiê sobre a violência, elencando quase 200 escolas localizadas em áreas que oferecem risco para a vida de profissionais de educação e alunos. O documento foi entregue para as autoridades (prefeitura, Secretarias Estadual e Municipal de Educação, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Conselho Tutelar e Ministério Público Estadual). Também foram solicitadas audiências com o Executivo Municipal e com as secretarias responsáveis pelo setor educacional e de segurança. Mas, até hoje, nada foi feito para solucionar o problema. Basta ver o aumento do número de casos de violência dentro do espaço das escolas publicas estaduais e municipais, vitimando profissionais e alunos nos últimos anos e que vem sendo fartamente noticiados nos meios de comunicação.
Portanto, ao invés de querer esconder o problema com afirmações que não condizem com a dignidade do seu cargo, o prefeito Eduardo Paes deveria ter um pouco mais de humildade e reconhecer a sua parcela de culpa pelo problema. Por exemplo, no último sábado (dia 17 de julho), quando o aluno Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade foi enterrado, após ter sido morto por bala perdida dentro do Ciep Rubens Gomes, nenhuma autoridade estadual ou municipal se fez presente ao enterro para dar apoio aos familiares e membros da comunidade escolar, ainda abalados com a violência que se abateu contra a escola e resultou na morte do aluno, que tinha somente 11 anos.
Ao invés de se esconderem por trás de twitters ou orkuts, o prefeito Eduardo Paes, o governador Sérgio Cabral e a secretária municipal de Educação Cláudia Costin deveriam sair às ruas para explicar para a população do Rio de Janeiro porque os governos municipal e estadual não fazem nada para resolver o problema da falta de segurança nas escolas estaduais e municipais. Na sexta-feira (dia 16/7), enquanto a secretária e o prefeito se escondiam atrás do twitter para comentar a morte do nosso aluno, profissionais de educação – estes sim, verdadeiramente compromissados com a educação e verdadeiros heróis anônimos – enfrentavam o tiroteio e se mobilizavam para socorrer o aluno ferido e garantir a segurança dos demais estudantes em meio ao fogo cruzado. Os profissionais cumpriram o seu papel. Não podemos dizer o mesmo do prefeito e da secretária de Educação que, cientes dos problemas, nada fizeram para evitá-los. Se tem algum “urubu” nesta história, não somos nós, profissionais da educação das escolas municipais.
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Cabral está fazendo um trabalho ótimo pela segurança de todos no Rio, infelizmente ocorreu essa fatalidade, mas temos que ter esperanças de que o Rio será um estado pacificado, a criminalidade sempre vai existir, a marginalidade, o tráfico, em fim...Mas não seremos mais reféns do medo graças as UPPs de Cabral !
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